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72. Quadro de fotografias e urn mapa relativo aos estudos de pre-hist<5ria colonial de Roi de Serpa Pinto;
73. Machado de silex do Duodo (Lunda), oferecido ao Ins-tituto pelo Prof. Castro Portugal;
74. Machado de quartzo de Tomboco (Congo, Angola), oferecido pelo dr. Joaquim da Silvcira;
PublicaęOes de Antropologia Colonial do lnstituto de Antropologia.
Peęas elnogróficas de Angola, Moęambique e India.
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A Classe de Letras da Academia das Ciencios de Lisboa, em sessdo de 28 de Maręo, aprovou por unanimidade urn voto de congratulaędo. proposto pelo acadćmico sr. General Teixeira Bote-Iho, por esta fniciativa do lnstituto de Antropologia do Pórto.
A Teologia e a origem do homem
Quando, no ultimo numero da nossa revista, sob o tilulo que encima estas linhas, demos a sumula duma oraędo de sapiencia proferida pelo rev. dr. Joaquim Manoel Valente no Semindrio do Pórto, e fizemos algumas consideraęóes sóbre a dita oraędo, visd-vamos expressamente dois objectivos: l.® pór os leitores dos «Tra-balhos» ao facto das ideias dum professor de teologia dogmdlica sóbre a origem do homem; 2.® esclarecer a nossa posiędo relati-vamente ao transformismo, visto que, nalgumas passagens daquele discurso, ela ndo aparecia correspondente h realidade e era dada como ofensiva da religido.
Ndo supunhamos que o rev. P.« Valente entendesse necessdrio vir a publico discutir as nossas consideraęóes e defender-se da acusaędo de * irreductibiiidade» que lhe fizemos. Mas o facto 6 que o erudito tedlogo ndo ficou satisfeito, e, em separata do <Boletim da Diocese do Pórto», racebemos 38 pdginas impressas, da sua autoria, nas quais volta ao assunto.
Na verdade, se nćle e em n<5s houvesse o virus da discussdo, o culto da dialćctica, ficariamos, nestas malćrias controvertidas, num eterno <dize tu, direi eu> que ndo adiantaria nada ao que julgamos enfim notório e ć: que o rev. Valente se inclina para o fixismo, admitindo no entanto o «transformismo moderado>, como bipótese, alids cpouco provdvel»; e que n<5s adoptamos o <trans-formismo moderado>, considerando-o tambćm urna hipótese, mas <fortemente verosimiI* e de modo algum heterodoxa perante a teologia.
Razóes das nossas atitudes: para o sr. P.« Yalente, a revela-ędo e as opinióes anti-transformistas de alguns sdbios; para nós, dum lado o conhecimento duma mulliddo de factos cientificamente averiguados que 6 menos aceitdsel explicar por uma caprichosa e cxtranha convergencia casual do que por uma lógica descendencia, de outro lado tambćm as opinióes transformistas de alguns teólo-gos e doutores da Igreja — embora estas opinióes possam, nos an-tigos, diferir do actual transformismo, como a antiga exegese biblica (reconhece-o o sr. dr. Valente) diłere das de boje.
Quere dizer, o sr. dr. Valente argumenta com a teologia ou com a fiiosofia teológica, e acessóriamente — ndo sendo natura-lista —com testemunhos indirectos e sumdrios de cientistas; nós argumentamos com os resultados dos estudos de biologia e com a fiiosofia cientlfica, c, do mesmo modo, acessóriamente — ndo sendo teólogos—com as opinióes de teólogos, como Teilhard de Chardin, P.e Monchanin, etc.
Nunca nos propuzemos resolver, por nós mesmos e detiniti-vamente. a questdo da conformidade ou ndo conformidade entre o transformismo e as doutrinas da Igreja, embora desejassemos essa conformidade. Surpreende-nos assim que o sr. P.e Valente venha aludir a nossa competencia... em matćria teológica. O titulo que demos ao nosso artigo. ao contrdrio do que escreve o rev. dr. Valente, ndo significa nada a tal respeito: apenas utilisamos uma parte do titulo do próprio trabalho do nosso amdvel contra-ditor. E fizemo lo intencionalmente, porque o titulo desse trabalha era... muito longo, e afinal o que d£ste nos interessava era o posiędo do problema das origens humanas perante a teologia, visto que sóbre a sua posiędo perante o transformismo e perante a fiiosofia cientifica, o digno sacerdote nos fard de-certo a justięa de supór que sabemos alguma coisa...
O sr. P.* Valente, com todo o peso da sua categoria de pro-fessor de teologia, chamou-nos <temerdrio> e preconisou perante os seus ouvintes a doutrina de que o fixismo e a creaęfio separada do homem, no corpo como na alma, sflo mais consentaneos com os princfpios da Igreja do quc qualquer doutrina salpicada de laivos herćticos do transformismo, mesmo do transformismo atenuado. Reagimos contra essa concepęflo tanto quanto no-lo permitia o conhecimento das opinióes de teólogos. Verificou-se o-finał que o rew Yalente ndo i tdo «irreductlvel» como nos apareceu na sua oraęflo de sapiencia. Realmente, quer S. Ex.* o conteste quer ndo, Santo Agostinho e S. Gregório de Nissa ndo se podem dizer fixis-