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52 VARIA

truia ncsta regiAo uma obra tfio gigantesca (ł). Exteriormente £.<te reduto de S m. de largura e o mais semelhante ao muro da cidade de Lugo de 6 m.t dos sćculos III e IV d. C., enąuanto que os redutos dos acarapamentos romanos nao uStrapassam 3 e 4 metros de largura. Das portas só se encontra hoje apeoas uma no lado 4; devem ter sido quatro, como 6 de esperar em acampamentos romanos: du8S no N. e duas no S. A conlra-porta teria estado no lado 8. Como o lado 2 deve conservar sinais duma porta, as outras duas portas deviam estar em 2 e 6, assim as ruas de ligaęAo destas portas se cortariam em angulo recto como tinha que ser. O interior do acampamento 6 ajardinado, portanto pelo menos foi desiruida a camada superior, mas talvez valesse a pena escavar mais profundamente, a-pezar-de me terem assegu-rado que jd isso se tinha feito sem se haverem achado restos antigos. Visto que este acampamento tAo bem fortificado era urn acampamento de duraęAo, deviam-se admitir ali construęGes de pedra, que em acampamentos de verdo faltam. A superficie do acampamento 6 de cćrca de 28,5 ho. O que se aproxima do tamanho dos acampamentos da legiAo do tempo do Impćrio, quc tSm cferca de 25 ha. Mas a mesma drea de acampamento pode ser coberta, segundo as circunstancias, de maneira muito diferente como, por exemplo, os acampamentos da coorte em Masada que ndo tźm 2 mas apenas 0,2 ha. de modo que a Cava de Viriato pode tambdm ter abrangido duas legtóes. Bruto Calaico tinha um exdrcito consular de duas legióes. A posiędo da Cava de Viriato adapta-se A sua primeira cxpediędo em 138 a. C. pois da sua base de Moron conduz o vale do Zezere ao sopć da Serra da Estrela, em cujo lado N. estd a Cava. No ano 137 marchou Bruto Calaico sóbre o Douro e Minbo (*).

A Cava de Viriato 6 conhecida em Portugal desde antigos tempos e sempre foi tida por um acampamento romano. Parece ti-la estudado em primeiro lugar mais cxactamente W. Gurlitt, que dd disso nolicia em Hubner (s). No ano de 1904 descreveu Leite de Vasconcelos, o veterano dos arque<51ogos portugueses, o estado de entAo (4).

lnesquecivel 6 para mim uma excursflo que fiz A Serra da Estrela, a qual passa com razdo por ser a pdtria de Viriato: selvagem montanha de granito, com cscarpas profundas, muita

(i) Cł. Gir Jo — Yittm, 1923.

(i) RE. X 1021.

8 AZ. 26. 1868. 14-15.

Arquc<5logo portugućs, 1904, 13, com piano a I. 5000.

dgua c florcsta, na qual moram ainda hoje pastores em lucta com o vento, o tempo e os lobos, dos quais descendia Viriato. Veemse na Serra vdrios castros. Seja ainda mencionado que o nome antigo da montanha, rnons Herminius, scgundo Wilh. Schulze, deriva do etrusco hermenas. Expliquei isto pelas migraędes dos etruscos nesta regido rica em oiro (ł)».

Termina nesta altura a parte do artigo alusiva a Portugal. Schulten dirige-se d Oalisa, visitando La Guardia e o seu Muscu, o castro de Santa Tecla, etc., e dando fotografias, a planta duma «casa cćltica1. a planta da regido de La Guardia, etc. Palando da sua estada em Santiago de Compostela, refere-se aos trabalhos arqueoldgicos do Semindrio de Estudos Galegos, especialmente aos de Elorentino Cuevillas e ao estudo de Mdrio Cardoso sdbre as joias arcaicas encontradas em Portugal. A-propd$ito da Coru-nho. ocupa-se da Tórrc de Hercules, das gravtiras rupestres da vizinhanęa e da inscripędo de ali que interessa especialmente os portugueses: Marli Aug. sacr. C. Sevius Lnpus architectus Aemi-niensis Las Han u s txvo(to).

O trecho rel«tivo a Portugal suscita naturalmente numero-sos comentdrios. Os leitores desta revista que tomaram conhcci-mento do artigo Moron inserto pelo Prof. Mendes Correa no fasc. III do voI. VI, fdcilmente encontrardo ali argumentos para contrariar a localizaędo proposta pelo Prof. Schulten e preferir a hipdtese einitida nfisse artigo, que localiza Moron em Santarćm, ou junto de Santarćm.

Por informaędo do sr. dr. Magalhdes Basto, sabemos que um manuscrito quinhentista da Binlioteca Municipal do Pdrto contdm uma saudaędo, dirigida em Santaróm a D. Jodo III e sua consorte, em que jd se diz ter lido Santarćm o nome antiqufssimo de Moron. Esse discurso foi, segundo o mesmo amdvel informa-dor, reproduzido por Antdnio Caetano de Sousa, nas Provas genea• logicas, mas o nome Moron aparece estropiado nesta transcriędo.

Ndo se dizem no discurso quinhentista quais as raz6es da ideniificaędo de Moron com Santarćm, mas elas surgem desen-volvida e claramente no artigo citado Moron.

Quanto ao vale de Zćzcre como via de penetraędo, ndo nos parece tambćm hipdtese muito defensdvel.

S6bre o resultado negativo de escavaędes na Cava de Viriato vd. Mendes Corrga — A Lusitania pre-romana, na 1 Hisldria de Portugal1, de Barcelos, I, 1928. pdg. 212.

1

CŁ meu estudo Die Etrusk er In Spanien, in Klio 23, 1930, 401



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