Estudo Sobre as Noventa e Cinco Teses de Martinho Lutero*
(teólogo e reformador alemão, 1483-1546)
*O presente estudo tem uma perspectiva batista.
"Na era da Reforma, os reformadores confrontaram-se com um sistema no seu todo. Eles não disseram que não existiam Cristãos na Igreja Católica Romana, nem disseram que não existiam diferenças no ensino e nas ênfases das várias Ordens Católicas Romanas. Mas, eles entenderam que havia um sistema oculto que prendia a igreja no seu todo, e era esse sistema, _como um sistema, que eles diziam ser errado e oposto ao ensino da Palavra de Deus" (SHAEFFER, Francis A. Francis A. Shaeffer Triology. Wheaton, Crossway Books, 1999, p. 51 - Tradução do autor)
Mesmo que os reformadores tenham ido longe na sua oposição ao sistema eclesiástico dos seus dias, a oposição não foi suficiente. Eles protestaram as práticas papais e hierárquicas em relação ao purgatório (#10-29), às indulgências (#31-41, 50-81) e a hierarquia da igreja (#5-7, 48, 82-91), mas o ensino destas doutrinas não foi condenado por eles. A prática, mas não o ensino desses erros, era protestada. Segundo os reformadores, o meio da justificação é a fé, mas entendiam que a aquisição dessa fé se dá pela sua obediência e sofrimento em prol dela (#44, 94,95). Portanto, a posição de Martinho Lutero, revelada pelas suas 95 teses, evidenciou uma salvação que se dá por obras boas e santas.
A verdade de que o espírito do período da reforma não foi suficiente entende-se por duas manifestações claras:
* Nenhum dos reformadores se manifestou que o batismo da Igreja Católica era inválido. Cada reformador continuou com o batismo católico que tinha. Assim, eles consentiram que a prática e a doutrina desta ordenança da Igreja Católica era correta. Eles, pelas suas práticas, creram que a Igreja Católica continuou sendo autorizada, como se fosse uma igreja verdadeira, a administrar as ordenanças que Cristo deu somente à Sua igreja. Tal posição dos reformadores diante da ordenança do batismo manifesta que o espírito da reforma não foi suficiente. Na verdade, se a prática é errada, a doutrina, também (Mat. 7:15-20; 15:5,6).
* A prática atualmente das igrejas da reforma mantém, em um grau ou outro, que as obras do "crente", e/ou as ordenanças da igreja, dão uma forma de graça salvadora. Essa posição manifesta que o espírito da reforma não foi suficiente. Na verdade, a justificação se efetua somente pela obra única de Cristo (Romanos 3:24).
Em Resumo: As 95 teses de Lutero eram contra um sistema e algumas práticas horríveis da Igreja Católica. As teses eram declarações fortes contra esse sistema e essas práticas. Todavia, foram fracas por não enfatizar que somente a obra de Cristo é suficiente a salvar completamente o pecador e traze-lo ao ponto de não ter mais nenhuma condenação diante de Deus, o Juiz (Romanos 8:1,2).
Precisa ser dito claramente que a fé salvadora é responsabilidade de todos os homens diante de Deus mas não é uma obra natural ou o resultado de algum esforço, bom ou religioso, de qualquer homem (Tito 3:5,6). A fé salvadora é o dom de Deus (Efésios 2:8,9) e um fruto do Espírito Santo (Gálatas 5:22) dada a todos que o Pai tem dado ao Filho Jesus Cristo antes da fundação do mundo (João 6:39,40; 17:6-9; Efésios 1:3-6).
Página Textos da Reforma Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria Responsável: Dawson Campos de Lima |