MoinhoÞ maré (1)

Moinho de maré

A água entra por um lado

Pelo mesmo lado vai embora

E leva a memória

Moinhos de Maré - As origens e breve história

Noutras épocas em que as fontes de energia escasseavam e eram limitadas apenas à força muscular, ao vento e correntes, os moinhos de maré tinham uma grande vantagem sobre as outras formas energéticas: a sua constância e previsibilidade. Existem duas marés diárias o que garantia cerca de 4 horas de moagem. Eram construídos nos estuários dos rios em terrenos baixos, e em zonas abrigadas que permitissem represar as águas.

O primeiro moinho de maré de que se tem conhecimento surge no séc.XII no sul de França. Ao longo dos séc. XIII e XIV expandiram-se por toda a Europa. Em Portugal a primeira referência de moinhos de maré refere-se ao de Castro Marim em 1290. Em 1313 há notícia de um em Alcântara (Lisboa) e 1386 no Montijo. Em 1403, Nuno Ãlvares Pereira, que era proprietário de quase todos os terrenos banhados pelo braço do rio Tejo que entra no Seixal, mandou construir o moinho de Corroios, o primeiro que se ergueu naquela área. Em 1404 os bens que tinha na zona do Seixal, incluindo o moinho de maré, foram doados ao Convento do Carmo. A partir do séc.XV os carmelitas promovem as construção de outros moinhos naquela área: o Moinho da Raposa, do Galvão, do Capitão, da Passagem e o Moinho da Torre. Outros moinhos se ergueram na margem esquerda do rio Coina, igualmente a partir desse século. Com o terramoto de 1755 quase todos os moinhos ficaram em ruínas tendo sido na sua maior parte restaurados ou mesmo reedificados.

Moinhos de Maré - O funcionamento

Os moinhos de maré são habitualmente construídos em rios, perto da sua foz, onde a acção das marés é mais forte. É aproveitada a existência de uma enseada, isto é, de uma reentrância no terreno, natural ou artificial, onde a água da maré cheia possa ser armazenada. Esta enseada é separada do resto do rio por um açude.
No enfiamento do açude fica o próprio edifício do moinho, por baixo do qual existem aberturas para a passagem da água: uma passagem para a água que sobe e outra ou outras para a água que desce, onde se encontram os rodízios que fazem girar as mós.

Quando a maré sobe, a água passa do rio para a enseada (chamada caldeira), onde fica armazenada. Quando a maré baixa, todas as comportas existentes no moinho são fechadas, impedindo que a água que entrou na caldeira volte para o rio. Na maré baixa, verifica-se então uma diferença de nível entre a água que está na caldeira e a água que está no rio.
Nesta altura, são abertas as comportas da passagem da água onde estão os rodízios. A água retida na caldeira escoa-se e, ao fazê-lo, faz girar os rodízios e as mós a eles ligadas. O moinho cumpre então a função para que foi construído: fazer farinha.

Em Portugal, existem vários moinhos de maré no Rio Tejo, no Rio Sado e no Rio Arade, pelo menos. É na margem sul do Tejo que se encontra a maior parte deles. Existem sobretudo no concelho do Seixal, embora também haja moinhos de maré no concelho do Barreiro e no da Moita (em Alhos Vedros).

http://www.geocaching.com/seek/cache_details.aspx?guid=6c1ba4c0-bd65-45ff-9ae8-39ea05fbe869

Força da maré impulsiona turismo

 

Numa zona de sapal e salinas, o Moinho de Maré da Mourisca é um testemunho das tradições e da cultura ribeirinhas. Inserido em pleno Estuário do Sado, reabriu ao público melhorado e com um conjunto de novas atividades na área do turismo de natureza.

A visita ao Moinho de Maré começa assim que se passa os portões da Herdade da Mourisca, propriedade do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, onde o bucolismo da paisagem natural corta com a azáfama citadina.

As embarcações tradicionais do porto palafítico captam as primeiras atenções na descoberta do Moinho de Maré, o único restaurado dos quatro que existiram no Estuário do Sado.

No interior, a antiga sala de moagem de cereais impressiona. As seis mós montadas numa plataforma de madeira, debaixo da qual é acionado um sistema de rodas dentadas, através da força da água da caldeira que enche até à preia-mar, são um exemplo do uso da energia renovável das marés. O espaço mostra outros apetrechos associados ao antigo processo industrial, como a moega, a peneira, as decas, os rodos e os malhais.

O Moinho de Maré da Mourisca, onde existe uma loja de venda de produtos, um espaço destinado a exposições e uma nova zona com publicações a baixos preços, vai contar com uma área de cafetaria e com atividades direcionadas para as escolas, como programas de educação ambiental e apresentações de projetos.

Para visitas, o equipamento, construído presumivelmente em 1601, está aberto às sextas-feiras e no primeiro sábado de cada mês, entre as dez da manhã e as quatro da tarde. Mas este é apenas o ponto de partida para uma experiência mais abrangente, onde o contacto com a natureza impera.

A observação de aves é um dos fortes atrativos deste local, que recebe, anualmente, a feira ObservaNatura, onde adeptos e praticantes desta modalidade podem vislumbrar, fotografar e captar sons de uma panóplia de aves, que ascende a mais de duas centenas e meia de espécies diferentes.

A partir da antiga unidade industrial de moagem é ainda possível realizar dois passeios pedestres interpretativos, um próximo da zona de sapal, outro pelo interior da herdade, ambos com cerca de dez pontos de interesse.

http://www.mun-setubal.pt/guiaeventos/Artigos/default.asp?tipo=12&Dia=6&Mes=1&Ano=2012

Moinho de Maré – Alhos Vedros

Em Alhos Vedros, no Cais do Descarregador, encontramos o Moinho de Maré, um edifício histórico restaurado pela Câmara Municipal e devolvido à população, em Abril de 2007, como um novo espaço cultural do concelho.

No primeiro piso, foi reconstituído algum equipamento de moagem (bancada, cambeiras, teigões, caixas e respectivas pás da farinha, entre outros), recriando-se o ambiente da antiga sala de moagem.

A parte superior do Moinho, também remodelada, funciona como sala polivalente e está preparada para receber diferentes actividades culturais, entre as quais exposições temporárias, colóquios, acções de formação, reuniões e até pequenos concertos e encenações.  “O Ciclo do Pãoâ€, “O Salineiro, o Marítimo e o Construtor Naval – Profissões Tradicionais do Concelho da Moitaâ€, “Cine-Memórias†e “Moinhos de Maré do Ocidente Europeu†foram algumas das exposições temporárias que já passaram pelo Moinho de Maré.

http://www.cm-moita.pt/pt/conteudos/informacao+municipal/mare+cheia/versao+audio/agenda82/

Caminho para o moinho de maré em Olhão

Moinho restaurado

Moinho de maré - Montijo

Moinho de maré de Olhão restaurado por dentro

Montijo - Moinho de Maré, 2011Set por Luís Paiva Boléo http://www.panoramio.com/photo/64498153?tag=Moinho

Alhos Vedros - Interior do Moinho de Maré (mó e teiga), 2010Abr

por Luís Paiva Boléo

http://www.panoramio.com/photo/35763342?tag=Moinho


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