GRUPO E SEUS FENÔMENOS
Contribuições da Psicologia
UNESP – Instituto de Biociências- Depto de
Educação
Campus de Rio Claro – SP
Silvia Marina Anaruma
Mai/2009
O QUE É GRUPO?
• “ Unidades compostas de duas ou
mais pessoas que entram em contato
para determinado objetivo, e que
consideram significativo o contato e
representam não apenas
microsistemas, mas são também,
fundamentalmente, microcosmos de
sociedades mais amplas”
(Zimerman, 1997)
• “ Uma pluralidade de indivíduos que
estão em contato uns com os outros,
que se consideram mutuamente e
que estão conscientes de que têm
algo significantemente importante
em comum ”
(Olmsted1970)
GRUPO X AGRUPAMENTO
• Interação social e
vínculo
• Interesses comuns
• Interesses em
comum
Mais grupos...
Grupo no Esporte
Círculo da amizade
Características de um grupo
• O todo é maior que as partes
• Mantém discriminadas as identidades individuais
• Ter alguma forma de interação afetiva
• Ter um “ campo grupal dinâmico ”
• O tamanho de um grupo não pode exceder ao limite que
ponha em risco a indispensável preservação da
comunicação, tanto a visual, como a auditiva e a conceitual
• Além dos objetivos definidos, o grupo deve levar em conta
a preservação do espaço (os dias e o local certo das
reuniões), de tempo (horários, tempo de duração das
reuniões, plano de férias, etc) e a combinação de regras e
outras variáveis que delimitem e normatizem a atividade
grupal proposta.
O grupo é uma
unidade que se
comporta como
uma totalidade
e vice-versa.
CAMPO GRUPAL DINÂMICO
• 1. Ressonância – fenômeno
comunicacional
• 2. Fenômeno de espelho – galeria dos
espelhos - identificação
• 3. A função de continente
• 4. Fenômeno de pertencência – vínculo de
reconhecimento
• 5. A discriminação
• 6. A comunicação – verbal ou não verbal
• Em todo grupo coexistem duas
forças contraditórias
permanentemente em jogo:
coesã
o
desintegraçã
o.
• Bion fala que existem dois planos
que se sobrepõe no grupo
Grupo de trabalho
Grupo
de
suposto
s
básicos
Os
mecanismos
de defesa
aparecem no
grupo
TIPOS DE GRUPOS
• Grupos operativos
• Grupos psicoterápicos - formas de
psicoterapia que se destinam
prioritariamente à aquisição de
insights, notadamente, dos
aspectos inconscientes dos
indivíduos e da totalidade grupal -
grupotarapia
Grupos operativos
Enrique Pichon-Rivière (1907-1977)
Grupo desenvolvido a partir de um
incidente no hospital psiquiátrico
(Argentina)
Fundamentação teórica: psicanálise,
teoria de campo de Kurt Lewin
e teoria
da Comunicação e Interação
Grupos operativos
• Grupo é um conjunto de pessoas com um
objetivo em comum
• Dialética entre ensinar e aprender
• Abrangem quatro campos:
• 1. Ensino-Aprendizagem
• 2. Institucionais
• 3. Comunitários (Promoção da Saúde
• 4. Terapêuticos
Grupos operativos
• Princípios Organizadores
• Vínculo – as pessoas se relacionam de
acordo com seus modelos inaugurais de
vinculação e tende a reeditar esse modelo
em outras circunstâncias sem levar em conta
a realidade externa, repetindo valores
estereotipados
• Quando identificamos o vínculo? Mutua
representação interna
Tarefa
• O modo como cada um interage a
partir de suas próprias necessidades
– polo norteador de conduta
Tarefa
Grupa
l
Objetivo
Obstáculo
s
Emergem
várias
diferenças
e
necessidad
es
Um grupo operativo pressupõe
aprendizagem = mudança
• Mudança gera dois medos básicos:
• Perda
• Ataque
• Processo de Resistência
O grupo está a
caminho –
pré-tarefa
“Quando o grupo aprende a
problematizar,
verdadeiramente, os obstáculos
que emergem na concretização
de seus objetivos, dizemos que
entrou em
tarefa
, pois podem
elaborar um projeto viável e,
dessa forma, torna-se um grupo
que opera mudanças” (Dias e
Castro, 2006)
Estrutura e Dinâmica Grupal
dos Grupos Operativos
• Composto por seus integrantes e os facilitadores
• Entrada na tarefa – disparador temático
• Enquadre grupal - Normas básicas do
funcionamento do grupo (objetivos, local,
horários)
• Papel do facilitador – dimaniza o processo, auxilia
a elaborar os obstáculos que surgem durante o
processo
• Cada um comparece com sua história pessoal –
verticalidade
• A medida que o grupo caminha – nova história –
horizontalidade do grupo - construção coletiva –
dá ao grupo sua especificidade e identidade
grupal
• Ruído na comunicação – obstáculos, que
se não conhecidos e superados, podem
levar a dissolução do grupo
• Dinâmica não linear, mas dialética – cada
alvo alcançados se
transforma,imediatamente, em um novo
ponto de partida
• Permeado por perdas e ganhos
• Reajustes e correções
• Aprender em grupo, não significa obter um
conhecimento formal, mas uma atitude
mental aberta, investigatória e científica.
• Aprender, vem a ser uma nova leitura da
realidade e apropriação ativa da mesma,
no aqui, agora e comigo.Não estando
somente no discurso, mas na ação do dia a
dia. Essa aprendizagem mobiliza
mudanças...
Formas de trabalhar o grupo
operativo na prática diária
• Grupos de Promoção da saúde:
• 1. Formados por fases do ciclo da vida
• 2. Grupos homogêneos – interesse em
aumentar a qualidade de vida,
independente da idade, e se saudáveis ou
não
• 3. Grupos vinculados por patologias
• Preparo dos facilitadores
Instrumentos de Trabalho
• Dependerá dos objetivos do grupo, recursos
didáticos disponíveis e identidade do grupo
• Para Jogos lúdicos
• Dicas a serem consideradas:
• Tamanho do grupo (12 a 25)
• Local de trabalho
• Horários pré-estabelecidos de início e término
• Definir o contrato de trabalho para as reuniões
• Não aceitar membros que estão faltando muito
•Grupos operativos podem
propiciar um benefício
psicoterápico
Considerações finais
• Os grupos operativos são ferramentas
de incorporação do saber
caracterizados pela didática
horizontal que torna o indivíduo
agente ativo e responsável de
mudança de hábitos. Além de serem
instrumentos de acolhimento, vínculo,
integralidade, co-responsabilidade e
trabalho em equipe.
DINÂMICA DE GRUPO
• RECURSO PARA SE TRABALHAR
ASPECTOS DO GRUPO
• Quais as minhas dificuldades em grupo?
• Que papel eu comumente assumo no
grupo?
• O que me incomoda nos grupos?
• Prefiro atividades individuais ou em
grupo?
• Até que ponto o grupo é positivo e até
que ponto o grupo é negaitov?
Questões para
reflexão
Bibliografia
BION, W.R. (1962) Experiencias en grupos. Buenos Aires: Ed. Paidós, 1963.
DIAS, RB; CASTRO, FM. Grupos Operativos. Grupo de Estudos em Saúde da Família. AMMFC: Belo
Horizonte, 2006. Disponível em
http://www.smmfc.org.br/gesf/goperativo.htm
[acesso em
10/06/2008
PADILHA, G. Papéis no grupo( Papéis e liderança). Soprap – Instituto Brasileiro de Psicanálise,
Dinâmicas de Grupo e Psicodrama. Disponível em>http://www.sobrap.org.br/?page_id=150
Pichon-Rivière E. O processo grupal. 3ª ed. São Paulo (SP): Martins Fontes; 1982.
____. Teoria do Vínculo. 6ª. Ed. SP: Martins Fontes, 2000 (Psicologia e Pedagogia).
Teixeira, Mirna Barros. Empoderamento de idosos em grupos direcionados à promoção da saúde.
[Mestrado] Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; 2002. 105 p
.
ZIMERMAN, D. A importância dos grupos na saúde, cultura e diversidade. Vínculo. [online]. dez.
2007, vol.4, no.4 [citado 03 Junho 2009], p.1-16. Disponível na World Wide Web:
<http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
24902007000100002&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1806-2490
Mai/2009