Quero te fazer dez perguntas?
• Como vai sua vida?
• Como você tem vivido seus relacionamentos?
• Como você tem vivido em família?
• Você tem se preocupado com o próximo?
• Tem amado aquele que mais fraco que você?
• Tem amado os que são mais fortes que você?
• Como você tem visto a igreja?
• Como você tem sentido a igreja?
• Como você tem sido a igreja?
• Como você tem praticado o ser igreja?
Chega um momento em que realmente precisamos fazer estas perguntas, para que possamos fazer uma auto-avaliação, para deixarmos de viver uma mentira, e não sermos hipócritas.
Precisamos nos despertar e fazer uma análise de todos os fatos e acontecimentos que envolvem nossa sociedade, e identificarmos à luz da Bíblia onde nos encontramos no espaço-tempo do Kairós e do Cronos, isto é, no tempo de Deus, e no relógio da humanidade.
O que está acontecendo conosco, de acordo com Bíblia?
O título de nossa mensagem de hoje é:
Os habitantes da terra do gelo.
O lugar da indiferença e da morte.
Texto: Mateus 24.12
“E por se multiplicar a iniqüidade o amor de muitos se esfriará.”
No capítulo 24 de Mateus, temos o relato do próprio Jesus, do que aconteceria nos últimos dias, e neste versículo, temos a tese do texto.
Vivemos momentos onde o homem está cada vez mais frio, e cada vez mais temos aumentado a população dos habitantes da Terra do Gelo, um lugar frio e de muita indiferença.
Mais o quem tem gerado este esfriamento? Como o próprio texto já diz a multiplicação da iniqüidade.
As pessoas se interessam por aquilo que lhe dizem respeito, seus bens, seus desejos, seus sonhos, seu sustento, sua dor, sua ambição.
O amor próprio tem sido substituído por um egoísmo doentio, onde o humanismo, e a individualidade, substituem o altruísmo, o interesse pelas coisas dos outros e pelo reino.
Nós não queremos mais ser benção para o nosso próximo, e sim queremos a benção dele, e quando não a temos, nós nos colocamos na posição de crítica e maledicência, pois o outro não fez como e o que nós queríamos, e sendo assim, temos uma “reverberação” na igreja, isto é, os relacionamentos interpessoais cotidianos, e os conflitos familiares e relacionais refletem dentro da igreja, e sendo assim, transformamos a igreja na Terra do Gelo, um lugar de pessoas indiferentes ao problema do próximo, e de pessoas que só querem ter seus desejos realizados, e seu ego massageado.
E por se multiplicar a iniqüidade , o amor de muitos se esfriará.
E como está a igreja diante de uma realidade como esta?
Identificamos alguns aspectos que estão influenciando a igreja neste nosso tempo:
1.Ausência de submissão
As pessoas cada vez mais, querem fazer as coisas do seu jeito, conforme o seu gosto e tendências. Querem ouvir mais a voz do seu coração do que a voz de Deus. E Aqueles que ouvem demasiadamente o seu coração podem se dar mal como diz o texto de Jeremias 17.9 e 10:
O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável.Quem é capaz de compreendê-lo? “Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras.”
Agir de acordo com a própria vontade, transforma a pessoa, gradativamente em insubmissa, a faz ter problemas com marido, esposo, patrão, pastor, e entra em um pecado muito sério, transformando-se em feiticeiros e idólatras como diz o texto de 1 Samuel 15.23:
“Pois a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria. Assim como você rejeitou a palavra do SENHOR, ele o rejeitou como rei”.
A ruína de muitas famílias e de muitas igrejas está relacionada diretamente a insubmissão.
2.Ausência de vocacionados.
Pela falta de amor, resultante da iniqüidade, o materialismo e o individualismo têm sido o cerne da vida do ser humano, pois o indivíduo de hoje não dá um passo, sem que haja segurança e certeza de que aquilo que se vai fazer, dê um respaldo financeiro, familiar, emocional e hedônico. O que é hedônico. Hedônico é aquilo que é relacionado com o prazer. Seu eu não fizer aquilo que me faça sentir, ou ter prazer,não é pra mim. Jesus não nos tem chamado para um parque de diversões, ele nos tem chamado para “negarmos a nós mesmos, carregarmos nossa cruz e segui-lo”. Está cada vez mais difícil, termos pessoas que paguem um preço para servirem o Reino, e sim temos pessoas que querem adaptar o Reino ao seu “modus vivendi”. Como diz o texto bíblico de Isaías 6.8: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?”! É esta a pergunta que Jesus continua fazendo.
3.Ausência de missões.
Num país com quase 30 milhões de crentes, a força da ação missionária é proporcionalmente insignificante: são cerca de 2 mil os obreiros brasileiros que anunciam o evangelho ao redor do mundo. Estamos fracassando como celeiro missionário. Nas décadas de 70 e 80, o Brasil era saudado como futuro celeiro missionário mundial, coisa que hoje não se concretizou, exatamente pela escassez de vocacionados. Hoje ao invés de Terra que arde com missões, podemos nos intitular a Terra do Gelo, do indiferentismo e da morte espiritual. Igrejas lotadas de consumidores da fé, pessoas acostumadas com a fé, que vão à igreja por que fez isto a vida inteira, ou pessoas que buscam igrejas que satisfaçam seu desejo pessoal por shows pirotécnicos. Podemos listar alguns fatores que atropelam o furor missionário:
1º Pagar o preço para me submeter ao Senhorio de Cristo e à sua ordem de ir ao campo custe o que custar. Esta história já era. Ou então
2º estou esperando Deus confirmar se é sua vontade eu pregar o evangelho... Não precisa esperar Deus falar, porque Ele já falou em sua palavra: “ide e pregai o evangelho a toda a criatura...”
3ºHoje nós é conveniente terceirizarmos missões. Mandamos um dinheiro para alguma instituição que faça, e tiro o peso da minha consciência. Nós precisamos ser missionários, e não apenas fazer missões. Ou então
4ºTransferir responsabilidade; Ah, o pastor não faz um trabalho evangelístico adequado, e por isso eu não participo; esta igreja não tem um plano de ação missionária, então não vou participar; não fiz nenhum curso missiológico; sou tímido etc... Lembre-se: ovelha gera ovelha, pastor as conduzem. Pare de ficar achando desculpas, e ficar se esquivando de sua responsabilidade missionária, vá e pregue, ou melhor: Viva o que prega.
E o último aspecto que identificamos é:
4.Ausência da motivação correta.
Quando queremos buscar um perfil de igreja, que melhor se pareça com aquilo que Deus deseja para sermos, temos um único padrão a seguir a igreja de Atos. Leiamos Atos 2. 42 a 47:
42 Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações.43 Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos.44 Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. 45 Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade.46 Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, 47 louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos.
Muitos estudiosos, pastores e líderes perguntam: porque esta igreja era assim? Porque não conseguimos ser iguais? Será que é por causa do povo judeu que era diferente do nosso? Será porque eles eram pessoas bem mais santificadas que nós? Será que esta igreja só poderia ser para aquela época e que agora os tempos são outros e isto não é possível? Muitas são as tentativas de explicação,para justificar nossa omissão e frieza espiritual. A Bíblia nos ensina por que aquela igreja era A Igreja, como está escrito em João 14.3: “E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver.”
O que fazia aquela igreja ser “quente” e motivada corretamente, era a certeza de que Cristo estava às portas. Eles tinham em mente que Jesus arrebataria a igreja nos próximos dias, e por isso, dividiam tudo o que tinham, viviam a serviço do Reino e da pregação do evangelho, e por isso viam milagres e maravilhas, e muitas almas se convertiam ao Senhor. Se hoje vivemos uma ausência de conversões, é porque a igreja pensa que as conversões de almas estão na responsabilidade do pastor e mais uma meia dúzia de obreiros.
Conclusão:
Se não clamarmos a Deus que restaure o desejo iminente de maranata em nossos corações, o sentimento de que Jesus realmente está voltando, e por isso, precisamos nos santificar como igreja, seremos pessoas frias que continuaremos morando na Terra do Gelo, e sendo assim, sempre ficaremos presos a picuinhas, discussões tolas, busca de auto-realização, e jamais conseguiremos nem que seja de longe, reproduzir um pouco que seja daquela igreja de Atos.
Você tem pensado no Arrebatamento da Igreja?
Você sabia que pode ser amanhã, e se você não estiver de acordo com sua palavra, você poderá continuar a praticar sua frieza espiritual sem a presença da Igreja?
Está disposto a mudar o seu modus vivendi? Oremos para que o Espírito Santo restaure: A submissão da igreja ao Senhorio de Cristo;
Que haja uma explosão de vocacionados responsáveis com o Reino;
Que sejamos de verdade uma igreja missionária;
E que tenhamos verdadeiramente a motivação correta de servir a Deus, sempre tendo em mente a volta de Cristo.