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174 VARIA

Genesis ser entendido h letra cm face das aquisięóes cientiTicas de hoje; nflo saberem ao certo os teólogos qual o <limo> empre-gado por Deus para formar o homem; ter o transformismo dado urn grandę impulso ao progresso da ciflncia; emfim nflo ser pro-funda a nossa discordancia.

Pelicitamo-nos por ter provocado estas afirmaęóes que mos-tram nflo ser afinal comnósco que se entendiam as palavras com que o sr. dr. Vaiente justificava a escólha do assunto para a sua <oraęfio de sapi£ncia>.

O prolongamento dćste debate nflo se explicaria, pois. da nossa parte. Limitamo-nos a afirmar ainda a nossa conviccflo sin* cera de que o acdrdo, a conciliaęflo, sflo possiveis entre a Religiflo e a Ciencia, desde que teólogos e cientistas se concedam mutua-mente: 1.® qne a revelaęflo e o reconhecimento indefinido — mas certo—, nflo demostrado cientificamente — mas seguro —, duma Realidade essencial, formiddvel, magnifica, imensa. que escapa aos meios limitados da andlise sensorial mas que se nos impóe fl razflo e fl fć, e que domina fulgurantemente o Universo; 2.° que a cifincia 6 o reconhecimento definido, preciso, de multiplas reali-dades mais modestas, mais fragmentares, alids tambdm interes-santes e uteis, que se verificam experimentolmente, patenteando*se k nossa indagaęflo metódica, na existencia quotidiana e no mundo de relaęóes em que esta se desenrola.

Nflo temos a idolatria da Cifincia, mas respeitamo-la e admi-ramo-la no seu esfóręo porliado e util alravds dos sdeulos. Bem sabemos quc, para alćm do seu dominio, hd um mundo imenso perante o quąl ela confessa honestamente a sua ignorancia. Apre-ciamos mais esta confissflo do que a olimpica superioridade dos que tudo sabem ou tudo supóem saber, desdenhando do trabalho recatado, mas fecundo, dos laboratórios, c sorrindo perante as limitaęóes naturais do conhecimento cientifico. Tern a Ciencia uplicaęóes nocivas, como as mortfferas na guerra? Nflo tern tido a Religiflo paladinos que com os seus crimes mais a prejudicam do que a scrvem? P nflo abundam dama e doutra os bene* ficios?

Mas fiquemos por aqui. lamos abandonando os pontos iniciais do debate e esquecendo qne estamos a escrever numa revista exdusivamente cientinca. Ora, se, como jfl afirmamos, nos pode interessar o que de alguns nossos esludos se diz noutros campos do pensamenlo, nflo temos o direito de modificar a atitude neutral, aconfessional, destas pflginas em matdria religiosa. Ć a atitude do cientista como ciernista. Nada proibe, pordm, que, como homem, este seja tambdm um crente. Pensamos mesmo que, numa visflo inlegral do Universo, num conceito justo da finalidade da existen-<ia, o deve ser. Mas isto jd nflo 6 para aqui. Escrevemo-lo apenas em resposta ao sr. dr. Yalente e para todos os leitores que nflo dctenham as suas curiosfdades e os seus interesses mentais na zona fronteirięa entre o domfnio cienlifico e a especulaęflo meta-

flsica.

Mendes CorrEa.

Semana cultura! galega

Dc 31 de Maręo a 7 de Abril realizoo-se no Porto a Semana tuUnrol galega que decorreu com o maior brilho, tendo sido feitas pelos ilustres membros do Semindrio de Estudos Galegos confe-rencias na Universidade sóbre varios assunlos, as quais desperta-•ram l6das o mais vivo interćsse na numerosa assislencia que -acorreu a ouvil a$.

D’entre os assuntos quc sertiram de tema aos conferentes, Jilguns houve que devem ficar crquivados nesta poblicaęflo por se Teferirem a assuntos de que a S. P. A. E. se ocupa.

Tais «So as conferencias pronunciadas pelos Srs.:

D. PAUI.INO PEDRET— «Saco e Arce e os estudos linguisticos en Oaliza no sćculo XX>.

D. AFONSO R. CASTELAO — «As cruces de pedra na Galiza>.

D. RAMON OTP.RO Pp.DRAYO — <Terra e alma da Oaliza>.

D. XAQUIM LORENZO PCRNANOEZ—*A arte popular nos Tccgfts da Galiza>.

D. VlCENTE RlSCO — < Hipdteses e problemas do folktore galego e podugues >.

D. FEDERICO MaCINP.IRa — «Las eslaciones prdhistdricas del Ortegal».

No dia 5 de Abril reuniu-se, no Instituto de Antropologia da Faculdade de Cićncias, a secęflo de Etnografia do Semindrio de Estudos Oalegos sob a presidencia de D. Vicente Risco, tendo sido discutidos e aprovados planos de estudos a realizar.

Os ilustres hdspedes retiraram no dia 7 de Abril tendo no regresso visitado Braga e n sua catedral, como do Pórto haviam ido a Guimarfles, Penha e Citdnia de Briteiros. a convite da Socie-dade Martins Sarmento. e ao Bussaco e Curia, a convite da •Cdmara Municipal do Pórto.

Nas vdrias festas e sessóes realizadas trocaram-se calorosas saiidaęóes entre os intelectuais galegos e os do Norte de Portugal.



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