TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
CURSO DE REDAÇÃO E REVISÃO DE
TEXTOS
Prof.ª LUCÍLIA HELENA DO CARMO GARCEZ
BRASÍLIA
2003
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.............................................................................................. 3
LÍNGUA PADRÃO.............................................................................................. 4
COMUNICAÇÃO NO AMBIENTE DO SERVIÇO PÚBLICO .............................. 5
DECISÕES EM RELAÇÃO ÀS ESTRUTURAS LINGÜÍSTICAS........................ 7
DISTINÇÕES ENTRE AS MODALIDADES ORAL E ESCRITA .................... 7
FORMALIDADE E INFORMALIDADE ............................................................ 8
PARTES DO DOCUMENTO NO PADRÃO OFÍCIO....................................... 9
FORMA DE DIAGRAMAÇÃO ....................................................................... 10
PRONOMES DE TRATAMENTO..................................................................... 13
CONCORDÂNCIA COM OS PRONOMES DE TRATAMENTO ................... 13
EMPREGO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO ..................................... 13
FECHOS PARA COMUNICAÇÕES ............................................................. 16
IDENTIFICAÇÃO DO SIGNATÁRIO............................................................. 16
MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL ......................................................... 17
COESÃO REFERENCIAL ............................................................................ 17
COESÃO LEXICAL....................................................................................... 18
COESÃO POR ELIPSE ................................................................................ 18
COESÃO POR SUBSTITUIÇÃO .................................................................. 18
A IMPESSOALIZAÇÃO DO TEXTO................................................................. 20
USO DO VOCABULÁRIO ................................................................................ 22
O USO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE ................................................... 24
EXPRESSÕES QUE EXIGEM ATENÇÃO ESPECIAL .................................... 28
VÍRGULA.......................................................................................................... 33
CONCORDÂNCIA NOMINAL........................................................................... 37
CONCORDÂNCIA VERBAL............................................................................. 38
CONCORDÂNCIA COM PERCENTUAL ......................................................... 39
A QUESTÃO DA ORTOGRAFIA...................................................................... 40
SISTEMA ORTOGRÁFICO - CORRESPONDÊNCIAS FONOGRÁFICAS... 40
HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS..................................................................... 42
PALAVRAS QUE SUSCITAM DÚVIDAS DE GRAFIA OU SENTIDO. ......... 42
ACENTUAÇÃO GRÁFICA................................................................................ 51
HÍFEN .............................................................................................................. 52
REAVALIAÇÃO DO TEXTO............................................................................. 53
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 54
2
APRESENTAÇÃO
Nosso objetivo é proporcionar aos participantes da oficina oportunidade
de desenvolver estratégias e habilidades que levem a um desempenho mais
seguro e eficiente na produção de textos, consideradas as especificidades da
linguagem em contexto oficial.
Os objetivos específicos das atividades propostas são:
- reconhecer a responsabilidade dos redatores do serviço
público na conservação e manutenção da norma culta.
- familiarizar-se com os gêneros textuais utilizados no ambiente
de trabalho.
- conhecer e utilizar as noções essenciais à estruturação de
textos coesos e coerentes.
- desenvolver estratégias de criação, seleção e ordenamento de
idéias.
- consolidar a prática de planejamento antecipado e de
reavaliação do plano inicial.
- estabelecer parâmetros críticos para revisão e reformulação
de textos a partir do reconhecimento dos problemas mais
freqüentes.
- desenvolver estratégias de leitura, de consulta e de
consolidação de conhecimentos necessários à produção
escrita de acordo com as normas gramaticais da língua
padrão.
- conhecer estratégias que levam ao desenvolvimento contínuo
de habilidades de produção de textos de acordo com as
exigências de eficiência pragmática próprias da administração
pública federal.
Esses objetivos devem se estender por toda prática de escrita do
funcionário para que o seu universo de comunicação e de domínio da língua
escrita seja ampliado continuamente.
Parte-se do pressuposto de que a língua é uma forma de ação, um
modo de vida social, uma construção coletiva. A interação verbal e as relações
coletivas e sociais constitutivas do jogo da linguagem são vistas como
elementos fundamentais que se conjugam na construção da língua. Ou seja, a
língua não se restringe a um conjunto restrito de regras que podem ser
repassadas, memorizadas e aplicadas sem a participação e interferência do
sujeito como agente de uma ação intencional e estratégica sobre o interlocutor
numa determinada situação.
Assim, a metodologia adotada vê a aprendizagem como um processo
contínuo de construção negociada e solidária do objeto lingüístico, no qual a
interação é indispensável. Sendo assim, a oficina que se propõe é apenas um
elemento deflagrador de novas atitudes e posturas diante do ato de escrever e
do aperfeiçoamento contínuo da língua.
3
LÍNGUA PADRÃO
Vejamos as definições do Dicionário Eletrônico Houaiss:
língua padrão
a variante de uma língua que é prestigiada pela comunidade falante e
que supra-regionalmente se torna o meio unificado de comunicação,
usada na mídia, no ensino etc.
norma
Rubrica: lingüística, gramática.
conjunto dos preceitos estabelecidos na seleção do que deve ou não ser
usado numa certa língua, levando em conta fatores lingüísticos e não
lingüísticos, como tradição e valores socioculturais (prestígio, elegância,
estética etc.)
Rubrica: lingüística.
tudo o que é de uso corrente numa língua relativamente estabilizada
pelas instituições sociais
O texto formal utiliza o que chamamos de norma, língua culta ou padrão.
É muito difícil definir o que seja o padrão culto de uma língua, pois estamos
lidando com um fenômeno vivo, sempre em evolução, sujeito a uma infinidade
de influências e transformações. Assim, não há porque se portar perante a
língua de modo submisso a um poder autoritário. O que define a norma ou
padrão culto é o uso, consensualmente aceito e consagrado como correto
pelos falantes que têm alto grau de escolaridade. Isso diz respeito tanto à fala
quanto à escrita.
Historicamente, o padrão depende do poder político, econômico e social
daqueles que o definem e o codificam nas gramáticas escolares e o consagram
na escrita formal. Assim, a língua padrão é o consenso que está nos
documentos oficiais, nas leis, nos livros de qualidade, nos jornais e revistas
tradicionais de grande circulação.
No início do século, a norma estava nos textos literários de autores
como Machado de Assis, Rui Barbosa e Euclides da Cunha. Eles são os
exemplos mais citados em nossas gramáticas descritivas e normativas.
Entretanto, os grandes escritores modernistas trouxeram para a literatura a fala
do povo e novas criações de efeito estilístico (Guimarães Rosa, por exemplo)
que constituem desvios, transgressões às formas aceitas até então na escrita
culta formal. O modernismo constituiu uma forma de revolução na linguagem
literária, libertando-a para novas experiências.
Portanto, não se deve mais generalizar, como se fazia a respeito dos
textos do fim do século dezenove, dizendo que a norma culta está na literatura.
Atualmente, a norma culta deve distinguir os usos literários dos não-literários,
ou seja, dos textos informativos.
A norma padrão assegura a unidade lingüística do país, uma vez que
essa norma se sobrepõe às variedades regionais e individuais, sem eliminá-las.
É exigida em determinadas circunstâncias, mas os dialetos regionais e as
particularidades estilísticas pessoais têm seu espaço na vida social.
4
COMUNICAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO
É necessário assegurar clareza, objetividade e comunicação. Por isso, ao
escrever, convém eliminar palavras muito técnicas, que fazem parte do jargão
de uma determinada profissão, e dispensar palavras e expressões supérfluas,
evitando redundâncias ou expressões vazias, que procuram apenas
impressionar o leitor. Fuja das expressões gastas, dos clichês:
Nós, enquanto brasileiros,...
O sol nasceu para todos...
A questão passa por
A nível de filosofia, é importante...
Desde tempos imemoriais
Observe a seguir os quadros que ironizam a linguagem pedante da
tecnocracia. Você pode escolher aleatoriamente um fragmento de cada coluna
e conseguirá formar uma frase gramaticalmente aceitável, mas sem conteúdo
definido ou consistente.
MANUAL DA TECNOMISTIFICAÇÃO
Madame Natasha tem horror a música. Ela confunde bola de Taffarel com bolero de Ravel.
Habitualmente, a senhora distribui bolsas de estudo aos sábios da parolagem, mas desta vez, graças ao
jornalista Walter Fontoura, passa adiante o tratado do blá-blá-blá.
Trata-se do Guia de Discurso para Tecnocratas Principiantes. Sua versão original teria sido
publicada numa revista polonesa. Fontoura teve acesso a uma tradução de autor desconhecido que vai
publicada adiante, com algumas adaptações. É uma versão melhorada de uma compilação surgida pela
primeira vez há mais de 20 anos, na revista Time. Talvez não seja coisa muito nova, mas certamente é
divertida (para amigos do idioma) e útil (para os inimigos).
O leitor pode combinar qualquer expressão listada na primeira coluna com outras, das demais, na
ordem 1,2,3 e 4. As variações possíveis são cerca de 10 mil. Segundo os autores, permite ao empulhador
que fale ininterruptamente por mais de 40 horas, sem dizer coisa nenhuma
.
Caros colegas,
a execução deste projeto
nos obriga à analise
das nossas opções de
desenvolvimento no
futuro.
Por outro lado,
a complexidade dos
estudos efetuados
cumpre um papel
essencial na formulação
das nossas metas
financeiras e
administrativas.
Assim mesmo,
a expansão de nossa
atividade
exige a precisão e a
definição
dos conceitos de
participação geral.
Não podemos esquecer
que
a atual estrutura da
organização
auxilia a preparação e a
estruturação
das atitudes e das
atribuições da diretoria.
Do mesmo modo,
o novo modelo estrutural
aqui preconizado
contribui para a correta
determinação
das novas proposições.
A prática mostra que
o desenvolvimento de
formas distintas de
atuação
assume importantes
posições na definição
das opções básicas para o
sucesso do programa.
Nunca é demais insistir,
uma vez que
a constante divulgação
das informações
facilita a definição
do nosso sistema de
formação de quadros.
A experiência mostra que
a consolidação das
estruturas
prejudica a percepção da
importância
das condições
apropriadas para os
negócios.
É fundamental ressaltar
que
a análise dos diversos
resultados
oferece uma boa
oportunidade de
verificação
dos índices pretendidos.
O incentivo ao avanço
tecnológico, assim como
o início do programa de
formação de atitudes
acarreta um processo de
reformulação
das formas de ação.
Elio Gaspari - Jornal de Brasília. Brasília, 28, jun. 1998.
5
Quadro 2
COLUNA A
COLUNA B
COLUNA C
COLUNA D
COLUNA E
COLUNA F
COLUNA G
1. A necessidade
emergente
se caracteriza por
uma correta relação
entre estrutura e
superestrutura
no interesse
primário da
população,
substanciando e
vitalizando,
numa ótica
preventiva e não
mais curativa,
a transparência de
cada ato decisional.
2.O quadro
normativo
Prefigura
a superação de
cada obstáculo e/ou
resistência passiva
sem prejudicar o
atual nível das
contribuições,
não assumindo
nunca como
implícito,
no contexto de um
sistema integrado,
um indispensável
salto de qualidade.
3.O critério
metodológico
reconduz a sínteses a pontual
correspondência
entre objetivos e
recursos
com critérios não-
dirigísticos,
potenciando e
incrementando,
na medida em que
isso seja factível,
o aplainamento de
discrepâncias e
discrasias
existentes.
4.O modelo de
desenvolvimento
incrementa o
redirecionamento
das linhas de
tendência em ato
para além das
contradições e
dificuldades iniciais,
evidenciando e
explicitando,
em termos de
eficácia e eficiência,
a adoção de uma
metodologia
diferenciada.
5.O novo tema
social
Propicia o
incorporamento
das funções e a
descentralização
decisionall
numa visão
orgânica e não
totalizante,
ativando e
implementando,
a cavaleiro da
situação
contingente,
a redefinição de
uma nova figura
profissional.
6. O método
participativo
propõe-se a
o reconhecimento
da demanda não
satisfeita
mediante
mecanismos da
participação,
não omitindo ou
calando, mas antes
particularizando,
com as devidas e
imprescindíveis
enfatizações,
o co-envolvimento
ativo de operadores
e utentes.
7. A utilização
potencial
Privilegia
uma
coligação
orgância
interdisciplinar para
uma praxis de
trabalho de grupo,
segundo um módulo
de interdependência
horizontal,
recuperando, ou
antes revalorizando,
como sua premissa
indispensável e
condicionante,
uma congruente
flexibilidade das
estruturas.
Adriano da Gama Kury. Para falar e escrever melhor o português. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p.18.
6
DECISÕES EM RELAÇÃO ÀS ESTRUTURAS
LINGÜÍSTICAS
O falante de uma língua é, de certa forma, um poliglota. Ele fala e usa a língua em
diversas situações, com distintos objetivos, em diferentes níveis. Há distinções
fundamentais nesses usos que é preciso considerar, como as que se dão entre:
• modalidade oral e escrita
• registro formal e informal
• variedade padrão e não-padrão
DISTINÇÕES ENTRE AS MODALIDADES ORAL E ESCRITA
Freqüentemente confundimos as modalidades da língua oral e escrita. Embora
pertençam ao mesmo sistema, essas duas manifestações são apenas parcialmente
semelhantes. Considere o seu próprio uso da linguagem e observe que a língua escrita
não dispõe dos recursos contextuais, como expressões faciais, gestos, entonação, que
enriquecem a oral. Ao escrever, precisamos seguir mais rigorosamente as exigências da
língua padrão, porque o nosso interlocutor está distante e é necessário garantir a
compreensão.
Podemos esquematizar nossos procedimentos:
Na fala
• somos mais espontâneos, não planejamos com antecedência o que vamos falar, a não ser em
situações muito formais ou delicadas;
• temos apoio da situação física, do contexto, do conhecimento do interlocutor, das expressões
faciais, dos gestos, das pausas, das modulações da voz, das referências ao ambiente;
• podemos repetir informações, explicar algum item mal compreendido, podemos resolver
dúvidas do ouvinte;
• usamos frases mais simples, conjunções facilmente compreendidas;
• é muito comum surgirem na fala truncamentos, cortes, repetições, titubeios e problemas de
concordância. Pensamos muito rapidamente e a expressão das nossas idéias pode ser, na
fala, um pouco atrapalhada, pois podemos, a cada momento, corrigir e explicar melhor;
• usamos expressões dialetais com mais freqüência.
Na escrita
• planejamos cuidadosamente o nosso texto para assegurar que o leitor compreenda nossas
idéias sem precisar de mais explicações, pois não temos o apoio do contexto, ou seja, não
podemos resolver dúvidas imediatamente, não dispomos de recursos como gestos, voz,
expressões faciais;
• revisamos para avaliar o funcionamento do texto e evitar repetições desnecessárias de
palavras, truncamentos, problemas de concordância, regência, colocação pronominal,
pontuação, ortografia;
• utilizamos sintaxe mais complexa, que permite a exatidão e a clareza do pensamento; assim,
as orações subordinadas são mais freqüentes na escrita que na fala;
• procuramos utilizar um vocabulário mais exato e preciso, pois temos tempo de procurar a
palavra adequada;
• evitamos gíria e expressões coloquiais, principalmente quando o texto é formal.
Portanto, a escrita não é a simples transcrição da fala. Tem características
próprias e exigências diferentes. Podemos sintetizar as diferenças no seguinte quadro:
FALA ESCRITA
Espontânea Planejada
Evanescente Duradoura
Grande apoio contextual
Ausência de apoio contextual
Face a face
Interlocutor distante
Repetições / redundâncias/ truncamentos/
desvios
Controle da sintaxe / das repetições / da
redundância
Predomínio de orações coordenadas
Predomínio de orações subordinadas
FORMALIDADE E INFORMALIDADE
Tanto a fala como a escrita podem variar quanto ao grau de formalidade.
Há uma gradação que vai da fala mais descontraída
Oi, tá tudo bem?
à fala mais formal, planejada e mais próxima da escrita
Caros ouvintes. Boa Tarde!
e da escrita mais informal
Tô chegando aí. Deixa o parabéns pra mais tarde!
à mais formal
Chegaremos ao local da cerimônia com um pequeno atraso em relação à
programação anteriormente estabelecida. Solicitamos que as atividades
sejam adiadas por alguns minutos.
Cabe ao falante ou redator analisar a situação, o contexto, e decidir como usar as
infinitas possibilidades da língua da forma mais adequada e aceitável, segundo os
objetivos do momento. Para isso é imprescindível ampliar continuamente o acervo de
opções, ou seja, o vocabulário e as formas de combinação das palavras em frases e
textos.
Um dos problemas mais freqüentes na produção de textos de jovens redatores é a
confusão entre a modalidade oral, que permeia e escrita informal, e a modalidade escrita
formal. Para que você tenha ferramentas para analisar essa questão, observe alguns
itens que merecem atenção, porque representam estruturas próprias da fala, podem
aparecer em textos informais, mas muitas vezes são utilizadas indevidamente na escrita
formal:
1. formas reduzidas ou contraídas: pra (para); tô (estou); tá (está); né (não
é); peraí (espere aí); cê (você); taí (está aí).
2. Palavras de articulação entre idéias (repetidas em excesso) que
substituem conjunções mais exatas: então, daí; aí; e; que.
3. Sinais utilizados na fala para orientar a atenção do ouvinte: bem; bom;
veja bem; certo?; viu?; entendeu?; de acordo?; não sabe?; sabe?
4. Verbos de sentido muito geral no lugar de verbos de sentido mais
exato:dar, ficar, dizer, ter, fazer, achar, ser.
5. Gírias e coloquialismos: papo, enche, velho, manera, pega leve, amarra,
se toca, rolando um papo, sem essa.
6. Inconsistência no uso de pronomes: te, você, seu, sua; a gente, nós.
Esses elementos são próprios da fala espontânea, sem planejamento. Aparecem
na escrita de forma eficiente apenas quando se deseja dar ao texto um tom coloquial,
informal, um efeito de intimidade que simula a oralidade ou o diálogo.
8
O PADRÃO OFÍCIO
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do
que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformizá-los,
pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chamamos de padrão
ofício. As peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos
as suas semelhanças.
PARTES DO DOCUMENTO NO PADRÃO OFÍCIO
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes:
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede:
Exemplos:
Mem. 123/2002-MF
Aviso 123/2002-SG
Of. 123/2002-MME
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita:
Exemplo:
Brasília, 15 de março de 1991.
c) assunto: resumo do teor do documento
Exemplos:
Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação.
No caso do ofício deve ser incluído também o endereço.
e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o
expediente deve conter a seguinte estrutura:
– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é
apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho
a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, empregue a forma
direta;
– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais
de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o
que confere maior clareza à exposição;
– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a
posição recomendada sobre o assunto.
9
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em
que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estrutura é
a seguinte:
– introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o
encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve
iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando
a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou
signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
segundo a seguinte fórmula:
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encaminho,
anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral
de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.”
ou
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do
telegrama n
o
12, de 1
o
de fevereiro de 1991, do Presidente da
Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de
modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.”
– desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum
comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar
parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de
desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.
f) fecho;
g) assinatura do autor da comunicação; e
h) identificação do signatário.
FORMA DE DIAGRAMAÇÃO
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de
apresentação:
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em
geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as
fontes Symbol e Wingdings;
c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número da página;
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as
faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direta terão as distâncias
invertidas nas páginas pares (“margem espelho”);
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem
esquerda;
10
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm
de largura;
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
h)deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada
parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma
linha em branco;
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas,
sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que
afete a elegância e a sobriedade do documento;
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A
impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações;
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel
de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos
documentos de texto;
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de
texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos
análogos;
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da
seguinte maneira:
tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do conteúdo
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
11
[Ministério]
[Secretaria/Departamento/Setor/Entidade]
5
cm
[Endereço
para
correspondência].
[Endereço - continuação]
[Telefone e Endereço de Correio Eletrônico]
Ofício n
o
524/1991/SG-PR
Brasília, 27 de maio de 1991.
A Sua Excelência o Senhor
Deputado [Nome]
Câmara dos Deputados
70.160-900 – Brasília – DF
Assunto: Demarcação de terras indígenas
3 cm
Senhor Deputado,
2,5 cm
1.
Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama n
o
154, de 24
de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta n
o
6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento
administrativo de demarcação de terras indígenas instituído pelo Decreto n
o
22, de 4 de
fevereiro de 1991 (cópia anexa).
2.
Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na
definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração as
características sócio-econômicas regionais.
3.
Nos termos do Decreto n
o
22, a demarcação de terras indígenas deverá ser
precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, § 1
o
, da
Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos,
cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente
com o órgão federal ou estadual competente.
4.
Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão encaminhar as
informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmente assegurada a
manifestação de entidades representativas da sociedade civil.
5.
Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio
serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e das
entidades civis acima mencionadas.
6.
Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido
assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e a
demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários, inclusive
daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade.
Atenciosamente 1,5cm
12
PRONOMES DE TRATAMENTO
CONCORDÂNCIA COM OS PRONOMES DE TRATAMENTO
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam
certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal.
Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou
a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É
que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo
sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o
assunto”.
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de
tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu
substituto” (e não “Vossa ... vosso...”).
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical
deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que
compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa
Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher,
“Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.
EMPREGO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO
O emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São
de uso consagrado:
Vossa
Excelência, para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo;
Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza
especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.
b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores;
Ministro do Tribunal de Contas da União;
13
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
c) do Poder Judiciário:
Ministros dos Tribunais Superiores;
Membros de Tribunais;
Juízes;
Auditores da Justiça Militar.
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de
Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do
cargo respectivo:
Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador,
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades
tratadas por Vossa Excelência terá a seguinte forma:
A Sua Excelência o
Senhor
Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70.064-900 – Brasília. DF
A Sua Excelência o
Senhor
Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF
A Sua Excelência o
Senhor
Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10ª Vara Cível
Rua ABC, no 123
01.010-000 – São Paulo. SP
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo
(DD) às autoridades. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer
cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
14
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para
particulares. O vocativo adequado é:
Senhor Fulano de Tal,
No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, n
o
123
70.123 – Curitiba. PR
Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do
superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa
Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento
Senhor.
Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título
acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o
apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem
concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os
bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais
casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da
tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o
vocativo:
Magnífico Reitor,
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia
eclesiástica, são:
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo
correspondente é:
Santíssimo Padre,
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações
aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a
Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima
para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é
empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.
15
FECHOS PARA COMUNICAÇÕES
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de
arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham
sendo utilizados foram regulados pela Portaria n
o
1 do Ministério da Justiça, de
1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-
los, este Manual estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para
todas as modalidades de comunicação oficial:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades
estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no
Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
IDENTIFICAÇÃO DO SIGNATÁRIO
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas
as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade
que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve
ser a seguinte:
(espaço para assinatura)
NOME
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
(espaço para assinatura)
NOME
Ministro de Estado da Justiça
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página
isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior
ao fecho.
16
MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL
Pode-se construir a coesão do texto por meio de vários recursos. A
manutenção do tema é um desses recursos, mas não é suficiente em textos
dissertativos. A ordem das palavras no período, as marcas de gênero e de
número, as preposições, os pronomes pessoais, os tempos verbais, os conectivos
funcionam também como elos coesivos. Cada um desses elementos gramaticais
estabelece conexões, articulações, ligações, concatenando as idéias. Ou seja, a
estrutura gramatical das frases trata de criar coesão entre os constituintes de um
texto. Um exemplo disso é a concordância. Sempre que respeitamos a
concordância, estamos reforçando a coesão. Observe o texto a seguir:
De qualquer forma, o conhecimento ou saber científico
distingue-se dos demais tipos: o popular, o filosófico e o religioso. Em
sua essência o conhecimento científico é real, racional, objetivo,
transcendente aos fatos, analítico, claro, preciso, comunicável,
verificável, dependente de investigação metódica, sistemático,
acumulativo, falível, geral, explicativo, preditivo, aberto e útil.
João Salvador Furtado. Expansão da informação científica. In:
Anais do Seminário de Publicações Periódicas da Área da
Educação. Brasília, INEP, MEC, 1983.
Na segunda linha, os três elementos citados concordam com tipo de
conhecimento e por isso estão no masculino. Nas linhas grifadas, a partir da 3ª,
todas as palavras estão sendo utilizadas em concordância com conhecimento
científico, portanto, estão no masculino singular.
Além dessas formas gramaticais sistemáticas de ligação entre palavras,
existem quatro outras estratégias de coesão, que dependem das escolhas
estilísticas do redator:
• referencial
• lexical
• por elipse
• por substituição
Vejamos como funcionam essas formas de entrelaçamento dos elementos
que constituem um texto.
COESÃO REFERENCIAL
Na elaboração de um texto, a coesão referencial se realiza pela citação de
elementos do próprio texto. Para efetivar essas citações são utilizados pronomes
pessoais, possessivos, demonstrativos ou expressões adverbiais que indicam
localização (a seguir, acima, abaixo, anteriormente, aqui, onde). Esses
recursos podem se referir, por antecipação, a elementos que serão citados na
17
seqüência do texto. Podem, ainda, se referir a elementos já citados no
texto ou que são facilmente identificáveis pelo leitor, como no exemplo:
A explosão da informação é uma das causas do stress do homem
moderno. Ela pode provocar diversas formas de ansiedade.
COESÃO LEXICAL
A manutenção da unidade temática de um texto exige uma certa carga de
redundância. Assim, estabelecemos uma corrente de significados retomando as
mesmas idéias e partes de idéias. Essa corrente é formada pela reutilização
intencional de palavras, pelo uso de sinônimos, ou ainda pelo emprego de
expressões equivalentes para substituir elementos que já são conhecidos do leitor,
como no seguinte exemplo:
O Doutor Fulano de tal falou ao nosso repórter no intervalo do
congresso. O cientista entrevistado reconhece que a partir do
emprego dos conhecimentos científicos foi possível racionalizar os
sistemas de produção. Agora esse estudioso quer contribuir para a
democratização do saber.
COESÃO POR ELIPSE
A estrutura gramatical dos períodos na língua portuguesa permite a
omissão de elementos facilmente identificáveis ou que já foram citados
anteriormente. Algumas vezes, essa omissão é marcada por uma vírgula.
Pronomes, verbos, nomes e frases inteiras podem estar implícitos. Esse recurso
tem o nome de elipse. Veja um exemplo de omissão de sujeito da oração:
A metodologia científica é um conjunto de atividades sistematizadas,
racionais, que, com segurança e economia, permite que os objetivos sejam
atingidos. Implica a concepção das idéias quanto à delimitação do
problema dentro do assunto, identificação de instrumentos, busca de
soluções, análise, comprovação, proposição de uma teoria.
No texto acima, o sujeito do verbo implica é A metodologia científica. Não
precisa ser explicitado, pois é facilmente identificado pelo leitor.
COESÃO POR SUBSTITUIÇÃO
Pode-se substituir substantivos, verbos, períodos ou largas parcelas de
texto por conectivos ou expressões que resumem e retomam o que já foi dito.
18
Alguns exemplos de expressões que servem a esse objetivo são:
Diante do que foi exposto; A partir dessas considerações; Diante desse quadro;
Em vista disso; Tudo o que foi dito; Esse quadro...
19
A IMPESSOALIZAÇÃO DO TEXTO
Um texto é pessoal e subjetivo quando pronomes pessoais e possessivos,
verbos conjugados em primeira e em terceira pessoa, contribuem para que o
diálogo se estabeleça entre autor e leitor de forma explícita, evidente.
Nem sempre temos interesse em deixar explícitas a nossa voz e as diversas
vozes que são trazidas para compor um texto. Muitas vezes queremos adotar uma
posição impessoal, aparentemente neutra, atenuando a dialogia e ocultando o
agente das ações. Gramaticalmente há muitas maneiras de conseguir esse
objetivo. Vejamos algumas delas.
a) Generalizar o sujeito, colocando-o no plural.
Uma forma elegante de se distanciar relativamente da subjetividade é
pluralizar o agente. O uso da primeira e da terceira pessoa do plural é a estratégia
recomendada quando a intenção é atenuar a subjetividade da primeira pessoa,
sem adotar a neutralidade absoluta. Frases como
Procuramos demonstrar..., Os pesquisadores reconhecem..., Nossas
conclusões..., são menos subjetivas que Procurei demonstrar..., Reconheço...,
Minhas conclusões...
b) Ocultar o agente.
A expressão é preciso serve a esse propósito de neutralidade. Assim
também expressões como: é necessário, é urgente, é imprescindível, são
utilizadas para ocultar o agente.
Quem precisa? Quem necessita? Para quem é urgente? Para quem é
imprescindível? Não podemos definir com clareza. Torna-se uma realidade geral,
universal, neutra, objetiva. Os textos dissertativos, informativos, expositivos,
científicos apresentam, muitas vezes, essa característica de ocultar o agente.
Tudo é dito como se fosse uma realidade que se apresenta sem intermediários.
c) Colocar um agente inanimado.
Uma outra maneira de impessoalizar o texto é colocar como agente um ser
inanimado, um fenômeno, uma instituição ou uma organização. Quando escrevo
frases como O Ministério decidiu.., A diretoria ordenou..., O governo protelou..., a
responsabilidade em relação à ação está diluída e não se pode identificar
claramente de onde ou de quem emanou a iniciativa. É um recurso muito utilizado
na administração pública e na política.
20
d) Uso gramatical do sujeito indeterminado.
Como a própria nomenclatura indica, não se pode determinar com precisão
quem realizou uma ação quando usamos a estrutura de sujeito indeterminado. Ela
é muito útil quando queremos inserir uma informação da qual não sabemos a
procedência exata.
Vive-se esperando o aumento de preços.
Acreditava-se em uma diminuição dos impostos.
Fala-se muito em renovação dos quadros funcionais.
e) O uso da voz passiva
Enquanto na voz ativa temos um agente explícito, na voz passiva esse
agente pode estar oculto. Assim, usar a passiva sem esclarecer seu agente é um
recurso gramatical para impessoalizar a informação. Veja o exemplo:
Novas descobertas foram realizadas em centros de estudo e
laboratórios ao redor do mundo. Está sendo revelado ao mundo que o
cérebro é um órgão mais fascinante, complexo e poderoso do que antes se
imaginava.
Quem realizou? Quem está revelando? A voz passiva oculta o agente.
Como vimos, há diversas maneiras de tornar o texto impessoal, e todas elas
utilizam recursos e possibilidades presentes no sistema gramatical da língua. Mas
cuidado, o excesso de impessoalização nos textos oficiais pode ser um fator
negativo.
21
USO DO VOCABULÁRIO
Um dos pontos importantes para um texto bem estruturado, adequado à
situação e aos objetivos do redator, é a escolha cuidadosa do vocabulário, ou
seja, a questão lexical. Algumas pessoas têm dificuldade na seleção da palavra
certa.
A solução é ter paciência e esperar um pouco até que o “arquivo” mental
processe o pedido e devolva uma série de possibilidades. Dessa lista ou
paradigma é fácil eleger a palavra que mais combina com o contexto, que é mais
exata para a idéia que se quer transmitir. Não se satisfaça com a primeira opção
que vem à cabeça, pois quase sempre é a mais pobre.
Imaginemos que você vai escrever um texto sobre trabalhadores rurais
brasileiros de diversas regiões. Para não repetir essa mesma expressão, é
necessário procurar outras opções, como: lavrador, camponês, agricultor,
campestre, rústico, campeiro, campesino, campesinho, campino, agreste, rurícula,
sem-terra, bóia-fria, morador, peão, vaqueiro, chapadeiro, caipira. Se você for ao
dicionário ainda vai encontrar inúmeras expressões regionais como: araruama,
babaquara, babeco, baiano, baiquara, beira-corgo, beiradeiro, biriba ou biriva,
botocudo, brocoió, bruaqueiro, caapora, caboclo, caburé, cafumango, caiçara,
cambembe, camisão, canguaí, canguçu, capa-bode, capiau, capicongo, capuava,
capurreiro, cariazal, casaca, casacudo, casca-grossa, catatuá, catimbó,
catrumano, curau, curumba, groteiro, guasca, jeca, macaqueiro, mambira, mandi
ou mandim, mandioqueiro, mano-juca, maratimba, mateiro, matuto, mixanga,
mixuango ou muxuango, mocorongo, moqueta, mucufo, pé-duro, pé-no-chão,
pioca, piraguara, piraquara, queijeiro, restingueiro, roceiro, saquarema, sertanejo,
sitiano, sitiante, tabaréu, tapiocano, urumbeba ou urumbeva. (Dicionário Aurélio
Eletrônico).
A escolha vai depender da análise dos objetivos do texto. Alguns termos
enfatizam o trabalho ou a origem da pessoa, outros têm um sentido pejorativo
associado à idéia de primitivo, em oposição à de civilizado. Uma seleção
inadequada pode prejudicar o funcionamento do texto e causar efeito inverso ao
que se deseja. O segredo do uso adequado do vocabulário é selecionar e
combinar cuidadosamente.
Na seleção dos verbos, o processo é semelhante. Não se pode ficar
satisfeito com a primeira possibilidade que vem à mente. Assim, para o campo
semântico do verbo ter, em cada uma de suas acepções, há uma série de outras
opções, talvez mais ricas e mais exatas:
22
1. Tem muitos bens. (É dono de, possui)
2. Tinha as pastas de documentos nos braços.(segurava, carregava,
sustinha, trazia)
3. Os funcionários esperam ter férias em julho. (usufruir, desfrutar, gozar)
4. Tinha grande poder. (detinha)
5. Ainda tem recursos para a viagem. (dispõe de)
6. Não conseguia ter o poder por muito tempo. (manter, conservar)
7. Teve um cargo de chefia. (ocupou, obteve, alcançou, exerceu,
conseguiu, conquistou)
8. Tinha a admiração de todos. (obtinha, conquistava, atraía, conseguia,
despertava, provocava)
9.O documento tinha muitos argumentos. (continha, encerrava,
apresentava, arrolava)
10.Ele tem uma doença contagiosa. (padece de, sofre de, é portador de)
11.Teve uma forte emoção. (sentiu, experimentou, viveu)
12. Tem bom aspecto. (apresenta, mostra, ostenta)
13.Tivemos em nossa casa um ilustre hóspede.(acolhemos, abrigamos,
recebemos)
14. Na cerimônia, tinha um belo terno. (trajava, usava, vestia, trazia)
15. Ele teve muita iniciativa. (mostrou, revelou, deu prova de, demonstrou)
16. Tenho a mesma opinião. (adoto, acato, sigo, aceito)
17. Teve a punição merecida. (recebeu, sofreu)
18. Teve resposta positiva. (obteve, recebeu)
19. Cidadãos conscientes têm amor à história. (consagram, dedicam,
devotam, tributam)
20. Ele já tem 90 anos. (completou, conta)
21.Tenho de falar. (devo, preciso, necessito)
O verbo dar, que também é um verbo genérico, dependendo do contexto,
pode ser substituído por: doar, ofertar, oferecer, produzir, resultar, ceder,
conceder, apresentar, manifestar, revelar, cometer, causar, soltar, emitir,
publicar, divulgar, realizar, vender, administrar, aplicar, ministrar, proferir,
dedicar, consagrar, provocar, reservar, render, propor, trazer, conter, incluir,
registrar, consignar, atribuir, encontrar, incidir, divisar, avistar, perceber,
bastar, ser suficiente, ter vocação, cismar, sentir, acontecer... ou outros.
Nosso léxico é muito rico e não devemos nos contentar com o mínimo. Vale
a pena investir na ampliação do nosso acervo individual para produzir textos
melhores.
23
O USO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE
Compreender o funcionamento da crase é relativamente simples. Alguns
verbos transitivos indiretos exigem o uso de uma preposição a; quando em
seguida a esses verbos há uma palavra feminina que admite artigo feminino a, os
dois as se encontram e acontece a crase:
José entregou o livro a >>>>> a professora recebeu o livro.
José entregou o livro à professora.
Quando o sentido do complemento é indeterminado, genérico, o sinal indicativo de
crase é dispensável.
Sentido determinado (1) – Sentido indeterminado (2)
Direito
à licença de seis meses (1).
Direito
a licença remunerada (2).
Transferência do ônus tributário a terceira pessoa (2).
Corresponde
a determinada função lógica (2).
Direito
à insalubridade de grau máximo (1).
Faz jus à aposentadoria especial (1).
Crimes sujeitos a ação penal pública (2).
Caso em que a sentença está sujeita a apelação (2).
Os portadores de necessidades especiais terão direito a sala própria (2).
Não se usa sinal indicativo de crase antes de
• verbo;
• palavra masculina;
• pronomes indefinidos; quem, alguém;
• pronomes demonstrativos: esse, este (EXCETO AQUELA E AQUELE);
• pronomes pessoais: ela, mim;
porque essas palavras nunca são antecedidas por artigo feminino. Em todos
estes exemplos, a é preposição.
José entregou o livro ao amigo.
José entregou o livro a quem pediu.
José entregou o livro a ser lido.
José entregou o livro a esse homem.
José entregou o livro a ela.
Não se usa crase também em expressões como:
cara a cara
de alto a baixo
de baixo a cima
de fora a fora
dia a dia
face a face
frente a frente
gota a gota
24
Uso facultativo
1 - Antes do possessivo: Levou a encomenda a sua (ou à sua) tia. / Não fez
menção a nossa empresa (ou à nossa empresa). Na maior parte dos casos, a
crase dá clareza a este tipo de oração.
2 - Antes de nomes de mulheres: Declarou-se a Joana (ou à Joana). Em geral, se
a pessoa for íntima de quem fala, usa-se a crase; caso contrário, não.
3 - Com até: Foi até a porta (ou até à). / Até a volta (ou até à).
Locuções com e sem crase
a álcool
à altura (de)
à americana
à argentina
à baiana
à baila
à baioneta calada
à bala
a bandeiras
despregadas
à base de
à beça
à beira (de)
à beira-mar
à beira-rio
a bel-prazer
a boa distância de
à boca pequena
à bomba
a bordo
a bordoadas
a braçadas
à brasileira
à bruta
à busca (de)
a cabeçadas
à cabeceira (de)
à caça (de)
a cacetadas
a calhar
a cântaros
a caráter
à carga
a cargo de
à cata (de)
a cavalo
a cerca de
a certa distância
à chave
a chibatadas
a chicotadas
a começar de
à minha disposição
à minha espera
à minuta
à moda (de)
à moderna
a montante
à morte
à mostra
a nado
à navalha
à noite
à noitinha
à nossa disposição
à nossa espera
ante as
à ocidental
a óleo
a olho nu
à ordem
à oriental
a ouro
à paisana
a pão e água
a par
à parte
a partir de
a passarinho
a passos largos
a pauladas
à paulista
a pé
a pedidos
a pequena distância
a pilha
a pino
à ponta de espada
à ponta de faca
a pontapés
a ponto de
a porretadas
à porta
a portas fechadas
À sorrelfa
à sorte
a sós
às portas de
às pressas
às quais
às que (=àquelas que)
às quartas-feiras
às quatro (horas)
às quintas-feiras
às quinze (horas)
às segundas-feiras
às seis (horas)
às sete horas
às sextas-feiras
às sete (horas)
às soltas
às suas ordens
às tantas
às terças-feiras
às tontas
às três (horas)
às turras
à sua disposição
à sua escolha
à sua espera
à sua maneira
à sua moda
à sua saúde
às últimas
à superfície (de)
às vésperas (de)
às vezes
às vinte (horas)
às vistas de
às voltas com
à tarde
à tardinha
a termo
à testa (de)
à tinta
a tiracolo
25
à conta (de)
a contar de
à cunha
a curto prazo
à custa (de)
a dedo
à deriva
a desoras
a diesel
à direita
à disparada
à disposição
a distância
a duras penas
a elas(s), a ele(s)
a eletricidade
à entrada (de)
a escâncaras
à escolha (de)
à escovinha
à escuta
a esmo
à espada
à espera (de)
à espora
à espreita (de)
à esquerda
a esse(s), a essa(s)
a este(s), a esta(s)
a estibordo
à evidência
à exaustão
à exceção de
a expensas de
à faca
a facadas
à falta de
à fantasia
à farta
à feição (de)
a ferro
a ferro e fogo
à flor da pele
à flor de
à fome
à força (de)
à francesa
à frente (de)
à fresca
a frio
a fundo
a galope
a gás
a gasolina
à gaúcha
à portuguesa
a postos
a pouca distância
à praia
a prazo
à pressa
à prestação
a prestações
à primeira vista
a princípio
à procura (de)
à proporção que
a propósito
à prova
à prova d'água
à prova de fogo
a público
a punhaladas
à pururuca
a quatro mãos
à que (=àquela que)
àquela altura
àquela hora
àquelas horas
àquele dia
àqueles dias
àquele tempo
àqueloutro(s)
àqueloutra(s)
à queima-roupa
a querosene
à raiz de
à razão (de)
à ré
à rédea curta
a respeito de
à retaguarda
à revelia (de)
a rigor
a rir
à risca
à roda (de)
a rodo
à saciedade
à saída
às apalpadelas
às armas !
à saúde de
às ave-marias
às avessas
às bandeiras
despregadas
às barbas de
às boas
às cambalhotas
a tiro
à toa
à-toa
a toda
a toda a brida
a toda força
a toda hora
à tona (de)
a toque de caixa
à traição
a três por dois
à tripa forra
a trote
à última hora
à uma (hora)
à unha
à vaca-fria
a valer
à valentona
a vapor
a vela
a velas pandas
à venda
avião a jato
à Virgem
à vista (de)
à vista desarmada
à vista disso
à volta (de)
à vontade
à-vontade
à vossa disposição
a zero
à zero hora
bater à porta
beber à saúde de
cara a cara
cheirar a perfume
cheirar a rosas
condenado à morte
dar à estampa
dar à luz
dar a mão à palmatória
dar tratos à bola
dar vazão à
de alto a baixo
de cabo a rabo
de fora a fora
de mais a mais
de mal a pior
de parte a parte
de ponta a ponta
descer à sepultura
de sol a sol
de uma ponta à outra
26
a gosto
à grande
a grande distância
a granel
à guisa de
à imitação de
à inglesa
a instâncias de
à italiana
à janela
a jato
a joelhadas
a juros
a jusante
a lápis
à larga
a lenha
à livre escolha
a longa distância
a longo prazo
a lufadas
à Luís XV
a lume
à luz
à Machado de Assis
a mais
a mando de
à maneira de
à mão
à mão armada
à mão direita
à mão esquerda
à máquina
à margem (de)
à marinheira
a marteladas
à matroca
à medida que
a medo
a meia altura
a meia distância
à meia-noite
a meio pau
a menos
à mercê (de)
à mesa
à mesma hora
a meu ver
à mexicana
à milanesa
à mineira
à míngua (de)
às carradas
às carreiras
às catorze (horas)
às cegas
às centenas
às cinco (horas)
às claras
às costas
às de vila-diogo
às dez (horas)
às dezenas
às direitas
a distância
à distância de
às doze horas
às duas (horas)
às dúzias
a seco
a seguir
à semelhança de
às encobertas
a sério
a serviço
às escâncaras
às escondidas
às escuras
às esquerdas
a sete chaves
às expensas de
às falas
às favas
às gargalhadas
às lágrimas
às léguas
às mancheias
às margens de
às marteladas
às mil maravilhas
às moscas
às nove (horas)
às nuvens
à sobremesa
à socapa
às ocultas
às oito (horas)
à solta
à sombra (de)
a sono solto
às onze (horas)
às ordens (de)
a socos
dia a dia
em que pese a
exceção à regra
face a face
falar à razão
faltar à aula
fazer as vezes de
folha a folha
frente a frente
gota a gota
graças às
hora a hora
ir à bancarrota
ir à forra
ir às compras
ir às do cabo
ir às nuvens
ir às urnas
jogar às feras
lado a lado
mandar às favas
mãos à obra
marcha à ré
meio a meio
nem tanto ao mar, nemtanto
à terra
palmo a palmo
para a frente
passar à frente
passo a passo
perante as
pôr à mostra
pôr à prova
pôr as mãos à cabeça
pôr fim à vida
quanto às
recorrer à polícia
reduzir à expressão mais
simples
reduzir a zero
sair à rua
saltar à vista
terra a terra
tirar à sorte
todas as vezes
uma à outra
umas às outras
valer a pena
voltar à carga
voltar à cena
voltar às boas
27
EXPRESSÕES QUE EXIGEM ATENÇÃO ESPECIAL
Apresentamos, a seguir, lista de expressões cujo uso ou repetição deve ser
evitado, indicando com que sentido devem ser empregadas e sugerindo
alternativas vocabulares a palavras que costumam constar com excesso dos
expedientes oficiais.
à medida que/na medida em que
À medida que (locução proporcional) – à proporção que, ao passo que, conforme:
Os preços deveriam diminuir à medida que diminui a procura. Na medida em que
(locução causal) – pelo fato de que, uma vez que: Na medida em que se
esgotaram as possibilidades de negociação, o projeto foi integralmente vetado.
Evite os cruzamentos – bisonhos, canhestros – *à medida em que, *na medida
que...
a partir de
A partir de deve ser empregado preferencialmente no sentido temporal: A
cobrança do imposto entra em vigor a partir do início do próximo ano. Evite repeti-
la com o sentido de ‘com base em’, preferindo considerando, tomando-se por
base, fundando-se em, baseando-se em.
ambos/todos os dois
Ambos significa ‘os dois’ ou ‘um e outro’. Evite expressões pleonásticas como
ambos dois, ambos os dois, ambos de dois, ambos a dois. Quando for o caso de
enfatizar a dualidade, empregue todos os dois: Todos os dois Ministros assinaram
a Portaria..
anexo/em anexo
O adjetivo anexo concorda em gênero e número com o substantivo ao qual se
refere: Encaminho as minutas anexas. Dirigimos os anexos projetos à Chefia. Use
também junto, apenso. A locução adverbial em anexo, como é próprio aos
advérbios, é invariável: Encaminho as minutas em anexo. Em anexo, dirigimos os
projetos à Chefia. Empregue também conjuntamente, juntamente com.
ao nível de/em nível (de)
A locução ao nível tem o sentido de à mesma altura de: Fortaleza localiza-se ao
nível do mar. Evite seu uso com o sentido de em nível, com relação a, no que se
refere a. Em nível significa ‘nessa instância’: A decisão foi tomada em nível
Ministerial; Em nível político, será difícil chegar-se ao consenso. A nível (de)
constitui modismo que é melhor evitar.
assim
Use após a apresentação de alguma situação ou proposta para ligá-la à idéia
seguinte. Alterne com: dessa forma, desse modo, diante do exposto, diante disso,
conseqüentemente, portanto, por conseguinte, assim sendo, em conseqüência,
em vista disso, em face disso.
28
através de/por intermédio de
Através de quer dizer de lado a lado, por entre: A viagem incluía deslocamentos
através de boa parte da floresta. Evite o emprego com o sentido de meio ou
instrumento; nesse caso empregue por intermédio, por, mediante, por meio de,
segundo, servindo-se de, valendo-se de: O projeto foi apresentado por intermédio
do Departamento. O assunto deve ser regulado por meio de decreto. A comissão
foi criada mediante portaria do Ministro de Estado.
bem como
Evite repetir; alterne com e, como (também), igualmente, da mesma forma. Evite o
uso, polêmico para certos autores, da locução bem assim como equivalente.
cada
Este pronome indefinido deve ser usado em função adjetiva: Quanto às famílias
presentes, foi distribuída uma cesta básica a cada uma. Evite a construção
coloquial foi distribuída uma cesta básica a cada.
causar
Evite repetir. Use também originar, motivar, provocar, produzir, gerar, levar a,
criar.
constatar
Evite repetir. Alterne com atestar, apurar, averiguar, certificar-se, comprovar,
evidenciar, observar, notar, perceber, registrar, verificar.
dado/visto/haja vista
Os particípios dado e visto têm valor passivo e concordam em gênero e número
com o substantivo a que se referem: Dados o interesse e o esforço demonstrados,
optou-se pela permanência do servidor em sua função. Dadas as circunstâncias...
Vistas as provas apresentadas, não houve mais hesitação no encaminhamento do
inquérito. Já a expressão haja vista, com o sentido de uma vez que ou seja
considerado, veja-se, é invariável: O servidor tem qualidades, haja vista o
interesse e o esforço demonstrados. Haja visto (com -o) é inovação oral brasileira,
evidentemente descabida em redação oficial ou outra qualquer.
de forma que, de modo que/de forma a, de modo a
De forma (ou maneira, modo) que nas orações desenvolvidas: Deu amplas
explicações, de forma que tudo ficou claro. De forma (maneira ou modo) a nas
orações reduzidas de infinitivo: Deu amplas explicações, de forma (maneira ou
modo) a deixar tudo claro. São descabidas na língua escrita as pluralizações orais
vulgares *de formas (maneiras ou modos) que...
deste ponto de vista
Evite repetir; empregue também sob este ângulo, sob este aspecto, por este
prisma, desse prisma, deste modo, assim, destarte.
29
detalhar
Evite repetir; alterne com particularizar, pormenorizar, delinear, minudenciar.
devido a
Evite repetir; utilize igualmente em virtude de, por causa de, em razão de, graças
a, provocado por.
dirigir
Quando empregado com o sentido de encaminhar, alterne com transmitir, mandar,
encaminhar, remeter, enviar, endereçar.
“disruptivo”
Aportuguesamento do inglês disruptive (de disrupt: ‘desorganizar, destruir,
despedaçar’), a ser evitado dada a existência de inúmeras palavras com o mesmo
sentido em português (desorganizador, destrutivo, destruidor, e o bastante
próximo, embora pouco usado, diruptivo). Acrescente-se, ainda, que, por ser de
uso restrito ao jargão de economistas e sociólogos, o uso dessa palavra confunde
e não esclarece em linguagens mais abrangentes.
“ele é suposto saber”
Construção tomada de empréstimo ao inglês he is supposed to know, sem
tradição no português. Evite por ser má tradução. Em português: ele deve(ria)
saber, supõe-se que ele saiba.
em face de
Sempre que a expressão em face de equivaler a diante de, é preferível a regência
com a preposição de; evite, portanto, face a, frente a.
enquanto
Conjunção proporcional equivalente a ao passo que, à medida que. Evitar a
construção coloquial enquanto que.
especialmente
Use também principalmente, mormente, notadamente, sobretudo, nomeadamente,
em especial, em particular.
inclusive
Advérbio que indica inclusão; opõe-se a exclusive. Evite-se o seu abuso com o
sentido de ‘até’; nesse caso utilize o próprio até ou ainda, igualmente, mesmo,
também, ademais.
informar
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Alterne com comunicar, avisar, noticiar, participar, inteirar, cientificar,
instruir, confirmar, levar ao conhecimento, dar conhecimento; ou perguntar,
interrogar, inquirir, indagar.
nem
Conjunção aditiva que significa ‘e não’, ‘e tampouco’, dispensando, portanto, a
conjunção e: Não foram feitos reparos à proposta inicial, nem à nova versão do
projeto. Evite, ainda, a dupla negação não nem, nem tampouco, etc. *Não pôde
encaminhar o trabalho no prazo, nem não teve tempo para revisá-lo. O correto é
...nem teve tempo para revisá-lo.
no sentido de
empregue também com vistas a, a fim de, com o fito (objetivo, intuito, fim) de, com
a finalidade de, tendo em vista ou mira, tendo por fim.
objetivar/ter por objetivo
Ter por objetivo pode ser alternado com pretender, ter por fim, ter em mira, ter
como propósito, no intuito de, com o fito de. Objetivar significa antes ‘materializar’,
‘tornar objetivo’ (objetivar idéias, planos, o abstrato), embora possa ser empregado
também com o sentido de ‘ter por objetivo’. Evite-se o emprego abusivo
alternando-o com sinônimos como os referidos.
onde
Como pronome relativo significa em que (lugar): A cidade onde nasceu. O país
onde viveu. Evite, pois, construções como “a lei onde é fixada a pena” ou “o
encontro onde o assunto foi tratado”. Nesses casos, substitua onde por em que,
na qual, no qual, nas quais, nos quais. O correto é, portanto: a lei na qual é fixada
a pena, o encontro no qual (em que) o assunto foi tratado.
operacionalizar
Neologismo verbal de que se tem abusado. Prefira realizar, fazer, executar, levar a
cabo ou a efeito, pôr em obra, praticar, cumprir, desempenhar, produzir, efetuar,
construir, compor, estabelecer. É da mesma família de agilizar, objetivar e outros
cujo problema está antes no uso excessivo do que na forma, pois o acréscimo dos
sufixos -izar e -ar é uma das possibilidades normais de criar novos verbos a partir
de adjetivos (ágil + izar = agilizar; objetivo + ar = objetivar). Evite, pois, a repetição,
que pode sugerir indigência vocabular ou ignorância dos recursos do idioma.
opinião/“opinamento”
Como sinônimo de parecer, prefira opinião a opinamento. Alterne com parecer,
juízo, julgamento, voto, entendimento, percepção.
opor veto (e não apor)
31
Vetar é opor veto. Apor é acrescentar (daí aposto, (o) que vem junto). O
veto, a contrariedade são opostos, nunca apostos.
pertinente/pertencer
Pertinente (derivado do verbo latino pertinere) significa pertencente ou oportuno.
Pertencer se originou do latim pertinescere, derivado sufixal de pertinere. Esta
forma não sobreviveu em português; não empregue, pois, formas inexistentes
como “no que pertine ao projeto”; nesse contexto uso no que diz respeito, no que
respeita, no tocante, com relação.
posição/posicionamento
Posição pode ser alterado com postura, ponto de vista, atitude, maneira, modo.
Posicionamento significa disposição, arranjo’, e não deve ser confundido com
posição.
relativo a
Empregue também referente a, concernente a, tocante a, atinente a, pertencente
a, que diz respeito a, que trata de, que respeita.
ressaltar
Varie com destacar, sublinhar, salientar, relevar, distinguir, sobressair.
pronome “se”
Evite abusar de seu emprego como indeterminador do sujeito. O simples emprego
da forma infinitiva já confere a almejada impessoalidade: “Para atingir esse
objetivo há que evitar o uso de coloquialismo” (e não: Para atingir-se ... Há que se
evitar...). É cacoete em certo registro da língua escrita no Brasil, dispensável
porque inútil.
tratar (de)
Empregue também contemplar, discutir, debater, discorrer, cuidar, versar, referir-
se, ocupar-se de.
viger
Significa vigorar, ter vigor, funcionar. Verbo defectivo, sem forma para a primeira
pessoa do singular do presente do indicativo, nem para qualquer pessoa do
presente do subjuntivo, portanto. O decreto prossegue vigendo. A portaria vige. A
lei tributária vigente naquele ano (...).
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VÍRGULA
A vírgula é o sinal de pontuação que indica pequena pausa na leitura.
Usa-se a vírgula:
1. Para separar palavras da mesma classe gramatical.
Ex.: Cheguei, vi, observei e não gostei.
Amor, fortuna, ciência, somente isso não traz felicidade.
2. Para separar os vocativos.
Ex.:Recordem, alunos, as correções.
Meus filhos, combatei vibrantemente a prepotência.
3. Para separar o aposto do termo fundamental.
Ex.: Brasília, Capital da República, foi fundada em 1960.
4. Para separar certas palavras e expressões explicativas, retificativas, tais como:
por exemplo, ou melhor, ou antes, isto é, por assim dizer, além disso, aliás, com
efeito, então, outrossim etc.
Ex.: O político era muito respeitado, ou antes, muito temido.
Eles gastaram R$500,00, isto é, tudo o que tinham.
A mercearia comercializou meia saca de feijão, ou seja, 30kg.
Obs.: A locução conjuntiva ou seja é invariável, não apresenta variação de plural.
5. Para separar orações coordenadas assindéticas.
Ex.:Nascemos nas lágrimas, vivemos no sofrimento, morremos na dor.
É homem rico, simpático, inteligente.
Cheguei, vi, venci.
6. Antes de todas as conjunções coordenativas (exceto e e nem).
Ex.:leda queria falar, mas não podia.
Não chore, que será pior.
Cumprimos nossa obrigação, logo nada temos a temer.
Quer chova, quer faça sol, iremos a Criciúma.
7. Para separar orações coordenadas pela conjunção e, quando os sujeitos forem
diferentes.
Ex.: A mulher aceita o homem por amor ao casamento, e o homem
tolera o matrimônio por amor à mulher.
Os primeiros têm efeitos, e os segundos, conseqüências.
9. Antes de e e nem repetidos, quer por ênfase, quer por enumeração.
Ex.: “Ele fez o céu, e a terra, e o mar, e tudo quanto há neles.”
(Padre Antônio Vieira)
Não recebi mais dela nem carta, nem recado, nem telefonema, nem
nada.
Observações:
a) A conjunção nem dispensa a vírgula quando liga orações, palavras ou
expressões de pequena extensão.
Ex.: Elisabete não ouve nem fala.
Nem meu primo nem eu freqüentamos esse clube.
Sendo outra a extensão, todavia:
Ex.: João não casa, nem deixa que a noiva com outro se case.
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O garoto não dormia, nem deixava que os pais dormissem.
b) A conjunção ou, quando liga palavras curtas, sem qualquer caráter enfático,
dispensa a vírgula.
Ex.:A boa ou má fortuna não o alteraram. Os mendigos pediam
dinheiro ou comida?
Só se houver ênfase poderá haver vírgula.
Ex.: Os mendigos pediam dinheiro, ou comida?
c) Das conjunções adversativas (mas, porém, todavia, contudo etc.), só mas
aparece obrigatoriamente no começo da oração; as demais podem vir no início ou
no meio dela. No primeiro caso, põe-se a vírgula antes da conjunção; no segundo,
a conjunção deve aparecer entre vírgulas.
Ex.: Ficarei com a casa, mas não posso pagá-la à vista.
Ficarei com a casa, não posso, porém, pagá-la à vista.
d) Entre as orações (em casos como nos exemplos acima) pode-se empregar o
ponto e vírgula em vez da vírgula.
Ex.: Ficarei com a casa; porém não posso pagá-la à vista.
Ficarei com a casa; não posso, porém, pagá-la à vista.
e)
É facultativo, dependendo de ênfase ou não, o emprego da vírgula
depois das conjunções que principiem períodos.
Ex.: Muitos alunos são displicentes. Todavia, nem todos chegam à
aula atrasados.
Isso jamais aconteceu em nossa cidade. Portanto vamos
festejar.
10. Para separar o adjunto adverbial anteposto.
Ex.: Do nosso lugar, toda a cidade podia ser vista.
Depois de algum tempo, os convidados chegaram.
Se, no entanto, ao adjunto se segue imediatamente o verbo com o sujeito
posposto, dispensa-se a vírgula.
Ex.:Do nosso lugar podia ser vista toda a cidade.
Depois de algum tempo chegaram os convidados.
Adjuntos adverbiais de pequeno corpo costumam dispensar a vírgula, que só deve
aparecer em casos de ênfase.
Ex.: Cedo chegaram os viajantes.
Aqui, trabalha-se muito.
11. Para separar adjetivos que exercem função predicativa.
Ex.:Sereno e tranqüilo, caminhou o condenado à forca.
Não esperava que ele, inteligente e culto, dissesse tamanha
asneira.
12. Para separar objetos pleonásticos ou termos repetidos.
Ex.: Amigos sinceros, já não os há.
Os pobres de espírito, ignoro-os.
Obs.: Omite-se a vírgula quando não se deseja dar ênfase ao objeto.
Ex.: As rosas fê-Ias Deus para as mãos pequeninas de Bianca.
13.Para separar termos deslocados de sua posição normal da oração.
Ex.: As laranjas, você chegou a comprar?
De mim, elas gostam?
14. Para separar o nome da localidade, nas datas.
Ex.: Brasília, 12 de janeiro de 1997.
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15. Para indicar a omissão de uma palavra (geralmente verbo) ou de um
grupo de palavras.
Ex.: Cristina ficou alegre; eu, muito triste.
O espírito busca luz; o coração, o amor.
16. Para separar orações reduzidas de gerúndio, de particípio e de infinitivo.
Ex.: Chegando o diretor, avise-me imediatamente!
Terminada a conferência, foi-nos oferecido um jantar.
Para chegar lá, faltavam-me apenas dois quilômetros.
17. Para separar orações adverbiais intercaladas.
Ex.: Eu, para não ser indelicado, calei-me.
A estrada, disse-nos o guarda, está alagada.
18. Para separar orações principais e coordenadas do tipo:
Ex.:Nossa economia, insistia, melhora sensivelmente.
Nossas exportações, dizia o ministro, aumentaram
consideravelmente no ano que passou.
19. Para separar orações adverbiais e substantivas quando antepostas à principal.
Ex.:Embora estivesse muito cansado, compareci à reunião.
Se tudo correr bem, iremos a Madri ano que vem.
Obs.:Quando a oração adverbial estiver posposta à principal, só é recomendável o
uso da vírgula em dois casos:
a) se a oração principal possui certa extensão.
Ex.: O ar poluído das grandes cidades, como São Paulo, corrói a vida
das pessoas, embora algumas não percebam a curto prazo.
b) se a oração principal estiver seguida de qualquer outra.
Ex.: Devemos escolher para esposa a mulher que escolheríamos
para amigo, se ela fosse homem.
20. Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
Ex.: A beleza, que é fonte do amor, é também a fonte das maiores
desgraças deste mundo.
Obs.: As orações adjetivas explicativas podem ser eliminadas sem prejuízo do
sentido da oração principal.
21. Depois de oração subordinada adjetiva restritiva (principalmente quando os
verbos se seguem um ao outro).
Ex.:A mobilidade que sobeja na mocidade, falece na velhice.
Obs.:Quer no meio, quer no fim do período, a oração adjetiva restritiva não vem
separada por vírgula; não se pode excluí-la do período.
Ex.: O homem que esteve aqui ontem virá outra vez amanhã.
Os pecadores que se arrependerem serão perdoados.
22.Para destacar palavras ou expressões isoladas.
Ex.: Ação, não palavras, é o de que precisamos.
23.Para separar palavras repetidas que têm função superlativa.
Ex.: A parede da casa era branquinha, branquinha!
24. Para separar os elementos paralelos de um provérbio.
Ex.:Tal pai, tal filho.
Nem sábado sem sol, nem moça sem amor.
Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso.
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25. Depois do sim e do não, usados como resposta, no início da frase.
Ex.: Sim, vou a Brasília.
Não, é impossível satisfazer o seu desejo.
Atenção! Constitui erro grave e imperdoável o emprego da vírgula entre o
sujeito e o verbo e entre o verbo e seus complementos.
Ex.: Luis mereceu o prêmio. (E não: Luís, mereceu o
prêmio.)
Você quer tomar vinho? (E não: Você quer tomar,
vinho?)
O Diretor resolve... (E não: O Diretor, resolve...)
Em rigor, é redundância o uso de vírgula antes de etc., pois et coetera significa e
outras coisas.
Ex.: Comprei selos, papel, lápis e outras coisas.
A abreviatura etc. só deve ser empregada para coisas; constitui erro dizer: Pedro,
Paulo, João etc. De modo algum se justifica a repetição da abreviatura.
Ex.: Compramos tomates, bananas etc. etc.
Observem a colocação das vírgulas:
Acrescenta § 6.º ao art. 478 da Consolidação das Leis do Trabalho.
O disposto no § 1.º do art. 55 da Constituição...
Exigências relativas à legitimidade de iniciativa exclusiva contidas no art. 61,
caput, combinado com o art. 96, inciso II, alínea b, do Projeto de Lei n.º 1.640-A,
de 1989.
Nas ementas:
Estabelece o Dia Universal da Liberdade, comemorado a 4 de junho, e dá outras
providências.
Dispõe sobre a organização da seguridade social, institui plano de custeio e dá
outras providências.
Institui contribuição social, cria o Fundo de Investimento Social - FINSOCIAL, e dá
outras providências.
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CONCORDÂNCIA NOMINAL
1. Definição
É a concordância do adjetivo com o substantivo.
2. Regra geral
O adjetivo concorda com o substantivo em gênero e número
Ex.: Rios imensos. Águas claras.
3. Regras especiais
a) Adjetivo referente a dois ou mais
substantivos do mesmo gênero vai para
o plural, ou concorda com o mais
próximo.
Exército e povo brasileiros.
Exército e povo brasileiro.
Marinha e Aviação brasileiras.
Marinha e Aviação brasileira.
b) Adjetivo referente a dois ou mais
substantivos de gênero diferente vai
para o masculino plural, ou concorda
com o mais próximo.
Se o adjetivo estiver colocado antes do
substantivo, concordará com mais
próximo.
Marinha e Exército brasileiros.
Marinha e Exército brasileiro.
Exército e Marinha brasileiros.
Exército e Marinha brasileira.
Majestosos rios e florestas.
Majestosas florestas e rios.
c) Um substantivo no plural pode ser
qualificado por dois ou mais adjetivos no
singular.
Os povos francês e brasileiro. As
bandeiras inglesa e americana.
d) Os numerais cardinais, usados como
ordinais, ficam invariáveis.
Página dois (isto é, segunda). Casa vinte
e um (vigésima primeira).
e) Se o adjetivo se refere a sujeito
representado por mais de um
substantivo do mesmo gênero, o adjetivo
conserva o gênero e vai para o plural.
Marta e Maria são estudiosas.
Pedro e Mário são estudiosos.
Notei Marta e Maria preocupadas.
f) Se o adjetivo se refere a sujeito
representado por mais de um
substantivo de gênero diferente, vai para
o masculino plural.
Pedro e Marta são estudiosos.
Marta e Pedro são estudiosos.
Notei Mário e Pedro preocupados.
Notei Pedro e Marta preocupados.
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CONCORDÂNCIA VERBAL
É a concordância do verbo com o sujeito.
O verbo concorda com o sujeito em pessoa e número.
Ex.: O aluno chegou. Os alunos chegaram.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sujeito composto e anteposto, o verbo
vai para o plural.
O céu e a Terra passarão.
Sujeito composto e anteposto, de
pessoas diferentes, o verbo vai para o
plural, na pessoa que tiver
predominância.
— a primeira sobre as outras
— a segunda sobre a terceira pessoa.
Eu, tu e ele iremos ao jogo.
Tu e ele ireis ao jogo.
Sujeito composto e posposto, verbo no
plural, ou concordando com o mais
próximo.
Passarão o céu e a Terra.
Passará o céu e a Terra.
Sujeito composto ligado pelas
alternativas ou... ou, nem... nem, o verbo
vai para o plural ou para o singular.
Se houver exclusão de um deles, será
obrigatório o singular
Nem a fome, nem a sede o abateram.
Nem a fome, nem a sede o abateu.
Ou Manoel ou Joaquim será o artilheiro
do campeonato.
Sujeito representado pelo pronome
indefinido quem, o verbo vai para a
terceira pessoa do singular, ou concorda
com a pessoa do sujeito da oração
anterior.
Não fui eu quem riu.
Não fui eu quem ri.
Sujeito representado por um pronome
indefinido no singular, seguido de nós,
de vós, de vocês, o verbo vai para o
singular.
Se o indefinido estiver no plural, o verbo
concordará com nós, vós,vocês, ou com
o indefinido.
Qual de nos acertou o problema? Qual
de vós acertou o problema?
Qual de vocês acertou o problema?
Quais de nós iremos (ou irão)?
Quais de vós ireis (ou irão)?
Quais de vocês irão?
Sujeito representado pela expressão um
dos que, uma das que, o verbo vai para
o singular ou para o plural.
Se a referência só for possível a um
único ser, o verbo ficará no singular.
Sou um dos que mais anima.
Sou uma das que mais animam.
O rio Tietê é um dos rios paulistas que
atravessa o Estado.
Sujeito representado por um substantivo,
precedido das expressões cerca de,
mais de, menos de, perto de, o verbo
concorda com o substantivo.
Mais de um avião sobrevoou o local.
Mais de dez aviões sobrevoaram o local.
38
Sujeito do verbo ser, representado por
tudo, nada, isto, aquilo, ou um
substantivo no singular, o verbo ser
pode concordar com o predicativo no
plural.
Tudo eram lembranças do colégio.
A vida não serão flores apenas.
O verbo ser, usado impessoalmente
(sem sujeito) concorda, normalmente,
com o predicativo.
Eram sete horas.
São 31 de dezembro.
O verbo fazer, usado em expressões
indicativas de temperatura, ou
passagem de tempo, é conjugado
apenas na 3ª pessoa do singular, por ser
impessoal (não tem sujeito).
Fez 380 à sombra.
Faz quatro anos que ingressei aqui.
O verbo haver, com o sentido se existir,
é usado, apenas, na 3ª pessoa do
singular, por ser impessoal (não tem
sujeito).
Houve muitas incompreensões, Deverá
haver muitas incompreensões.
Sujeito representado por um coletivo
leva o verbo para o singular.
A multidão aplaudiu o orador.
Sujeito representado por um coletivo,
seguido por um nome no plural, leva o
verbo para o singular ou para o plural.
A maioria dos alunos estuda.
A maioria dos alunos estudam.
Sujeito representado por um substantivo
no plural, indicando uma só coisa, o
verbo concorda com o artigo que estiver
antecedendo o nome.
A Odisséia é uma grande epopéia. Os
Lusíadas são uma grande epopéia.
CONCORDÂNCIA COM PERCENTUAL
Sujeito representado por número
percentual, prefere-se a concordância
com o termo posposto ao número
percentual.
Cinqüenta por cento da lavoura de café
está perdida.
Cinqüenta por cento dos lavradores
estão desesperados.
Somente 2% da população mundial
possui alto índice de informação literária.
Se o verbo vier anteposto ao numero
percentual, a concordância se fará com
esse número.
Estão perdidos 50% da lavoura de café.
Ficaram alagados 10% da cidade.
Plural obrigatório se o número
percentual vier determinado.
Os 37% da produção serão exportados.
Uns 15% da população morreram como
conseqüência do cataclismo.
Esses 2% do lucro já me bastam. Bons
30% dão conta das obrigações.
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A QUESTÃO DA ORTOGRAFIA
A ortografia das palavras é uma convenção que envolve decisões coletivas
e históricas, oficializadas por segmentos como Academias de Letras, instituições
de ensino, pesquisadores, publicações e leis. Não podemos individualmente
modificar a ortografia conforme nossa preferência.
A língua portuguesa oferece muitas dificuldades ortográficas. Hoje, uma
grande parcela dessas dificuldades se resolve pelo uso do computador. À medida
que se escreve, o programa aponta dúvidas, incorreções e palavras inexistentes,
mas a decisão final é ainda do redator
SISTEMA ORTOGRÁFICO - CORRESPONDÊNCIAS FONOGRÁFICAS
1º CASO
REGULARIDADES OU PARES MÍNIMOS
P/B T/D F/V
2º CASO
REGULARIDADES CONTEXTUAIS
R – RR CARO,CARRO, GENRO, PORTA
G – GU GAROTO/ GUERRA
C – QU CASA / QUILO
J + A, O , U JABUTI, JOGO, CAJU
Z INICIAL ZINCO
S INICIAL + A, O, U SAPO, SORTE, SUCO
O - U FINAL COM SOM U BAMBU, BAMBO
E – I FINAL COM SOM I PERDE, PERDI
M, N, NH , ~ NASAIS CAMPO, CANTO, MANHA, MANHÃ, PÃO
3º CASO
REGULARIDADES MORFOLÓGICO-GRAMATICAIS
SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS.
ESA – adjetivos que indicam lugar de origem - PORTUGUESA
EZA – substantivos derivados de adjetivos BELEZA
ÊS – adjetivos que indicam origem - FRANCÊS
L – coletivos MILHARAL
-OSO – adjetivos CARINHOSO
-ICE – substantivos DOIDICE
-ÊNCIA, -ANÇA E –ANCIA C OU Ç substantivos CIÊNCIA
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4º CASO
REGULARIDADES MORFOLÓGICO-GRAMATICAIS
FLEXÕES VERBAIS
3ª PESSOA DO SINGULAR DO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO
U FINAL CANTOU , BEBEU, PARTIU
3ª PESSOA DO PLURAL DO FUTURO – ÃO >CANTARÃO, BEBERÃO, PARTIRÃO
3ª PESSOA DO PLURAL DOS OUTROS TEMPOS M FINAL> CANTAM, CANTAVAM,
BEBAM, BEBERAM PARTAM
FLEXÕES DO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO – SS>CANTASSE, BEBESSE, DORMISSE
TODOS OS INFINITIVOS – R FINAL
5º CASO
IRREGULARIDADES
SOM “s” – ASSUNTO, ACENTO, AÇÚCAR, CIDADE, AUXÍLIO, PISCINA, CRESÇA, GIZ,
GÁS, EXCETO
SOM “g” - GIRAFA – JILÓ
SOM “Z” - ZEBU, CASA, EXAME
SOM “x”- ENXADA, ENCHENTE
H INICIAL – HOTEL HOSPITAL HORA
E, I , O , U SÍLABAS ÁTONAS NO MEIO DAS PALAVRAS –
LH OU L - JULIO, JULHO, FAMÍLIA, TOALHA
DITONGOS DE PRONÚNCIA REDUZIDA - CAIXA, MADEIRA, VASSOURA
As principais dificuldades de grafia das palavras em português são
decorrentes das muitas representações gráficas para um mesmo som ou dos
encontros de consoantes:
SS/C/S/Ç/SC/X: assunto, acento, ensaio, açúcar, nascer, crescer, máximo,
exceção.
PR/ BL/ CL/FL/DR: problema, proclama, flanela, flandre.
RS: perspectiva, superstição, interstício.
J/G: viagem e viajar.
S/Z: riqueza, vazio, deslizar, atraso, visor, análise, analisar, estender.
X/CH: ficha, fecho, baixeza, puxar.
Essas ocorrências exigem maior atenção. O melhor e mais seguro é
consultar o dicionário muitas vezes até memorizar a ortografia da palavra.
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HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS
Muitas vezes temos dúvidas no uso de vocábulos distintos provocadas pela
semelhança ou mesmo pela igualdade de pronúncia ou de grafia entre eles. É o
caso dos fenômenos designados como homonímia e paronímia.
A homonímia é a designação geral para os casos em que palavras de
sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a mesma
pronúncia (os homônimos homófonos).
Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como nos exemplos:
quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e manga (de camisa), em que
temos pronúncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e aberto, 1
a
pess. do sing
do pres. do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1
a
pess. do sing. do pres. do ind. do verbo consolar), com pronúncia diferente.
Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto em que
são empregados. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego da palavra são
nos três sentidos: a) verbo ser, 3
a
pess. do pl. do pres., b) saudável e c) santo.
Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram
dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer, dos
prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver o problema,
pois sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre que houver incerteza,
consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual de ortografia.
Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras
semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte de
muitas dúvidas, como entre descrição (‘ato de descrever’) e discrição (‘qualidade
do que é discreto’), retificar (‘corrigir’) e ratificar (confirmar).
PALAVRAS QUE SUSCITAM DÚVIDAS DE GRAFIA OU SENTIDO.
Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o réu.
Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a água da chuva.
Acender: atear (fogo), inflamar.
Ascender: subir, elevar-se.
Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo sem acento.
Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo.
Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou acerca de seus planos.
A cerca de: a uma distância aproximada de: O anexo fica a cerca de trinta metros do
prédio principal. Estamos a cerca de um mês ou (ano) das eleições.
Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Há cerca de um ano, tratamos de caso
idêntico; existem aproximadamente: Há cerca de mil títulos no catálogo.
Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um acidente na sua vida
profissional. O súbito temporal provocou terrível acidente no parque.
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Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O incidente da demissão já foi
superado.
Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática.
Dotar: dar em doação, beneficiar.
Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentesco): Se o assunto era
afim, por que não foi tratado no mesmo parágrafo?
A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: O projeto foi encaminhado com quinze
dias de antecedência a fim de permitir a necessária reflexão sobre sua pertinência.
Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande.
Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual.
Aleatório: casual, fortuito, acidental.
Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba.
Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral.
Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecente.
Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal situação, não teve alternativa.
Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, anteprojeto ante-diluviano.
Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra: anticientífico, antibiótico, anti-higiênico,
anti-Marx.
Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi ao encontro dos colegas. O projeto
salarial veio ao encontro dos anseios dos trabalhadores.
De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro foi de encontro a um muro. O governo
não apoiou a medida, pois vinha de encontro aos interesses dos menores.
Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir dez funcionários, a empresa contratou
mais vinte. (Inaceitável o cruzamento *ao em vez de.)
Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez funcionário, a empresa demitiu vinte.
A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro está a par (var.: ao par) do assunto; ao
lado, junto; além de.
Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez a troca de mil dólares ao par.
Aparte: interrupção, comentário à margem: O deputado concedeu ao colega um aparte
em seu pronunciamento.
À parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto foi encaminhado por
expediente à parte.
Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou irrisoriamente o imóvel.
Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras não for apressado, não será
cumprido o cronograma.
Área: superfície delimitada, região.
Ária: canto, melodia.
Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste caso, o aresto é irrecorrível.
Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens do traficante preso foram todos
arrestados.
Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito.
Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo.
Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho.
43
Az (p. us.): esquadrão, ala do exército.
Atuar: agir, pôr em ação; pressionar.
Autuar: lavrar um auto; processar.
Auferir: obter, receber: Auferir lucros, vantagens.
Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir valores, resultados.
Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou sucesso ao seu par
americano.
Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os técnicos agouram
desastre na colheita.
Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competências de outrem.
Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o começo de sua carreira.
Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso, invocou a ajuda de
Deus.
Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais).
Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar.
Carear: atrair, ganhar, granjear.
Cariar: criar cárie.
Carrear: conduzir em carro, carregar.
Casual: fortuito, aleatório, ocasional.
Causal: causativo, relativo a causa.
Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano.
Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre.
Censo: alistamento, recenseamento, contagem.
Senso: entendimento, juízo, tino.
Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar.
Serrar: cortar com serra, separar, dividir.
Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo município tornou possível a realização da
obra.
Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual seção do ministério ele
trabalha?
Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso; reunião; espaço de
tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A próxima sessão legislativa será iniciada em
1
o
de agosto.
Chá: planta, infusão.
Xá: antigo soberano persa.
Cheque: ordem de pagamento à vista.
Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xeque).
Círio: vela de cera.
Sírio: da Síria.
Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.
Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar nem, eclesiástico.
44
Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova proposta colide frontalmente com o
entendimento havido.
Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram coligidas pelo Ministério da Justiça.
Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura.
Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação.
Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portugal).
Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.
Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (cp. concertar): O concerto
das nações... O concerto de Guarnieri...
Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar): Certos problemas crônicos
aparentemente não têm conserto.
Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.
Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância.
Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas.
Contraversão: versão contrária, inversão.
Costear: navegar junto à costa, contornar. A fragata costeou inúmeras praias do litoral
baiano antes de partir para alto-mar.
Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa disposta a custear tal
projeto?
Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto custa o projeto? Custa-me crer que
funcionará.
Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder.
Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar.
Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar.
Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir.
Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os traficantes foram
delatados por membro de quadrilha rival.
Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: A dilação do prazo de entrega das
declarações depende de decisão do Diretor da Receita Federal.
Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular.
Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.
Descrição: ato de descrever, representação, definição.
Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.
Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de.
Discriminar: diferençar, separar, discernir.
Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de provisões.
Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que se estava obrigado;
demissão.
Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou: Apesar de sua importância,
o projeto passou despercebido.
Desapercebido: desprevenido, desacautelado: Embarcou para a missão na Amazônia
totalmente desapercebido dos desafios que lhe aguardavam.
45
Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco.
Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente.
Destratar: insultar, maltratar com palavras.
Distratar: desfazer um trato, anular.
Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos ligamentos de uma articulação.
Distinção: elegância, nobreza, boa educação: Todos devem portar-se com distinção.
Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses: A dissensão sobre a matéria
impossibilitou o acordo.
Elidir: suprimir, eliminar.
Ilidir: contestar, refutar, desmentir.
Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remendo: ao torná-lo mais claro e
objetivo, a emenda melhorou o projeto.
Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do objeto de uma lei. Procuro uma
lei cuja ementa é “dispõe sobre a propriedade industrial”.
Emergir: vir à tona, manifestar-se.
Imergir: mergulhar, afundar submergir), entrar.
Emigrar: deixar o país para residir em outro.
Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver.
Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.
Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente, próximo.
Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar.
Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir.
Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça.
Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se.
Encrostar: criar crosta.
Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender-se, arraigar-se.
Entender: compreender, perceber, deduzir.
Intender: (p. us): exercer vigilância, superintender.
Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar.
Inúmero: inumerável, sem conta, sem número.
Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetáculo, testemunha.
Expectador: que tem expectativa, que espera.
Esperto: inteligente, vivo, ativo.
Experto: perito, especialista.
Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar.
Expiar: cumprir pena, pagar, purgar.
Estada: ato de estar, permanência: Nossa estada em São Paulo foi muito agradável.
Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em porto: O “Rio de Janeiro” foi
autorizado a uma estadia de três dias.
Estância: lugar onde se está, morada, recinto.
46
Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo.
Estrato: cada camada das rochas estratificadas.
Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cópia; perfume.
Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é surpreendida a praticar
(flagrante delito).
Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso.
Florescente: que floresce, próspero, viçoso.
Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência.
Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas.
Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar.
Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável.
Inserto: introduzido, incluído, inserido.
Incipiente: iniciante, principiante.
Insipiente: ignorante, insensato.
Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado.
Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupção.
Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O réu declarou que havia sido induzido a
cometer o delito.
Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então, aduziu novas provas.
Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda, aumento persistente de
preços.
Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma.
Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota): O juiz infligiu pesada pena
ao réu.
Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento, etc.) (cp. infração): A
condenação decorreu de ter ele infringido um sem número de artigos do Código Penal.
Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar.
Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interrogar.
Intercessão: ato de interceder.
Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se encontram duas linhas ou
superfícies.
Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções: inter alia (entre outros), inter
pares (entre iguais).
Intra- (prefixo): interior, dentro de.
Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante ele se realiza.
Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização da Justiça.
Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação.
Libertação: ato de libertar ou libertar-se.
Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra.
Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista).
Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador.
47
Locatário: alugador, inquilino: O locador reajustou o aluguel sem a concordância
do locatário.
Lustre: brilho, glória, fama; abajur.
Lustro: qüinqüênio; polimento.
Magistrado: juiz, desembargador, ministro.
Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, completo; exemplar.
Mandado: ato de mandar; ordem escrita expedida por autoridade judicial ou
administrativa: um mandado de segurança, mandado de prisão.
Mandato: garantia constitucional para proteger direito individual líquido e certo;
autorização que alguém confere a outrem para praticar atos em seu nome; procuração;
delegação: o mandato de um deputado, senador, do Presidente.
Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato.
Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de mandato, representante,
procurador.
Mandatório: obrigatório.
Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira.
Obsessão: impertinência, perseguição, idéia fixa.
Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, segundo, milésimo, etc.).
Ordinário: comum, freqüente, trivial, vulgar.
Original: com caráter próprio; inicial, primordial.
Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo.
Paço: palácio real ou imperial; a corte.
Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, etapa.
Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão: O pleito por mais escolas na região
foi muito bem formulado.
Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os alunos renderam preito ao antigo reitor.
Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se.
Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar.
Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após: pós-moderno, pós-operatório.
Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, antes de: pré-modernista, pré-primário.
Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A maioria manifestou-se contra, mas dei meu
parecer pró.
Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto.
Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circunda.
Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável que liga constituintes da frase.
Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença; afirmativa, asserção.
Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar; ficar sem efeito, anular-
se: O prazo para entrada do processo prescreveu há dois meses.
Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar. O uso de várias substâncias
psicotrópicas foi proscrito por recente portaria do Ministro.
48
Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: A assessoria previu
acertadamente o desfecho do caso.
Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: O chefe do departamento de
pessoal proveu os cargos vacantes.
Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida provém (Os erros provêm) da falta de
leitura.
Prolatar: proferir sentença, promulgar.
Protelar: adiar, prorrogar.
Ratificar: validar, confirmar, comprovar.
Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria ratificou a decisão após o texto ter sido
retificado em suas passagens ambíguas.
Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar.
Recriar: criar de novo.
Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir.
Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer: Como ele reincidiu no erro, o contrato
de trabalho foi rescindido.
Remição: ato de remir, resgate, quitação.
Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expiação.
Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição.
Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura, advertência.
Ruço: grisalho, desbotado.
Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada na Rússia.
Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por contrato para punir sua
infração.
Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste.
Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente).
Cedente: que cede, que dá.
Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir.
Subscritar: assinar, subscrever.
Sortir: variar, combinar, misturar.
Surtir: causar, originar, produzir (efeito).
Subentender: perceber o que não estava claramente exposto; supor.
Subintender: exercer função de subintendente, dirigir.
Subtender: estender por baixo.
Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se).
Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter.
Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha.
Taxa: espécie de tributo, tarifa.
Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (tachá-lo) de subversivo.
Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar mercadorias.
Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); assunto, tema.
49
Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: tensionar); diferencial elétrico.
Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte.
Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação.
Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de trás, por trás).
Traz: 3
a
pessoa do singular do presente do indicativo do verbo trazer.
Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas.
Vestuário: as roupas que se vestem, traje.
50
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Acentuam-se todas a palavras proparoxítonas
ônibus, ínterim, tráfego, protótipo, êxtase, fôlego,
rítmico, pêssego, bebêramos, Lúcifer, inédito,
recebêssemos, áridos, ímprobo, êxodo,
neurastênico, fenômeno, xícara, típico,
aborígine, estrambótico, paralelepípedo.
Acentuam-se todas as paroxítonas terminadas
em I(s); L; N; OM, ON(s); PS; R; UM, UNS, US;
X; as terminadas em ditongo oral, seguidas ou
não de s; as que tenham a vogal ou o ditongo
nasal átonos, seguidos ou não de s, na última
sílaba, e a vogal tônica na penúltima sílaba. Não
se acentuam as paroxítonas terminadas em EM
e ENS.
dândi, júri, míni, biquíni, táxis, hábil, têxtil, hífen,
pólen, iândom, cânon, próton, prótons, nêutrons,
bíceps, fórceps, Quéops, éter, âmbar, líder,
fórum, álbum, bônus, Vênus, tórax, xérox, cálix,
Fênix, colégio, histórias, ímã, órgãos.
Jovens, item, polens, hifens.
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em
A, E, O, abertas; E, O, fechadas, seguidas ou
não de s; as terminadas em I e U só quando
formarem hiato; as terminadas em EM e ENS
somente com palavras de mais de uma sílaba;
as oxítonas de vogal ou ditongo nasal tônicos,
seguidos ou não de s; os verbos TER e VIR
levam acento circunflexo na 3ª pessoa do plural
do presente do indicativo, e seus derivados
mantêm o circunflexo do plural e recebem o
acento agudo na 3ª pessoa do singular.
Maracá, ananás, atrás, através, café, vovó; mês,
bebê, avô, metrô; Jundiaí, baú, possuí (pretérito
perfeito); harém, parabéns, Jerusalém; anã,
hortelã, irmãos; retém (3ª pessoa do singular),
mantêm (3ª pessoa do plural), provêm (3ª
pessoa do plural).
Os prefixos tônicos pós, pré, pró são acentuados
e também as formas verbais que perdem as
letras finais R, S, Z, às quais se associam os
pronomes oblíquos la, lo, las, los: dá-la; pô-los;
lê-lo; fê-las.
Acentuam-se os ditongos abertos Él, ÉU, Ól,
seguidos ou não de s.
Colméia, véus, mausoléu, assembléia,
paranóico, constrói, platéias, herói, heróico,
apóio (verbo), bacharéis, jibóia, anzóis.
Acentuam-se o I e o U tônicos, quando forem a
segunda vogal do hiato, seguidos ou não de s,
salvo quando estiverem formando sílaba com L,
M, N, A, Z, ou seguidas do dígrafo NH; o hiato
ÔO recebe o acento circunflexo no penúltimo O
fechado, seguido ou não de s; apenas quatro
verbos - CRER, DAR, LER, VER, e seus
derivados - dobram o E na 3ª pessoa do plural,
conservando o Ê da 3ª pessoa do singular.
Faísca, saúde, reúno, paraíso, balaústre, proíba,
saía (imperfeito), egoísta, traído, juizes; Ataulfo,
ruim, constituinte, diurno, juiz, rainha; magôo,
vôo, abençôo; crêem, descrêem, dêem,
desdêem; lêem relêem, vêem, revêem.
Leva trema o U dos grupos gue, gui, que, qui,
quando o U for pronunciado e átono; quando o U
for pronunciado e tônico levará acento agudo.
Argüíssemos: argüissem, agüei, apazigúe,
avengúe, qüinqüênio, cinqüenta, tranqüilo,
conseqüência, lingüístico, agüentar, freqüência,
argúis, pingüim, argúi (pres.), argüi (pretérito
perfeito), delinqüem.
Conservou-se o acento diferencial em pôde
(pretérito perfeito) por oposição a pode (presente
do indicativo). Continuam acentuados os
vocábulos que estão em homografia com outros
por tonicidade, atonicidade e timbre.
Côa (verbo), pára (verbo), pólo (verbo), péla
(bola), pêlo (penugem), pêra (fruta), péra
(pedra), pêro (alcunha), póla (surra), pôla (ramo
novo de árvores), pólo (eixo, jogo), pólo (ave),
pôr (verbo), fôrma (vasilha).
Obs.: Em nenhuma palavra portuguesa a sílaba tônica pode aparecer antes da antepenúltima sílaba.
51
HÍFEN
ADMITEM HÍFEN ANTES DE
PREFIXO VOGAL S
H
R
auto
contra
extra
infra
intra
neo
proto
pseudo
semi
supra
ultra
ante
anti
arqui
sobre
hiper
inter
super
ab/ad/ob
sub
sob
(+antes de B)
circum
pan
mal
ântero
entre
SEMPRE COM HÍFEN
além / aquém/ bem/ recém/ vice/ pré/ pós/ pró/ ex/ sem
SEMPRE SEM HÍFEN
aero/ bio/ retro/ pré/pos/pro/ habeas
52
REAVALIAÇÃO DO TEXTO
Consegue-se essa avaliação ao reler várias vezes o texto, de forma mais
distanciada, tentando colocar-se no lugar do leitor.
Analise as decisões e a realização, no texto, quanto:
• ao leitor: inseri-lo no texto ou tratá-lo de forma neutra e distanciada. A
opção escolhida foi mantida durante todo o texto? O leitor que você tem
em mente é atendido durante todo o texto?
• ao gênero de texto: que plano de escrita utilizar para a situação. O
formato é adequado à situação? As exigências referentes ao gênero
foram respeitadas ou há ambigüidades e inconsistências?
• às informações: o que informar e o que considerar pressuposto. As
informações fornecidas são suficientes ou o texto ficou muito denso,
exigindo muito do leitor? A introdução de informações novas é bem
realizada? Há informações irrelevantes que podem ser dispensadas? Há
excesso de informação? Há informações incompletas ou confusas? As
informações factuais estão corretas?
• à linguagem: formal ou informal. A linguagem está adequada à
situação? A opção escolhida tornou o texto harmonioso ou há oscilações
súbitas e inadequadas?
• à impessoalidade ou subjetividade. O posicionamento adotado como
predominante mantém-se ou essa opção não ficou consistente no texto?
• ao vocabulário. As escolhas estão adequadas ou há repetições
enfadonhas e pobreza vocabular? Algum termo pode ser substituído por
expressão mais exata? Há clichês, frases feitas, excesso de adjetivos,
expressões coloquiais inadequadas, jargão profissional?
• às estruturas sintáticas e gramaticais. O texto está correto quanto às
exigências da língua padrão? As transições entre as idéias estão
corretas e claras? Os conectivos são adequados às relações entre as
idéias? A divisão de parágrafos corresponde às unidades de idéias?
• ao objetivo e à situação. Está de acordo com o objetivo estabelecido
inicialmente? As idéias principais estão evidentes?
53
BIBLIOGRAFIA
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54