278 RRYISTA BIBLIOORAPICA
6 comum &s duas estaęóes. a-pesar-da distancia que separa estas. Trata-sc de espćcies ainda existentes, sendo naqueles locais, pelo menos em rcgiftes pr<5ximas. Sdo formas aqu<iticas ou que vivem nas margens de rios e de lagos como o antilope Lirnnotragns Teria havido uma modificaędo muito profunda do clima na regido, onde existiriam na ćpoca neolitica grandes rios ou pantanos que hoje ndo existem. O Prof. Roman inclina-se a admitir, perante os utensilios de pesca, que se ndo trataria de depdsitos naturais de restos organicos. mas da acumulaędo de restos de animais que o Hornem teria utilisado para a sua alimentaędo.
A segunda noticia refere-se ds belas colccędes de geologia e de paleontologia da Paculdade de CiSncias de Lyon, que o sina-tdrio destas linhas teve o grandę prazer de visitar por duas vezes em 1931. O Prof. Roman póe em relevo especiai o labor do saiidoso Prof. Dćpćret, de que 6 hoje o continuador ilustre, com colaboradores como o Prof. Mayet, o dr. Doncieux, o dr. Arce-lin, etc. As colccęóiS sdo sobretudo importantes a partir do lias, mas destacam se as magnificas sdrics de Vertebrados tercidrios e quaterndrios e de Paleontologia Humana, a que dizem respeito investigaęóes que constituem uma verdadeirn gldria da Escola de Lyon. Algumas colecęóes locais se conservaram isoladas, pelo seu interćsse especiai, no magnifico conjunto.
M. C.
H. V. VALL01S—Lo JavantHropus — * L’Anthropologie >, t. VL,
Paris, 1935; Les ossements bretons de Kerne, Toul-Bras
& Port-Bara — Vanncs, 1953.
Os restos de vdfios cranios descobertos por Oppenoorth no quaterndrio de Ngandong, em Java, em 1931 c 1932, e pelo mesmo atribuidos a um novo gćnero e a uma nova cspecie Javanlhropns solocnsis, sdo o objecto do primciro csludo do ilustre director de < L‘Anthropologie ».
O Prof. Vallois insiste com rozdo nas annlogias cntrc o Javon* thropus de Ngandong c o bomem de Neanderthal, com o qual acha pref«rivel a sua idennficaędo, cmbora rcconhecendo traiar-se duma raęa local, como nu Pulesiina e na Roddsio.
E.\aminando as hipóteses genealdgicas emitidas a propdsito do Javant/iropus, o A, ndo sc declde por nenhuma, limitnndo-sc a proclamur que o maior interesse da descoberta de Ngandong estd em nos indicar que o bomem de Neanderthal teve provdvelmente um desenvolvimento parulelo ao do fi. sapiens.
O segundo estudo do Prof. Vallois dir respeito aos esquele-tos prehistdricos de Kernć, Toul-Bras e Port-Bara, na Bretanha, todos datados do peiiodo de La Tfcne e alguns deles muito recen-temenle descobertos por Le Rouzic. Em oito exemplares que per-mitiram o estudo detalhado, Vallois detcrminou a dolicocefalia nflida, eurimetopia, leptoprosopia predominante, mesorrinia. ć in-teiramente de excluir o negroidismo de que se liavia falado num cranio de Toul-Bras, e hd a notar uma curiosa diversidade antro-poldgica em relaęflo aos braquioides actuais da Bretanha.
Só com elementos objectivos e sistemdticos como os agora reUnidos pelo antropologista frances, -e poderd fazer uma recons-tituięflo cientifica da antropologia prehistdrica da Europa.
JOAO PERF.STRF.LLO.— A Nacionalidade Porługuesa — I — Raęas
Nacionais c a Raęa Porługuesa. — Lisboa, 1934, 1 folheto.
Neste opusculo trata o autor largamente dc cstabelecer a definiędo de Raęa com precisflo cientifica, e de estudar o fend-meno ou o conjunto de fendmenos nnturais c sociais, que deter-minam a gćnese do quc se convencionou chamar Raęa, e conclui pela lenJCncia geral para a constituiędo de agregados, que obede-cem a certas leis e condiędes. Estudando a maneira como se constituem os agregados populacionais, em relaęflo com as cir-cunslancias mesoldgicis c a cMerenciaędo de semelhantes agregados. de um c de oulros, estabelece a formaędo das nacionalidades. Comenta a este respeito. as idcias gerais c as teorias particulares, que explicam a origem dos grupos ćtnicos. O autor cstabelece o conceito do q»e ele chama — Ra(a nacionai — e os cntćrios em que asscnta. Hemo« de advertir que este conceito peculiar, que o autor pretende fixar, ndo sal muito claramente dos capitulos, alids interessontes, em que se divide a obra.
Certas consideroęójs sdo, pordm, lógicamente aduzidas e a documentaędo varinda c bem seleccionada em fontes de infor-maędo.
Aplicado fiste conjunto expositdrio ao nosso Pais, o autor conclui pela Unidade Nacionai Porługuesa. de origem metropolitana e colonial, e pela consagraędo desta Totalidade uniUiria, histdrica, intelectual, morał, econdmica e politica, exemplar perante o Mundo.
B. F.
Todo o trabalho sc impde pelo sentido patridtico e nacjonalista. pelo que sd temos de felicitar o autor.