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JORNAL DO BRASU. OPINIAO quinia-fcira. 13/1 '>4 • 11

JORNAL DO BRASU. OPINIAO quinia-fcira. 13/1 '>4 • 11


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O transito no Brasil


dc novo. o conver$o n3o seja ncccssariamente verdadei-ro). Nessc sentido, as leis dc transito sao pclo menos tao serias quanto quaisqucr outras.

Mas nao e o desrcspcito a qualquer lei que, no Brasil.

ć acolhido pelo publico ou pclas autoridades com o mesmo dcscaso. Apesar '

do Judiciario brasuciros, as prisócs estao abarrotadas c


que da ć muito mais defensivel no quc toca a alguns conjuntos de leis. lais quais. segundo o próprio Marx, o dircito civil e o dircito pcnal. do quc a outros.

Os regulamentos dc transito niio sao suscctiwis dc semelhante relativizaę3o. E vcrdade quc constilucm um fcnómcno rcccntc na história da humanidade. surgindo no seculo XIX, com o crescimento urbano, e se impondo dcfinitivamcntc no seculo XX. a ptirtir da rcvoluęiio automotiva. Ncssc instantc, porem, sao adoiados por motivos puramente racionais, do ponto de vista do interesse gcral. Esses regulamentos podem ser definidos como convenęócs sistemitścas cuja funę3o ć compatibili-


Yozes do Mexico profundo


Pela livre concorreiicia


scrsięos c mccorcs prcęos — quando cm 1993 o pais mudou de govcrno. At foręas do atraso nao nerderam tempo. Ja no inicio do ano comcęou a ser ineubaJa a fumigeraoa Porta-


{Mnxcr uma central de transito internacjonał da Embratcl. A Tdebras abnu entilo a maior concorrencia ja fcita


lo patn<

abrir mao da cidadania espurios. A instauraęao cfctiva do principio formal do dircito, ainda quc apenas no piano do transito, seria um progresso mais reol c dc maior conscquencia do quc qualqucr dcsenvolvimcnto quc pudesse ser representado pclas variaęóes dos indioes cconómicos.


se cont3 dc que n2o vak a autćntica em troca de pri


dc Castaneda ć a esperanęa dc quc o partido da

i a csauc

ga nas urnas o quc dificilmentc a guerrilna conseguira


miiuai i a    pium^uiu. unia

arreu com o pedido de imnugnaęio da SID porouc a cópia do batanęo da SID ipenas pclo contador (como a ki esige).


ANTONIO CICERO1

Salta aos olhos de quctn quer que pccorra as cidadcs ou as cstradas brasileiras quc o principal fator de ;vioJencia no transito ndo e ncnhuma oeficiencia tćcnica. jA vcrdadc e quc a frequencia dos acidentes cm nosso pais sc dcve pnncipalmcntc ao fato dc quc nem sequcr as riiais clcmcntares regras dc seguranęa no transito sao obedccidas ou sandonadas. Os motomtas simplcsmente 'desprezam a sinalizaęao,- comctcndo corriquciramente infraęóes considcradas gravissimas cm outros paises. t comum. por cxempIo, vcr-se automóvcis a andar em Yeloddadc duas vezes maior do quc a permitida por lei, h avanęar o sinal vcrmclho, a ultrapassar pcla dircita, a pcrcorrcr ruas pela contramao etc.

Esscs comportamcnto perigoso costuma ser simples-hiente ignorado pclos pohciais, quc parecem considcrar tjualquer prcocupaęao com infraęóes dc trafego como jndigna de sua atcnęao. Corre atć a historia — no piintmo. be w iroraia — segundo a qual, alguns anos ntrżs, um chcfe dc policia do Rio chegou a recomendar, por razoes dc seguranęa, isto ć. para cvitar assaltos, que ps motoristas dcsconsiderasscm os sinais vermelhos a rtir dc certa hora da noite. Pergunto-mc sc alguem sinccramcnte aereditar quc. cm virtude dc seme-ntes razócs dc seguranęa, salvam-se mais vidas do oc sc per dcm.

Mas nao apenas a policia nJo age como nao e da pcla sociedudc para agir. Ao contrario: uanto cm muitos paises o motorista infrator ć censu-por outros cidadaos, aqui aauck que respeita a lei ć

Epode contar com a reprovaę£o ostensiva dos dcmais oristas. Sc ele parar a quałquer hora antę determina-sinais venmelhos, por cxempło, ou cm determinadas horas antc qualauer sinal vcrmdho. ouvira no minimo buzinadas c insuftos.

Tudo sc passa, portanto, como sc as infraęóes dc transito fossem meros pccadilbose as leis correspondentes 0c somenos importancu. Quando interpdudos, alguns in-fratores racionalizam o scu comportamcnto com a alega-ęuo de quc. cm pais cm que tantas (cis mais serias sao infringidas impunemente, ha algo dc frivolo na prcocupa-ęao com leć dc transito. Embora eu considerc quc cinqucn-la mil mortos por ano ja rcfutcm doqiicntcmcntc esse lipo

razócs, rara-

E manifesto quc a finalidadc da rcgulamentaęao do ransito i restringir no cspaęo publico a liberdade de ou estacionamento apenas cnquanto isso sc faz neccssario para garantir um minimo dc seguranęa anto para quem sc Iocomove — cm veiculo ou a pe — uanto para quem pcrmanccc cstacionado. Em outras vras, ć justamente paru garantir a cada um c a todos n maxima liberdade dc sc looomovcr, compativel com o minimo dc ameaęa para a seguranęa própria c alheia, łjuc. cm logradouros publicos. a locomoęao dc todos 6 (ubmctida a um minimo dc rcstrięócs convencionais. rata-se cvidcntcmente de urna rcgulamentaęiio dc intc-gcrnl, que de maneira ncnhuma favorece ou preju-a qualquer segmento particular da sociedadc.

Nem todas as leis positivas tem tal natureza. Embora leis que protegem o património, por esempło, se pliqucm a todos indiscriminadamente, i prccisamcnte

Squanto o fazem quc se manifesta o fato dc quc nao teressam na mesma medida a indiv iduos dc todas os segmentos sociais. Assim, elas proibem igualmente ao milionario c ao mendigo roubar uma bisnaga dc pao, o fluc nos Icmbra o Icma quc diz que o maximo dc justięa e ) maximo dc iniquidade: swrmum itu. summa iniuria. 'ara alguns. a univcrsalidadc formal do dircito niio faz cniio ocultar o fato dc quc ele e determinado pclas ondięócs materiais c pclos interesses parlieulares da lasse dominantę. "Na lei", dizia, por excmp!o, Mara, !'os burgueses prccisam dar-se uma cxprcssao uniwersał precisamcntc cnquanto dominam como dasse". Indc-pcndcntemcntc de concordarmos com cssa tcsc. o fato e

NEWTON CARLOS 1

Oprcsidencc Carlos Salinas de Gortari cstavj tao seguro dc quc havia fcito milagrcs no Mćxico. kvando-o paru o Primeiro Mundo com bcm-succdidos ^justes "macrocconómicos". quc atć pretendeu rccscrc->cr a história do pais. Num rompantc triunfalista. tnsento na ultima mensagem ao Congrcsso. comparou-$c a hcróis nacionais popularcs. dizcndo quc a sua filosofia politica inspirou-sc no liberalismo dc Benito Juarez c nas aspiraęócs sociais dc Emiliano Zapala. Juarez derrotou os conscrvadores no seculo piLssado c ćomandou a łuta contra a mtcrenęio francesa no Mćxico. Zapala lidcrou camponcscs na moluęao dc I910.

j Contrastc com o tcxto escolar preparado pelo govcr-c distribuido ha um ano para uso obrigatório. como irte dc reforma cducaciona! quc rcintroduziu a histó-no ensino dc primeiro grau, depois dc 20 anos de tusćncia. Ek dcsdcnha de figuras revolucionarias como ipata c Pancho Villa. Com o currkulo csvaziado itou-sc cvitar a fi.saęuo em mentes infantis do quc itcceu entre I9I0 c 1920. os anos decisivos da łuta O próprio partido bcrdciro da rcvoluęao, o

NTÓNIO CARLOS REGO GIL 1

orno na fibula do cordeiro quc acabou scndo dcvorado V_x pelo lobo sob o falso prctexto dc ter sujado a agua do do ondc o ultimo bebia. os acootechnenlos reccntcs bgados a oompra dc ccntrais publicas de tclcfone dcmonstram que ć itiuito difścil para uma nova companhia entrar no mcrcado brasilciro dc tclccomunścaęócs. Senao vcjamos. i Dcsde 1986 a AT&T. com sua parccira SID Tclccon, tem ouscado oportunidades para fomcccr ao consumidor brasilei: A) os produtos c scnięos quc a tornaram a maior c mais Sofkicada companhia de comunicaęio c computaęio do mundo. Tsb oportunidades nuoca sc concrctizaram sob a Vativa dc quc o Sistema Brasilciro dc Tckcomunjraęócs comportasa mais umu tccnołogia. Obsiamentc. o próprio folyimcnto tccnológico c a fusao das tccnologias dc onnatica c comunicaęócs. com scus sistemas cada \cz mais Jbertos. sc cncarrcganun dc cnfraąucccr a oposięio.

Em 1989 apresentamos pro post as para a pnmeira licita-de telefonia cel u lar cm Sao Paulo, Rio c Brasilia. A TtŁT tinha a scu favor o fato de ser pioncira no deseń sol-Wimento da letnologu cclular c lider mundial nessa arca. Como se nio tusiassc. os nossos prcęos cram muito infeno-res aos dos dcmais concorrcntcs. Fomos descłassificados no Rio e em Brasilia sob a alcgaęao de que nao cumpriramos o qdital. Em Sio Paulo, como a stuacio era ainda mais gntante. a concorrencia foi canceiada. Tal dceisŚo atrasou em qoatro anos a mMdlaęao da telefonia cclular. fazendo de Sao Paulo rultima grandę mctrópok do planeta a dispor dc lal sers ięo

Em 1990 os \cntos da abertura comeęarara a soprar c. para nossa surprcs,i. ganhamos uma concorrencia pjra (pin: v    ...... '    • • - • zar formalmcntc a liberdade dc locomoęiio de todas as pessoas, atrares da contcnęiio da locomoęao individual no interior dos limites de sua possivcl univcrsalizaęao. Sc, no enunciado que acabamos de fazer, substituirmos a palavra locomoęao pcla pa!avra aęiio, estaremos dan1 do uma formułąę&o do próprio conceito racional c univcrsal do dircito, tal como kant o revelou. O reguła-mento do transito nao passa, portanto. da aplicaęao direta do principio do dircito a esfera da locomoęao no cspaęo publico.

Em outras palams, toda lei ć tanto mais legitima — creio quc dcveriamos mesmo dizer, tautologicamcnlc: toda lei ć tanto mais legał—quanto mais se a«emclh3 a lei de transito. Portanto, o respeito ao principio do dircito impłica no respeito as lets dc transito. Ora, se, conccbido de modo puramente formal, o sentido do dircito e garantir a liberdade nu medida cm que ela pode coexislir com a liberdade de qualqucr outro segundo uma lei gcral, pode dizer-se sem exagero quc a socicdade quc nao ć capaz de respeitar cfctivamcntc suus próprias kis dc transito niio chcga a ser uma socicdade de seres humanos livres. Sem duvida nao e por acaso quc nos

Eises ondc sc preza a liberdade tambćm se rcspcitam as i dc transito (embora o convcrso n3o seja nccessaria-mente vcrdadeiro) c nos paises ondc nao sc obscrvam as leis dc transito tampouco sc preza a liberdade (embora.

“revoIucionario institucional", o PRI, procurava apa1 gar o passado, com medo da sua carga dc lięócs.

O novo tcxto ć benevolcntc com Porftrio Diaz, apre1 sentado como reformista c modemizador. Diaz govcr-nou ditatorialmcntc, apoiado numa tccnocracia, cuju ambięao era “organizar o pais c incorpora-lo ao "mun-do civilizado", dc 1876 atc a cxplosao revolucionaria. Contra ek acabou se leyantando o "Mćxico profundo", rcal. ouc nao tinha nada a ser com os eabinctcs da cipitaf. O mesmo sucede cotn Salinas dc Gortari c scus tccnocratas. contra os quais mais uma vcz se insurge o "Mćxico profundo”, tcrceiro-mundista, dos sem-terra, dos 13 milhócs de pobres, dos mareinais. cm oposięao a 30 supcrmilionarios c a 12 mil granaes proprieturios com 75% das terras cultivaveis.

Tambćm do assassinato do jomalista Manuel Bucn-dia, critico implacavcl dc uma "sociedadc doente", da corrupęao e viokncia do sistema dc poder lra\«stido dc dcmocracia. O prestigio dc Buendia cvitou quc ele caisse na vala comum dos 700 “desaparccidos", lerados nao sc sabc para ondc pcla repressao do Estado. Em mcio a tudo isso. a idćia dc crupęao andava no ar c o poltticólo-go Jorge Castaneda rendcu em I5 dias trćs cdięóes dc scu !ivro A utopia desatmada, cxercicio tcórico sobrc

Ganhamos e quasc nio ksamos. porque o cdital da Emhra-tcl exigia um contrato dc obrigaęócs a ser awinado com a Tdebras. Esta, por sua vcz. alegava que a Embratcl nao podia cxigir um documento da Telcbras numa sua concor-rćncia. O dctalhc era quc todas as outras concorrcntcs ja tinham tal documento. Só assinamos o contrato poruuc a siagem prcsidencial a Washington, cm junho dc 1991. precisava mostrar resultados concretos da abertura do mcrcado brasilciro.

As coisas parcciam caminhar na dircęao compatiscl com o quc estasa acontcccndo no resto do mundo — ou seja, maior abertura. mais concorrćncia c. sobretudo. roclhores ria 647, quc. sob o louvavd argumenio dc protcęao aos empregos brasikiros. buscasa simplcsmente diminnr a AT&T da concorrencia. Parccia inutil contra-argumcnlar quc a AT&T ja hasiu inkiado um proccsso dc fabrkaęiio no pais c quc os novos scnięos c os prcęos muito menores agora praocados no Brasil iriam gerar muito maisc mclho-res empregos. Logo ficou claro quc a Portaria M7. alem de i legał e anticonstitucion.il. nao in;1 cmplacar nu sua ideu oneinul. Niio tem importancia, pensaram. lusercmos dc cncontrar outras armudilhas.

A Telemig ubnu uma concorrencia para 140 mil linhasc cts quc dc repentc apareceram trćs novas cxigćndas para os participantcs. Apesur das dificuldadcs. conseguimos. entrar na disputa. Fomos os unkos nosos concorrentes. E daro qoc a nossa simplcs rurticipaęao fez os prcęos haharetn. mas a serdade ć quc fomos uma \tz mais descłassificados.

das falhas notórias da policia c

o mesmo publico auc pouco caso faz da violencia no transito nao dcixa oc vocifcrar nas ruas c na imprensa a favor dc maior viołćncia punitiva contra ladróes, assal-tantes ou traficantes. Por quc cssa difcrenęa de atitudc?

No Brasil. apenas uma fraęao da populaęio, que constitui uma cspćcic dc patriciado, legisla ativamente e cm ultima instancia determina que leis "pegarao" c quc leis scrao apenas para inglćs vcr. Pois bem, os agentes da wokncia crimina! associada a roubos ou a lutas por com role dc pontos de drogas, por cxcmplo. provem principalmcntc dos grupos mais destituidos dos beneft-cios da cidadania, quc constitucm uma especie de pkbe. Embora seja tambem entre tal pkbc quc sc cncontra a maior parte das rltimas desse lipo dc violćncia, um numero cada vcz maior sc conta entre o patriciado. Nao admira que, na imensa maioria dos casos, as kis penais nao sc apliqucm sen3o a pkbe.

Ja o patriciado desfruta de uma virtual impunidadc. Isso significa que o s^mento social que produz c imple-menta a kgislaęao pcnal o faz, na pratica, para outros segmemos sociais, nao para $i mesmo. Em outras pala-vras, ha um segmento ao qual as leis penais s3o aplica-das e um segmento que as aplica. Scndo assim, nenhum desses dois segmentos pode ser considerado como autó-nomo, no sentido de ser capaz dc dar kis a si próprio: o primeiro porquc nao produz as kis pclas quais e julgado, c o segundo porque niio e julgado pclas kis que produz. Tcndo isso em mente, se considcrarmos quc, no caso do transito, tanto o agente quanto a vitima dc violencia podcm pcrtcncer a qualqucr dasse social c, frcqucnte-mente, aqucle pertence ao estrato dos patricios c esta a pkbe, tcrcmos entendido quc a impunidadc no transito niio passa dc um caso particular da incapacidade gcral dc autonomia da socicdade brasileira.

Niio apenas no piano cconónico a industria automo-bolistica c central mas, no imaginario brasilciro, o auto-móvd ocupa um lugar nitidamentc privilcgiado, como atestam tanto a (cmatica da obra do cantor Roberto Carlos, quanto o numero cxccpcional dc campeócs dc Formula I que aqui se produz. Nio sera esse roooviaris-mo dcvido, em parte, ao fato de que a difcrenęa entre os privikgiados c os destituidos se cxprime atraves da diferenęa entre motorizados c pedestres? Aparentcmcn-te. dirigir um carro veloz rcpresenta, para muitos, o accsso instantaneo aos atributos rcivindicados pelo patriciado: modcmidadc, status, potencia, poder c (por quc nio?) impunidadc. Por oposięao. o pedestre rcpresenta a desprezivcł carencia dc todas estas coisas. Nao admira que se perrebam como quasc anti-naturais as rcstrięócs ao transito dc automóreis. principalmcnte quando si-sam a protcęio dos pedestres.

Por pouco niio dissemos quc a impunidadc constitui um siat oma. Uma vtz porem quc o sintoma pcrtcncc a ordem dos efeitos, isso podena insinuar que e inutil tentar resolvcr-sc o probkma da anomia no transito antes dc se resoKtr outros probkmus mais sćrios. O cconomicismo de esqucrda pensa assim. O dc dircita tambem pensa assim, com a difcrenęa dc ter uma eon-ccpęao ainda mais vulgar da scriedadc. Pcnso o oposto. Mesmo segmentos cada vez maiores do patriciado dao-impossibilidadcs da guerrilha. Talvcz razócs pclas quai$ Salinas dc Gortari tenha ab3ndonado a história oficial c procurado abrigo cm Juarez c Zapala, afinu! a cfigic da nwnifcstaęao mais rioknta das profundczas mcxicanas.

Os indios. oito milhócs em 56 grupos ćlnicos. sao as yitimas maiores. Dcsde 1974 clcs participam dc con-gressos indcpcndcntcs cm San Crislobal dc las Casas, para tratar ac terras c dc conflitos agrarios cnvo!vcn-do inlcrvcnęio do Exćrcito c de grupos armados privados conhccidos como "guardas brancos". Ha estudos do govcrno falando da “forte possibilidadc" dc rcvoitas como a dc Chiapus. A utopia desarmada

Rcvoluę5o Dcmocratica, oposięao a csqucrda, consi-pclas armas: derrotar cm acosto o Partido Rcvo!ucio1 nario Institucional, o PRI, na 64 anos no poder.

Diftci!. O "Mexico profundo" ć tambem o das fraudes rfcitorais. como aconteceu hi pouco no estado dc Menda, ondc os dinossauros do PRI mostraram quc a "modcmiza-ęao" nao tem nada a vcr com clcs. A própria viiória de Salinas dc Gortari em I988 teria sido obra dessa genie.

Privatizar o setor eletrico

MANOELOTONl NEIVA 1

O Brasil ć reaimentc um pais eslranho. A falta dc sentido pratico transforma as decisócs em infmdareis debates ideológkos. que na rerda-dc nada mais s3o do quc uma tatica dc tumultuar para prcservar o status quo. Isto ć. desfozer as aęócs cm falatórios cstćrcis, para que nada seja mudado e, conscqiientcnientc. para que sc mantc-nham os interesses daqudes quc sobrcviwm a custa do inchaęo do Estado. O programu dc pri-vatizaęao brasilciro ć um cxcmplo dessa situaęao. Em vez dc se direcionar o dcl»tc para o ponto certo — de quc forma sen-ir ao povo brasilciro com energia dc quatidadc e ao menor custo — discutcm-se atć mesmo qucslóes de seguranęa na-cional para quc seja aprovada a privatrzaęao dc empresas dc determinado setor. Da para sc imngi-nar o cacs. quando a discussJo atinćir o monopó-lio do petróko c das tdccomunkaęocs. Principal-mente cm sc considcrando o grau dc interesses corporatisistas enwlvidos com os sistemas Petro-brós c Tdebras. Pois ncnhuma cabcęa digna dc um atestado dc sanidadc pode pensar que o pais correria perigo sc o Estado saisse do setor pcłró-ko ou das tdecoinunicaęócs, entregando inteira-mente a atiridade a inkiativa privada.

Pois bem menos recbcada da cmotividadc nacjonalista, a privatizaędo do setor dćtrko cncon-tra-sc nesta cncruzilhada. com os adeptos do Es-tado-empresario cxcomungando a vcnda das estatais da Ektrobras. Trata-sc do bloco do “dd-xa como esta para nao atrapalhar".

A cxpectativa dos inwstidores cm relaęao a uma dccisao sobre o proccsso dc privatizaę3o das concessionarias dc cncr^a cletrica ć muito grando e reaimentc cspcrava-sc quc ela fosse tornada na rcuniao ministcrial dc outubro. Infclizmcntc, nada acontcccu. E. piór, o assunto foi transferido para a pauta dc debates com a "socicdade". O quc qucr


dizer passar pcla malha Tina dos corporativtstas, auc estio trabalhando com afinco para ido per-ocrcm este filao cstatal.


Os in\«stidorcs estao, portanto. muito prcocu-dos com a possbilidadc dc o govcmo ccdcr aos bistas da csta(izaę3o. Afinal, a Constituięao dc 88 foi marcada pcla atuaęao destes iobbies quc jogaram o pais numa vcrda<kira camisa-dc-foręa cm relaęao ao setor publico.

Neste mesmo ano, eu cstava cm vugcm pcla Europa integrundo um grupo dc cxccutivos do setor dćtrko num programa da ABCE (Associa-ęao Brasileira d3S Concessionarias dc Energia Ele-trka) com o objctivo dc conhcccr outros modclos operacionais do setor na Suecia. Noruega. Ingla-terra e Afemanha. Com taxas dc participaęao

diferenciada, a ini-


ciativa privada esta presente tanto nu gcraęio q uanto na distribuięao dc energia cklrka nes-tes paises. Na gera-ęao, atrasćs dc usi-nas pertcncentcs a empresas distribui-doras privadas ou atrnvćs dc usinas dc

__ propriedade dc in-

dustrias, gcrnlmenic dc uso inlcnsivo dc energia. quc wadem o cxce-dentc direlamcntc as distribuidoras. Ncgociaęócs livres, sem imermediarios. com total liberdade dc ncgociaęao. sempre cnfatizando-se a compra dc energia ao menor preęo, wnha dc ondc vkr.

A distribuięao na Sućcia c Noruega ć fcita por um grandc numero dc empresas pequcnas c indc-pendentes, raunicipais ou privadat Na Inglatcrra c Akmanha. a distribuięao ć tambćm fcita por empresas municipais c privadas agrupadas por arcas.

Observei. nos paises cscandinavos, um grandc respeito pclas realizaęócs histórkas da iniciatisa privada no setor. Embora. naaucla ćpoca. scu ineremento nao fosse inccntivudo, tambćm niio era rejeitado. e acho mesmo quc seria bem aceito. Ja na Alcmanha e Inglatcrra. a participaęao pri-vada ć desejada c intensamente inccntivada. Pre-gam com muita ćnfasc as vantagcns da livre ini-ciativa c aereditam que só atravćs da privatizaęao o sistema clćtrico sera mais cfickntc c o povo tera energia mais abundante c barata. Neste particular, dcstaco o programa inglćs dc privati-zaęiio dc energia cletrica, o mItlte-paper, aprova-do pclo Parlamcnto. A objctividadc, cocrćncia c convicęao dos argumentos a favor da iniciatira privada, constantes desie documento, foram rei-teradas nas palcstras ouvidas no “The clctricity council" ou mesmo atravćs das palasras do Sr. John Redwood, membro do Parlamcnto. c do Sr. Cccii Parkinson, sccretario dc Energia. Entre-tanto. esta unidadc de convicęao a fasor da livrc iniciativa foi qucbrada, quando visitamos uma das empresas dc distribuięiło de Londres. Lii tambćm os corporativisias cstavam presentes, manifestando-se contra a prisatizaęilo. logica-mente defendendo os scus interesses.

Mas. conforme os srs. Redwood c Parkinson disseram, a prcocupaęao maior do govcrno era com o povo inglćs, principal bctcficiario dos pro-gramas de priva(izaędo.    ao possirel de-

semprego de funcionarios dc estauis privatizadas, o govcmo inglćs estava certo dc quc cnconlrariam novas oportunidades com a rcativaęSo da ccono-mia c dcvido ao elesado niwl dc prcparaęiio desses funcionarios. muito acima da media.

De volta ao Brasil, cncontrei o pais mergu-ihado cada vcz mais no corporativismo. Situaęao quc perdura atć hoje. infclizmcntc. Enauanto isso. vamos comendo poeira atć mesmo de vizi-nhos como a Argentina. o Chik c, um pouco mais distante, o Mćxko. Todos cks na łuta feroz contra a inflaęao. para a retomada do dcscnsol-simento. deixaram dc lado o fisiologismo c o ideologismo nacionalislas retrógrados para en-carar a realidadc dc que o sonho dc um Estado-motor da cconomia acabou.

Por tudo tsso. estamos empenhados em partici-par d.i prisatizjęao do setor eletrico, con\encidos dc auc esta ć a ferma dc contribuir para um Brasil rnclnor. Pcla modcmidadc, pcla compctitisidadc. pcla qualidadc. pelo menor preęo dos produtos nacionais: prisatisatio ąuae sera tańcu'

•    64    t 4 Lu#


Enquanto perdurar o corporativismo continunremos a comer poeira dos paises vixinhos.


1

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com 720 mil linhas. As mesmas lrćscxigćncias da Telemig. Os nossos concorrcntcs niio contavam que conscguissc-mos cumprir o cxigido. Chegamos la. A surpresa da nossa parlicipaęiio lcvou a quc fosse pedida a anulaęao da eon-corrćncia. sob a alccacao dc quc o cdital niio cumpria os rcquisitos da Lei dc Iniormaiica. Pasmem, o mesmo cdital quc um mćs atras has ia sen ido na Telemig c. piór ainda. a proposta dc anlicaędo da Lei dc Informatica as tdcco-municaęócs ainda nem fora aprovadu. A Tckbras consc-guiu derrubar a liminar c a concorrencia prosseguiu Umu nosa parada ocorrcu com o pedido dc imj proposta MStimsm estasa assinada apenas Apewr disso, a concorrencia caminhasa. Era preciso tursar a agua. Sem abrir os cnsclopcs c, portanto. sem conhcccr os nossos prcęos, fomos acusados dc dumping. dc estar maquiando produtos cm Manaus c dc termos obtido os ccrtificados da Tdebras na ultima hora. Parccia tudo bobagem. mas nao foi. Ordens superiores fizeram a Tdebras reyogar a concorrencia.

Atć aqui esta ganhando o lobo c ccrtamcnte esta perdendo o consumidor. que tera scus sersicos atrasados c. possiselmcntc. voltara a pagar os prcęos de anos atras, quase trćs ic/es maiores quc os aluais. A serdade esta nos cns clopcs dc prcęos ainda em poder da Tdebras.

A imprensa tcm-sc manifestado dc forma quasc unani-mc c incquivoca pcla abertura do mcrcado c pcla lisrc concorrencia h preciso quc a licitaęiio das 720 mil linhas seja rcstabclccida. Ai. Ulvcz. possjmos mudar a morał da história c di/et ao lobo quc o cordeiro nao ć tao fragil assim c. mesmo quc fosse. o Brasil esta mudando.



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