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ainda vindo grAficos de outro seu colaborador, AIexander Gallo-way, sóbre antropologia lisica dos Bochimanes. Outras memórias anunciadas sóbre lingiiistica e rmisica da mesma regiAo e sóbre relaęóes desta com as colónias portuguesas nAo puderam ser elaboradas pela escassez de tempo em virtude da antecipaęAo do Congresso. Mas o materiał recebido 6 jA importante.
A documentaęAo relere-se, em primeiro lugar, ós rolnas da Rodćsia meridional. sendo de destacar urna carta e muitas fotogra-fias remetidas por York Mason e Cipriani. Essas rolnas, sem duvida relacionadas com as antigas exploraęóes mineiras naquela regiAo auiifera, foram do conhecimento dos porlugueses do sćculo XVI como provam os testemunhos de JoAo de Barros. DamiAo de Gois, e no princlpio do sćcolo seguinte Pr. JoAo dos Santos.
Isso nAo obstou a que lóssem modernamente dadas como des-cobertas no meado do sćculo XIX por Mauch e Renders. Os nos-sos autores, como os Arabes daquelas ćpccas e paragens, relacio-navamnas conjecturalmente com as riquezas biblicas de OHr, de Tarsis, de SalomAo e da Rainha SabA.
Modernamente, as relcridas rolnas foram objecto de novos estudos. depois de lamenlAveis vandalismos nelas praticados por uma empresa sul-alricana na pesquiza de oiro.
As opinióes sóbre a cronologia daqueles restos sAo diver-gentes, falando-se em influencias exóticas muito remotas, mas predomina, sóbre bascs objectivas, o parecer de que, na maioria, sAo meditvais, embora atribuiveis a uma populaęAo africana ou nAo africana de cultura superior ó dos negros actuais dequela regiAo.
A Area daquelas rolnas ultrapassa mesmo a fronteira de Moęambique. Frobenius, por exemplo, fala das rolnas de Naimara em território portugues e, no entanto, urn inqućrito feito hA pouco sóbre o assunto pelo prof. Mendes Correa no território de Manica e Solala e na Zambćzia, junto de vArias entidades destas regióes, foi, infelizmente, de resultados nulos, a pesar-de apoiado com decidida boa-vontade pela Companhia de Moęambique. Impóe-se a ida de uma missAo arqueotógica a esta colónia. O local de algumas rolnas da Rodćsia tern nome portugues, por exemplo: — Penha Longa.
Outros documentos que figuram na ExposięAo, sAo decalqucs e moldes de arte rupestre do Transvaal ocidental que acompanha-vam urn trabalho de miss Margaret Orford sóbre lćcnica das gra-vuras rupestres dessa regiAo.
As pinturas e gravuras rupestres sul-alricanas t€m sido cor-rentemente atribuidas sobretudo aos Bochimanes, tendo sido pro-curadas as suas relaęóes com a arte europeia dos tempos pr^ his-tóricos.
Embora o prof. Dart tenha registado afioidades babilónicas ■e egfpcias e os professores Frobenias e Brcuil hajam falado de influćncias do Egipto predindstico e doutras nessa arte, ndo 6 possftfel dar como reso!vidos todos os problemas cronológicos e etnoldgicos que se referem a estas manifestaęóes arlisticas, por vezes dum simbolismo misterioso.
Hd, decerto, entre elas, muitas que sdo pri-histdricas, mas Jid-ss tambćm de data recente: Breuil viu numa dessas pinturas representado um carro boer. Seja como fdr, o assunto merece a atenędo dos cientistas.
Ora, ainda pelo que respeita h arte rupestre, os resultados do inqućrito acima referido, feito no territdrio de Moęambique, foram negativos. Pois na Exposiędo figura uma ampliaędo fotogrdfica, mandada fazer pelo Instituto de Antropologia, duma pequena ««tampa. publicada hd anos por Dart, de pinturas rupestres de Chifumbazi, na nossa Zambćzia.
Foi um estrangeiro Weise, que as descobriu hd alguns decd-■nios e foi outro estrangeiro, Lechter, que primeiro as pubłicou num jornal da Rodćsia. Em Portugal ndo ba noticias disto!...
No dorrfnio da Antropologia Fisica, a Exposiędo contćm moldes faciais de indfgenas de Moęambique (Batongas), moldes obtidos por Cipriani. ao realizar estudos antropológicos na nossa colónia. sóbre a qual jd um seu colaborador pubłicou um estudo cranioldgico. Mas estflo expostos ainda os esquemas jd referidos de Alexander Galloway sóbre os Bochimanes-hotentotes, essa curiosa raęa humana, diferente dos negros, descoberta pelos por-tugueses em 1497, no cabo da Bóa Esperanęa e nas angras de Sama Helena e de S. Brąz.
Felizmente, sóbre antropologia fisica das nossas coldnias hd id uma bibliografia portuguesa recente, de certo vu!to, embora ha ja muito a tszer. Na ultima Exposiędo Colonial, o Instituto de Antropologia do Pórlo e os seus colaboradores fizeram mais de 300 observaęóes minuciosas de indfgenas coloniais, aumentando assim a documentaęflo jd existente. Numa sala anexa A da presente Expo-siędo sul-africana, pode ajuizar-se do esfóręo realizado em etnografia, pró histdria e antropologia fisica colonial pelos clementos universitdrios portuenses e seus colaboradores.
Tambćm se encontram em vitrines, na sala principal, livros de autores antigos e modernos, existentes na Bibliotece da Faculdade de Cićncias do Pórto e nos seus Institutos e que se referem a arqueologia sul-africana.
Organizando esta Expo$iędo, o Instituto teve um duplo firn: — pór, agradecidamente, em evidóncia, a contribmędo prestada pelos ilustres cientistas estrangeiros que se ocuparam de próbie-