Neurociência um novo olhar educacional

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Neurociência: Um novo olhar educacional

Por

Suely de Fátima Brito de Souza Calabri Leite

Imagem: Joe Backer

A neurociência é uma grande aliada do professor que o ajuda a identificar o

indivíduo como um ser único, pensante e que aprende a sua maneira. Ao

analisar o processo de aprendizagem, deve-se perceber um múltiplo enfoque,

explanando propriedades psicológicas, neurológicas e sociais do indivíduo, já

que a construção da aprendizagem considera aspectos biológicos, cognitivos,

emocionais e do meio que constroem o ser e embasei-a a sua evolução. A

Neuropedagogia desvenda os mistérios que envolvem o cérebro na hora da

aprendizagem, como se processam: a linguagem, a memória, o esquecimento,

o humor, o sono, a atenção e o medo; como é incorporado o conhecimento e

os processos de desenvolvimento que estão envolvidos na aprendizagem

acadêmica.

INTRODUÇÃO

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Educar é uma tarefa complexa e que requer de seus educadores, dentre os

diversos fatores, a competência (formação) e a dedicação. Vivemos num

mundo que se transforma a cada dia. As necessidades de hoje serão

modificadas pelas necessidades do amanhã, devido aos diversos interesses

que movem cada sociedade. O maior desafio, no entanto, é planejar uma

educação capaz de preparar o educando para essas transformações.

No contexto escolar, o educador é o mediador entre o objeto do saber e o

sujeito, para que este possa ser autor do seu próprio conhecimento. Uma

aprendizagem eficiente é aquela construída sobre a base da crítica e da

reflexão sobre o objeto do conhecimento, e dessa forma, então, proporcionar

ao sujeito a capacidade de perceber o mundo que o cerca e seu significado

nesse contexto.

Podemos dizer que o Neurocientista é um especialista que trará uma

sublime contribuição para a ação pedagógica por compreender as estruturas e

o

funcionamento

do

Sistema

Nervoso

Central,

"palco"

da

aprendizagem. Conhecer as conexões neurais do educando é imprescindível

para que sejam elaboradas atividades que desenvolvam suas funções motoras,

sensitivas e cognitivas. É de suma importância que os profissionais envolvidos

na educação compreendam que a ação comportamental de seu educando é

fruto de uma atividade cerebral dinâmica.

O maior desafio, no entanto, é quebrar a fôrma triangular da clássica Equipe

Pedagógica e incluir em seus moldes o quarto elemento chamado

Neurocientista, esse profissional especializado de tanta relevância quanto, que,

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logicamente contribuirá de maneira significativa para que seja possível a tão

sonhada aprendizagem eficaz.

A neurociência e a pedagogia juntas oferecem uma inovadora parceria,

respeitando as especificidades de cada ciência, elas se completam ao conduzir

este aprendente a um novo sistema, através do qual biologicamente se constrói

a fonte de novas conexões neurais.

DESENVOLVIMENTO

Segundo Relvas (2009), o encéfalo encontra-se localizado no interior do

crânio, protegido por um conjunto de três membranas, que são as meninges. E

constituído por um conjunto de estruturas especializadas que funcionam de

forma integrada para assegurar unidade ao comportamento humano. E

formado por Bulbo raquidiano, Hipotálamo, Corpo caloso, Córtex cerebral,

Tálamo, Formação reticular, Cerebelo e Hipófise.

HISTÓRICO DA NEUROCIÊNCIA COGNITIVA

A neurociência é um termo que reúne as disciplinas biológicas que estudam

o sistema nervoso, normal e patológico, especialmente a anatomia e a

fisiologia do cérebro inter-relacionando-as com a teoria da informação,

semiótica e linguística, e demais disciplinas que explicam o comportamento, o

processo de aprendizagem e cognição humana bem como os mecanismos de

regulação orgânica e por ser uma área da ciência é preciso sempre preocupar-

se em estar se atualizando. RELVAS diz que,

(...) o universo biológico interno com centena de milhões de pequenas células

nervosas que formam o cérebro e o sistema nervoso comunicam-se umas com

as outras através de pulsos eletroquímicos para produzir atividades muito

especiais: nossos pensamentos, sentimentos, dor, emoções, sonhos,

movimentos e muitas outras funções mentais e físicas, sem as quais não seria

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possível expressarmos toda a nossa riqueza interna e nem perceber o mundo

externo, como o som, cheiro,sabor. ( 2009, pág.21)

O campo científico da neurociência cognitiva recebeu este nome no final da

década de 70, no banco traseiro de um táxi em Nova York, onde o grande

fisiologista cognitivo George A. Miller estava com Michael S. Gazzaniga a

caminho de um jantar. Neste jantar estavam reunidos cientistas que se

esforçavam para estudar como o cérebro dava origem à mente. Desta corrida

de táxi surgiu o nome Neurociência Cognitiva, que foi aceito por toda

comunidade científica.

Para esclarecer o significado deste termo é preciso voltar atrás e olhar não

somente para a história do pensamento humano, mas também para as

disciplinas científicas.

Desde a antiguidade, a curiosidade e as observações, contribuíram para que

o ser humano relacionasse a mente com a cabeça (cérebro). Dando origem a

varias teorias e descobertas científicas que permeiam, transformam vidas,

sociedade e consequentemente a humanidade. Na história antiga, a teoria

ventricular ( iniciada no século 4º d.C.) aborda que os processos mentais, ou as

faculdades da mente estavam localizadas em câmaras ventriculares no

cérebro. Entre os gregos, predominava também a teoria de que os ventrículos

cerebrais eram órgãos sede dos humores (sangue, fleuma, bílis amarela e bílis

negra, procedentes, respectivamente, do coração, sistema respiratório, fígado

e baço) e nos quais estava localizada também a capacidade intelectual do

homem.

Segundo Hipócrates, as doenças surgiriam pelo desequilíbrio entre o

sangue, a fleuma, a bílis e a atrabile. Esta é a famosa teoria dos quatro

humores corporais, que dependendo das quantidades presentes no corpo,

levariam a estados de equilíbrio ou de doença e dor. Esta teoria veio a

influenciar posteriormente Galeno, que desenvolveu a teoria dos humores, que

dominou o conhecimento até ao século 18.

Para Hipócrates, a mente estava no cérebro. Já o Aristóteles considerou que

a alma não era substancialmente diferente do corpo, embora as suas funções:

a alimentação, a sensação, a motricidade e a intelecção, fossem similares.

Defendeu a hipótese que a mente tinha sede no coração e o cérebro resfriava

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o sangue, tipo um sistema hidráulico, os nervos ocos que circulavam o espírito

animal.

Galeno, médico grego completou a doutrina de Hipócrates, foi o primeiro

que fez correlação entre forma e função, ao distinguir quatro temperamentos e

ao defender que os espíritos se formavam em órgãos diferentes: os espíritos

naturais, no fígado, os espíritos vitais, no coração e os espíritos animais, no

cérebro.

Suas

experiências

contribuíram

para

aumentar

os

seus

conhecimentos sobre a anatomia do cérebro e para a criação da hipótese

cefalocêntrica. Ele teorizava que se retirassem as ramificações de suporte dos

ventrículos, ficava o esférico e que o poder da sensação, do movimento fluía no

cérebro e ainda o que é racional na alma tem ali a sua existência. A sua teoria

de localização do espírito no fluído dos ventrículos perdurou por vários séculos.

No Brasil, o Imperador Pedro II, amante das artes e das ciências se

correspondeu com o eminente fisiologista alemão Du Bois Reymond, acerca

da fundação de um instituto de "physiologia" na cidade do Rio de Janeiro, mas

que jamais teve efetividade prática. A história da neurociência no Brasil se

confunde com a própria história da fisiologia brasileira.

O estudo experimental e sistemático da Fisiologia começou, sem dúvida,

com irmãos Álvaro e Miguel Ozório de Almeida, no Rio de Janeiro, os quais

também iniciaram (principalmente Miguel Ozório) as pesquisas em

neurofisiologia.

Álvaro Ozório criou uma escola nesse campo, que culminou com seu

discípulo Paulo Enéas Galvão, que foi para o Instituto Biológico de São Paulo e

tornou-se o segundo professor de Fisiologia da recém-criada Escola Paulista

de Medicina, substituindo outro discípulo carioca, Thales Martins que, em

parceria com Ribeiro do Valle, ajudou fundar a neuroendocrinologia brasileira.

Miguel Ozório de Almeida, entretanto, pesquisou a vida toda fisiologia e

fisiopatologia do sistema nervoso, Disseminando apaixonados pelas

descobertas cientificas.

O Brasil foi agraciado com vários pesquisadores que lutaram para postular o

conhecimento científico em solo brasileiro, permitindo a sociedade atual o

contato com a: Neurofisiologia, Neurobiologia, Fisiologia, Biofísica dentre

outras.

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O sonho que norteia os pesquisadores em desvendar a máquina humana, os

códigos, os sinais e os circuitos pelos quais trafega a informação vital dos

seres humanos, permitiu à humanidade evoluir e tomar consciência a cerca da

concepção da natureza e da sua relação com o corpo, sua evolução biológica,

adaptativa para a manutenção e sobrevivência da espécie. Forneceu melhoria

na qualidade de vida da sociedade atual, avanços na medicina que

disponibilizam tratamentos efetivos não somente para as doenças

degenerativas, mais os quadros Psiquiátricos, psicossomáticos. Ressaltando

também o desenvolvimento das tecnologias que auxiliam para a visualização

das imagens do funcionamento cerebral e mapeamento direto da atividade

neuronal em suas especificidades. Toda pesquisa pode levar a infindáveis

benefícios para a humanidade, bem como podem levar à sua decadência, se

mal empregadas.

A APRENDIZAGEM COM O OLHAR DA NEUROCIÊNCIA

Com as novas descobertas da neurociência, percebe-se que com todo o

histórico da educação de jovens e adultos, não poderia deixar de destacar as

lacunas encontradas na vida escolar desses alunos. Segundo o autor Chalita,

A escravidão não subjuga o corpo, mas a mente.

A verdadeira escravidão existe quando o escravo nem desconfia de sua

condição de escravo. Ela é sutil e discreta. Na sociedade moderna,

pretensamente democrática, a escravidão apresenta-se de outras formas.

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Aquele que é Disléxico, hiperativo; que apresenta qualquer disfunção

neurológica passam sem ser notados. Isso muito contribui para o Aluno de

Educação de Jovens e Adultos, ter uma autoestima baixa. Como diz Relvas:

Temos duas memórias, uma que se emociona, sente ,comove outra que

compreende, analisa, pondera, reflete... Trata-se de emoção e razão. Esta

escola é um local, dentre outros (trabalho, família,) onde professores e alunos

exercem a sua cidadania, ou seja, comportam-se em relação á seus direitos e

deveres de alguma maneira. Acontece de muitas das vezes por falta de

informação, o docente e alguns funcionários cometerem algum equivoco: por

não conhecerem o lado emocional dos alunos. No entanto, segundo o autor

Henri Wallon tudo se passa como se a educação fosse algo extático, algo

eterno, imutável, pronto e acabado ,necessitando de uma reflexão de nossas

atitudes em educação de Jovens e Adultos. Queixam-se professores de um

lado, aborrecem-se alunos de outro e todos juntos perpetuam uma situação

escolar praticamente insustentável, como se fosse uma fatalidade cuja a

resolução não lhes dissesse respeito.

Esquecem-se ambos de que existem os direitos e deveres do profissional

Professor, descritos no seu estatuto; existem os direitos e deveres da criança e

do adolescente, recém garantidos pela nossa constituição. Para além deles

existem os interesses dos professores que podem querer formar em seus

alunos este ou aquele tipo de consciência, deste ou daquele modo, seja

apenas informando os alunos, seja orientando experiências participativas para

este aprendizado. Existem os interesses dos alunos, próprios de suas idades e

do momento de seu processo de maturação, e que os faz vibrar, se

envolverem, se empolgarem e aprenderem muito mais, quando são sujeitos

ativos e participativos do que quando são apenas leitores ou ouvintes.

Portanto o desenvolvimento da cidadania, a formação da consciência do eu

tem na escola um local adequado para sua realização através de um ensino

ativo e participativo, capaz de superar os impasses e insatisfações vividas de

modo geral pela escola na atualidade, calcado em modos tradicionais.

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É preciso usar o conhecimento que o professor já dispõe sobre o trabalho

escolar com a informação baseada no livro que atesta a importância que as

informações da neurociência traz a educação. Vivemos em uma sociedade em

que o conteúdo está em baixa, temos muitas informações, mas pouco

conteúdo, sutilmente estamos sempre defasados ao que acontece no mundo,

as informações são muitas, pouco se apreende. É a neurociência que seria

este norteador para nos mostrar as possíveis falhas do sistema Educacional. O

princípio básico desse profissional é a compreensão das respostas cerebrais

aos estímulos externos e assim, o desenvolvimento das potencialidades. Em

geral, o neurocientista é responsável por investigar a integração do indivíduo

com o meio ambiente, detectando os processos físicos e químicos, que

desencadeiam respostas musculares e glandulares.

Dentre as mais diversas formas de investigação, um dos principais objetivos

do neurocientista é interpretar as mais variadas mudanças que possa ocorrer

no comportamento fixo ou variante e, através da análise, contribuir para

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modificar esse comportamento. Essa mudança chama-se: aprendizado. Ela

ocorre no sistema nervoso e pode ser chamada de plasticidade cerebral.

Fundamentalmente a neurociência possibilita um aprofundamento do estudo

dos processos da percepção, da consciência e da cognição. Em sua máxima,

consciência é o atributo pelo qual o indivíduo se integra ao mundo. É a

percepção dos fenômenos internos, afetivos, volitivos, intelectuais e das

realizações externas.

Nas últimas décadas a neurociência tem se tornado uma ciência amplamente

pesquisada e bastante reconhecida, contribuindo de maneira significativa para

o desenvolvimento de soluções de diversas doenças e transtornos, sobretudo

educacionais.

O profissional em Neuropedagogia tem como princípio compreender as

respostas cerebrais que surgem através dos estímulos externos. É responsável

pela investigação e integração deste individuo com o meio onde ele está

inserido, observando seu processo físico e químico e as respostas que

emanam deste sujeito. O Neurocientista deve interpretar as mais variadas

mudanças que ocorre em todo processo em volta do individuo desde seu

comportamento fixo há suas variantes.

Em suma o neuropedagogo através de seu olhar visa observar:

Processo interno:

- A Cognição;

- A Decisão;

- O Fazer;

- O Aprender;

Processo externo:

- A Adaptação;

- A forma de adequação ao novo ambiente

- habilidades de adaptação;

- Alterações no processo de interação

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A NEUROCIÊNCIA SOB NOVOS OLHARES

Ao estabelecer um paralelo entre o passado e o presente, nota-se que a

tempos, o cérebro tem sido elemento de estudo e pesquisa desde a

antiguidade, sabe-se que muitas perguntas ainda continuam sem respostas e

em outras várias questões, não foram ainda decifradas onde o cérebro em

algumas áreas continua uma incógnita para todos principalmente para aqueles

que se propõe estudá-lo a nível científico.

O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu cérebro, conhecer como

este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor

maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a Neurociência e a

educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento cerebral o qual se

molda aos estímulos do ambiente, o estudo da aprendizagem une a educação

com a Neurociência.

A aprendizagem é afinal um processo fundamental da vida. Todo individuo

aprende e, por meio da aprendizagem, desenvolve os comportamentos que o

possibilitam viver. Todas as atividades e realizações humanas exibem os

resultados da aprendizagem. (CAMPOS, apud, PORTO, 2007, P.15)

Há décadas que as neurociências não são mais de longe uma ciência

puramente básica, hoje praticamente ela elabora o conteúdo das ciências que

a dedica ao estudo do sistema nervoso, sua anatomia e fisiologia bem como

patologia. Pesquisadores em educação tem tido postura otimista de que as

descobertas em neurociências contribuam para a teoria e práticas educacionais

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O corpo, emoção e razão são indivisíveis e inseparáveis, é uma visão integra

e holística, a razão de ser nos últimos tempos as investigações da neurociência

revelou dados surpreendentes sobre o funcionamento do cérebro, o

crescimento de novos neurônios, outra afirmativa é que a inteligência não é

única e nem fixa e muito menos reside em um local determinado no cérebro

como se afirmava no passado, a inteligência é concebida como uma função do

cérebro e várias partes dele estão envolvidas em qualquer ação inteligente.

A inteligência muda com o tempo e os estímulos disponíveis no meio

ambiente. É preciso que estar atentos pois o mundo de hoje e de amanhã,

somente poderá ser enfrentado com sucesso, pela fantástica capacidade do

cérebro humano, existe um grande ênfase no desenvolvimento da inteligência,

do talento e das competências das pessoas.

O cérebro é único não existindo outro igual, cada individuo tem o seu de

forma distinta resultando na interação dinâmica entre natureza e ambiente,

respectivamente genética e estimulação onde tudo que o sujeito realiza

acontece á partir de uma comunicação entre os neurônios. As pessoas

aprendem de forma diferentes onde um único método não é o ideal para todos

os alunos, necessário se faz, várias estratégias diferentes de ensinar daí,

permitir ao educando sempre que possível a escolha, não é uma proposta

revolucionária, necessita de professores preparados, sintonizados e

comprometidos com a educação e com o método a aplicar ao desenvolver um

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ensino diversificado e diferenciado, capaz de identificar, respeitar e aproveitar o

estilo de aprendizagem preferencialmente mais adequado para seus alunos.

Segundo FERNANDEZ e PAIN, "Para aprender são necessários dois

personagens, o ensinante e o aprendente e um vínculo que se estabelece entre

ambos"

A experiência escolar permite concluir que um dos grandes diferencias do

processo educativo é o vinculo estabelecido entre educadores e educandos. O

ideal é trabalhar com a premissa de que havendo vinculo é mais fácil que o

professor desenvolva a capacidade de escuta do que o aluno pretende

transmitir e possibilite a ele que se sinta compreendido e entendido em seu

sofrimento mesmo porque indisciplina e incompreensão caminham juntas.

INTERVENÇÕES NEUROEDUCACIONAIS

Os Neuropedagogos estudam sobre o processo de aquisição de

aprendizagem e da memória tendo o cérebro como elemento principal, fazem

pesquisas, testes e teorias as quais resultarão em benefícios para todos por

outro lado, encontram-se os educadores que anseiam em por em prática tais

pesquisas, testes e teorias, é um trabalho significativo e juntar estes dois

segmentos é compensador uma vez que irá exigir dos envolvidos as análises e

aplicações destes conhecimentos científicos traduzindo-os para as salas de

aulas.

Esta colaboração mútua, enriquece tanto o trabalho dos cientistas cognitivos

como dos educadores onde estes poderão desenvolver e aplicar métodos de

ensino que melhor possam serem adaptados a seus alunos, em busca de que

estes métodos facilitarão a aprendizagem. A Neurociência tem um papel

fundamental de intima ligação com a prática pedagógica ela investiga o

processo de como o cérebro aprende e lembra, desde o nível molecular e

celular até as áreas corticais, o estudo da aprendizagem une estas duas áreas

logo quanto mais se estuda a fisiologia nervosa cada vez menos se pode

dissociar o estudo anatômico da abordagem funcional ao sistema nervoso.

Desenvolver pessoas não é apenas dar-lhes informação para que elas

aprendam novos conhecimentos, habilidades e destrezas e se tornem mais

eficientes naquilo que fazem. É sobretudo, dar-lhes a formação básica para

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que elas aprendam novas atitudes, soluções, idéias, conceitos e que

modifiquem seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes naquilo

que fazem. Formar é muito mais do que simplesmente informar, pois

representa um enriquecimento da personalidade humana". (Chiavenato, 1999)

O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu cérebro, conhecer como

este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor

maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a neurociência e a

educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento cerebral o qual se

molda aos estímulos do ambiente, o ensino bem sucedido provoca alterações

significativas na taxa de conexões sinápticas.

Inúmeras áreas do córtex cerebral são simultaneamente ativadas no

transcurso de nova experiência de aprendizagem, situações que reflitam o

contexto da vida real, de forma que a informação nova se junte a compreensão

anterior. A neurociência oferece um grande potencial para nortear a pesquisa

educacional e futura aplicação em sala de aula.

É fundamental que professores entendam que os sentimentos que

impulsionam a aprendizagem positiva ou negativamente, devem compreender

que o ser humano é um ser emocional, que pensa coerente com esta nova

visão, é primordial que os educadores aprendam a ler e entender as emoções,

alegria, tristeza, raiva, medo de seus alunos e principalmente a lidar

adequadamente de forma competente com elas.

Sob este aspecto considera-se como importante em primeiro lugar criar um

ambiente seguro e convidativo para a aprendizagem, livre de desrespeito,

ofensas e humilhações. Em ambiente de medo e insegurança, o aluno torna-se

passivo além de perturbar a disciplina naturalmente indesejáveis em sala de

aula além de que caso uma criança seja ridicularizada por erro, irá se sentir em

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perigo logo, o cérebro desta criança reagirá imediatamente adotando uma

postura de fuga ou ataque, ao contrário de que quando o erro é aceito e tratado

de forma natural como parte do processo de crescimento, o estudante aprende

com ele, deve-se incrementar um clima emocional positivo dentro da escola e

da sala de aula com alegria, respeito mútuo, elogios e brincadeiras sadias.

Neste aspecto, vários fatores influenciam a ação do professor em sala de

aula e suas ações dificultando o processo ensino\aprendizagem, o uso de

metodologia inadequada, a falta de recursos didáticos, as condições

insatisfatórias de trabalho, sem contar a dinâmica emocional do ser humano

soma-se a isto, os desajustes familiares na vida do aluno, a violência hoje

presente tanto fora como dentro da escola e o lugar do fracasso ocupado

apenas pelo aluno, quando deveriam lá estar, o professor, o aluno e a escola.

Uma nova concepção educacional propõe montagem de ambientes

enriquecidos centrados no desabrochar da criatividade e da inteligência de

cada um dos jovens e crianças os quais motivados possam mais e com melhor

qualidade e, ao fazerem isto, possam desenvolver ao máximo o seu talento

dispostos a estudar e felizes.

Segundo a Neuropedagoga ISABEL S.W.Azevedo "Não existem "fórmulas

mágicas" na prática pedagógica, juntos podemos reunir as pesquisas em

Neurociência com a prática pedagógica que melhor se adaptará aos nossos

alunos". Neste contexto recai também, o uso da ludicidade como ferramenta

pedagógica em sala de aula o que facilitará a transformação diária em uma

vivência criativa e rica diante da qual os alunos serão os primeiros a se

interessarem por ir à escola, a pedagogia e a Neurociência promovem o

desenvolvimento cognitivo, pois através da aprendizagem o sujeito é inserido

de forma mais organizada no mundo cultural e simbólico.

O professor deve se aproveitar de meios e recursos no sentido de que o seu

aluno tenha motivação com a finalidade especifica que a aprendizagem venha

acontecer de forma plena e eficaz, deve ainda conhecer a bagagem que o

aluno traz incentivando-o para que seja sempre capaz de produzir e criar.

A motivação nada mais é que criar motivos, causar entusiasmo e ânimo,

entusiasmar o individuo fazendo-o chegar até a eficácia do conhecimento. E

mais ainda, cabe criar nestes indivíduos a vontade de aprender através de

estratégias e estímulos a fim de que estes indivíduos se sintam motivados em

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aprender, naturalmente a realização dos objetivos propostos, implica que sejam

praticados sempre uma vez que não se desenvolve uma capacidade sem

exercê-la ás vezes exaustivamente.

Existe um desconhecimento da anatomia e da fisiologia do sistema nervoso

central e periférico, são questionamentos a fim de saber por onde passam

todos os processos da aprendizagem do ser humano e como ocorre a

alfabetização na mente das crianças.

A educação em nossos dias deve ser trabalhada com grupos

multidisciplinares, é necessário que se faça uma releitura e reelaboração do

desenvolvimento das práticas curriculares, criar atividades de acordo com cada

faixa etária trabalhada onde a atividade seja focada principalmente sob aspecto

afetocognitivo, a questão familiar também deve ser inserida neste contexto

mostrando ao aluno, a importância dos valores educacionais na vida de seus

filhos, ela é o primeiro núcleo do vinculo.

Na busca do conhecimento, estabelecemos relações com objetivos físicos,

concepções ou outros indivíduos. Afeto e cognição se constituem em aspectos

inseparáveis, estando presentes em qualquer atividade a ser desenvolvida,

variando apenas as suas proporções (LAJONQUIERE, 1998).

O afeto e a inteligência se estruturam nas ações e pelas ações dos indivíduos,

tanto a inteligência quanto a afetividade são mecanismos de adaptação,

permitindo ao individuo construir noções sobre os objetivos, as pessoas e as

situações, conferindo-lhes atributos, qualidade e valores.

As questões pedagógicas estão relacionadas a transformação e modificação

do individuo através da teoria e da prática educacional tendo de um lado o

aluno e do outro a ação neuropedagógica onde o professor é o agente

representante que detém o domínio pedagógico que tem como função, guiar o

aluno ao saber.

Segundo MARTA Relvas, "As equipes multidisciplinares e interdisciplinares

só tem sucesso quando agem de forma integrada com a família e a escola a

fim de otimizar resultados e focar o melhor desempenho da aprendizagem".

"Hoje não basta saber quem eu sou, é preciso também saber quem eu não sou

para então saber quem eu posso ser". Há um consenso hoje em dia que o

conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas

redes neuronais.

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As manifestações da cultura mostram que as áreas do conhecimento são de

vital importância uma vez que influencia na vida de todos desde os primeiros

anos de vida até a velhice tendo a escola como elemento central onde projeta,

planeja e executa todos os procedimentos educacionais.

As ciências são instrumentos imprescindíveis na caracterização da

diversidade de situações e na legitimação de suas demandas, as tecnologias

de informações, ampliam a capacidade humana na comunicação, no tempo e

no espaço, naturalmente dão uma nova e valiosa contribuição no processo

ensino\aprendizagem.

Nos adolescentes e jovens, exerce um enorme fascínio e influência ao

despertar não só o seu lado curioso como além da disponibilidade de vários

equipamentos, o contato com o novo, a facilidade de aquisição e os resultados

imediatos. O uso da tecnologia é um recurso bastante significativo ao

desenvolver conhecimentos porem, deve ser usada de forma correta, tornando-

se um auxilio fabuloso na aprendizagem ao proporcionar aos estudantes a

oportunidade de desenvolver habilidades tecnológicas básicas do mundo de

hoje.

As competências escolares de formar ao longo da história, não significa que

elas mudam a cada ano letivo, é preciso compreender de que maneira elas

afetam o ensino e entender até que ponto aquilo que orientava professores de

uma geração continua útil ou não para a geração seguinte. É preciso analisar,

refletir e se necessário intervir neste contexto, pois o cérebro existe para

pensar e não a máquina pensar por ele.

No espaço escolar, se nivela o processo educacional, é lá que todos são

iguais, e que a inclusão se concretiza, não deve haver diferenciação na

formação do profissional\educador para as classes de ensino regular, das

classes especiais já que toda a educação é especial uma vez que a educação

do ser humano deve ser independente de qualquer atributo individual.

A tarefa de educar implica necessariamente o diálogo critico e livre entre

educadores e educandos, como forma de se permitir que o conhecimento surja

e seja construído á partir de interações coerentes vivendo o outro com

diferentes modos de pensar, agir com suas múltiplas expectativas exercitando

a autonomia do individuo, a liberdade de pensar seus sentimentos sua

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imaginação a fim de que possa desenvolver talentos e que ele possa tanto

quanto possível ser dono do seu próprio destino.

No mundo de mudanças constantes, não devemos ensinar o que os outros

pensam ou pensaram, devemos desenvolver técnicas e métodos que possam

municiar nossos docentes á formação da consciência de que o aprendizado é

permanente e o conhecimento na sociedade contemporânea é volátil.

Ao partilhar os nossos saberes, estamos dividindo os nossos conhecimentos

com o outro ao construir novos saberes para este outro e naturalmente para

nós mesmos, estamos interagindo sempre com o meio que nos cerca fazendo,

construindo, revendo, analisando, definindo e ensinando para toda vida isto é,

ensinar é aprender a ensinar.

O cérebro humano é uma maravilhosa máquina que transforma uma simples

sensação em pensamento, é um órgão complexo, desvendado parcialmente

pela ciência, composto por células nervosas e glândulas. Dentro desta

complexidade é importante ressaltar as funções do encéfalo e dos

neurotransmissores, o encéfalo diferente do cérebro, é um conjunto de

estruturas que estão anatomicamente e fisiologicamente ligadas, são estruturas

especializadas que funcionam de forma integradas, para assegurar, unidade ao

comportamento humano. Possui uma constituição elaborada ao receber

mensagens que informam ao homem a respeito do mundo que o cerca além de

receber um permanente fluxo de sinais de outros órgãos que o capacita a

controlar os procedimentos vitais do individuo, batimento cardíaco, a fome e a

sede, as emoções, o medo, a ira, o ódio e o amor tudo iniciando no encéfalo

tendo o cérebro, a parte maior e mais importante.

Na aprendizagem a criança tem na concentração e atenção aspectos

importantes e fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e motor, o

aprendizado depende de alguns outros fatores, estimulo, interesse e da

funcionalidade adequada das estruturas que irão receber tais estímulos e

principalmente da atenção desta criança. Se a atenção é fundamental para a

aprendizagem é através do desempenho de uma estrutura complexa localizada

na parte central do tronco encefálico denominada de formação reticular (age

como se fosse um filtro), que mantém o córtex em condições para que possa

receber novos estímulos, decodifica-los e interpretá-los principalmente os

sensitivos que devem ser selecionados onde somente os estímulos importantes

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passam por este "filtro", chegando ao córtex o que os torna conscientes

impedindo que os constantes bombardeios não venham atingir o córtex de

forma indiscriminada.

Quanto aos neurotransmissores, são substancias químicas produzidas pelos

neurônios, as células nervosas, por meio delas podem enviar informações a

outras células, podem também estimular a continuidade de um impulso ou

efetivar a reação final no órgão ou músculo alvo, elas agem nas sinapses que

são o ponto de junção do neurônio com outra célula.Os Neurotransmissores

possibilitam que os impulsos nervosos de uma célula influenciem os impulsos

nervosos de outra permitindo assim que as células do cérebro por assim dizer,

"conversem entre si".

O corpo humano desenvolve um grande número dessas mensagens

químicas para facilitar a comunicação interna e a transmissão de sinais dentro

do cérebro, são substancias que funcionam como combustível cerebral, nos

deixam mais felizes e são fundamentais para o bom funcionamento do

organismo. O interesse dos neuropesquisadores, suas descobertas, tem

crescido em resposta á necessidade de, não somente entender os processos

neuropsicobiológicos normais mais principalmente para respaldar a ciência da

educação. Modernas técnicas estão começando a revelar como o cérebro tem

conseguido a notável proeza da aprendizagem, as ciências cognitivas

modernas, estão sendo capazes de estudar objetivamente muitos

componentes do processo mental tais como atenção, cognição visual,

linguagem, imaginação mental etc. (Cardoso, Sabbatinni, 2000, "Cérebro e

Mente".

Novos desafios terão pela frente, certamente novas conquistas,

possivelmente os obstáculos existentes entre neurocientistas e educadores

serão ultrapassados, novos paradigmas irão impulsionar a ciência

principalmente a aqueles que se preocupam com a educação sob novos

olhares.

A NEUROEDUCAÇÃO E SUAS TRANSFORMAÇÕES

Neuroeducação é um modelo sistêmico de intervenções evolutivas

desenhado para atuar nas matrizes de inteligências do sistema mental e

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estruturar o caminho de manifestação do potencial inteligente da consciência. A

Neuroeducação atua no campo da educação desenvolvendo ferramentas

holográficas capazes de corrigir as dificuldades de aprendizagem escolar

oferecendo instrumentos de inclusão social capaz de extrair o máximo do

potencial funcional de cada individuo ao transformá-lo em todas as

capacidades independentemente de sua origem social, qualidade de ensino

escolar ao qual está submetido ou grau de desenvolvimento pessoal.

Portanto, mais que eliminar dificuldades de aprendizagem, a Neuroeducação

auxilia também jovens e adultos a modificar suas estruturas funcionais

limitantes, aperfeiçoando suas operações das matrizes de inteligência,

possibilitando a expressão máxima da sua potencialidade: a genialidade

pessoal.

Segundo a Neuropedagoga ADRIANA Peruzo, "apostar nos estudos da

neurociência pedagógica é apostar numa evolução crescente e segura, é

vincular o educador a idéias, a comportamentos e a pensamentos complexos, é

levar ao educando a noção do sujeito do processo da aquisição e da produção

do conhecimento".

A neurociência pedagógica é um ramo da ciência que compatibiliza o

cognitivo (técnica de ensino) e o cérebro humano, adequando o funcionamento

do cérebro para melhor entender a forma como este recebe, seleciona,

transforma, memoriza, arquiva, processa e elabora todos as sensações

captadas pelos diversos elementos sensoriais para a partir deste entendimento

poder adaptar as metodologias e técnicas educacionais a todas as crianças e

principalmente aquelas com as características cognitivas emocionais

diferenciadas.

background image

A Neuroeducação entre várias funções torna o ato de estudar, frequentar a

escola, ler, enfim aprender, interessante, prazeroso e fácil, as pessoas vêm

sendo trabalhadas com esta ciência tanto para eliminar incapacidades de

aprendizagem como para expandir conhecimentos específicos, é uma

ferramenta moderna e eficiente na construção e transformação do aprendente.

A união entre a neurociência e a pedagogia, está dando origem a estratégias

educacionais inovadoras, a plasticidade cerebral, a aquisição da linguagem e a

formação da mente simbólica, são analisadas em profundidade, é um extenso

e fascinante universo de potencialidades que cada um de nós tem, o nosso

cérebro.

O cérebro se modifica aos poucos fisiológica e estruturalmente como

resultado da experiência, a aprendizagem, a memória e emoções ficam

interligadas quando ativadas pelo processo de aprendizagem. Entre os modos

e oportunidades em que o cérebro se modifica e desenvolve a sua estrutura

para atender as novas exigências de desempenho, uma delas está em

aprender. Estas modificações também são extensivamente estudadas pela

neurociência sob vários aspectos tidos como plasticidade cerebral.

A característica plástica de uma estrutura pode ser definida utilizando-se

como ponto de partida a possibilidade de alteração estrutural, adaptabilidade a

nova morfologia ou funcionabilidade ou ainda capacidade de transformação.

Antigamente admitia-se que o tecido cerebral não tinha capacidade

regenerativa e que o cérebro era definido geneticamente, no entanto, como

explicar o fato de pacientes com graves lesões, obterem com auxilio de

terapias e estímulos, a recuperação da função cerebral, a ciência tem

comprovado através de pesquisas que com o aumento do conhecimento sobre

o sistema cerebral e que sendo ele mais maleável e flexível do que se

imaginava ao se modificar sob efeito da experiência das percepções, das

ações e do comportamento.

O avanço dos neurocientistas na descoberta no que diz respeito à

plasticidade cerebral oferece uma nova visão de como acontece o processo de

aprendizagem e de aquisição de novas habilidades cerebrais, a plasticidade

cerebral pode ser aplicada á educação, deve-se considerar a facilidade do

background image

sistema nervoso em se ajustar diante das diferenças e influências do ambiente

por ocasião do desenvolvimento infantil e também na fase adulta.

Segundo MARTA Relvas, " A plasticidade em um organismo normal é o

processo de aprendizado que se desdobra em duplo aspecto: o motor, que se

dá num nível inconsciente e se faz de forma automática e o segundo nível, o

consciente que depende da memória, seja emocional, seja cultural.

O termo aprendizagem não é falar somente o que acontece entre paredes

de sala de aula, sob o ponto de vista da neurociência, é entender que cada um

de nós é único em seu conjunto e ao mesmo tempo peculiar no quadro de suas

capacidades e de atributos que suas múltiplas inteligências podem lhes trazer.

É principalmente, mudança de comportamento e de vista, sob olhares da

neurociência, é o movimento dos neurônios que se interligam criando ligações

(sinapses), trajetórias e redes de circuitos que se reforçam e se sustentam pela

repetição e pela necessidade do "uso" e, sobretudo, da busca incessante pela

exploração de si mesmo, do meio ambiente e do outro. De maneira geral,

existe um certo desconhecimento da anatomia e da fisiologia do SNC e

periférico, são alguns questionamentos para saber por onde passam todos os

processos da aprendizagem do ser humano e como ocorre a alfabetização no

cérebro das crianças.

O aluno não pode ser tratado de maneira igual, o tratamento das diferenças

direciona melhor o ensino, e oferece qualidade na aplicação do método, não se

trata de preferência nem tampouco privilégio, é preciso envidar esforços ao

qualificar o trabalho pedagógico e consequentemente a melhoria do padrão de

ensino, saber que todos possuem diferenças essenciais e conduzi-la de forma

eficiente, demonstra competência e habilidade consolidando o trabalho

escolar. Assim, conhecer a anatomia e a fisiologia da aprendizagem, expurga

os conceitos errôneos e os pré-julgamentos de que a criança está sempre

errada, é incompetente ou até mesmo relapsa, é preciso associar o processo

de aprendizado e desenvolvimento humano ao funcionamento do cérebro e sua

plasticidade. È necessário constantemente buscar a harmonia no que se faz,

naturalmente a partir das semelhanças e diferenças de cada um, ser claro nos

objetivos, com as pessoas envolvidas, ouvir atentamente e perceber o que os

outros dizem.

background image

Efetivamente educar é portanto fugir dos determinismos estabelecendo a

cultura humana como processo sob permanente transformação forçando o

homem a se livrar das "amarras" do mundo, do autoritarismo, da arrogância e

da mesmice. Caminhos e métodos, procura-se o sentido de ser e de verdade, é

um contínuo interrogar, o que são e como são os alunos, indagando sobre o

ser das pessoas, suas verdades e modo de configurá-las, possibilidade de

conhecer implica a possibilidade do existir, transita de um modo de conceituar

o mundo para um modo de ser-no-mundo, habitá-lo, viver nele, sentir a si

mesmo e aos outros num contínuo que é dialógico.

Não se pode afirmar categoricamente que tal método e tal tendência é

melhor ou pior, o mais importante é conhecer qual o público alvo a se atingir,

suas necessidades, suas carências, o meio em que vive, sua situação

econômica e social, é preciso buscar formas e métodos que possam se

adequar a estes alunos uma vez que as dificuldades por eles enfrentadas os

tem colocados a margem do conhecimento. "Os conteúdos-métodos de

apropriação ativa do saber implicam uma relação dinâmica entre a ação

cientificamente fundamentada do professor, a vivência e a participação do

educando" (LIBÂNEO, 2006.p.105).

Libâneo cita com muita propriedade que a educação antes de ser um

processo de formação cultural, é um fenômeno social. A educação é um

processo através do qual o individuo toma a história em suas próprias mãos a

fim de mudar o rumo da mesma, como, acreditando no educando, na sua

capacidade de aprender, descobrir, criar soluções, desafiar, enfrentar, propor,

escolher e assumir as consequências de sua escolha.

Há décadas que os neurocientistas não são de longe uma ciência

permanente básica, hoje praticamente ela elabora o conteúdo das ciências que

se dedicam ao estudo do sistema nervoso, pesquisadores em educação tem

tido postura otimista de que as descobertas em neurociências contribuam para

as teorias e praticas educacionais.

A construção do conhecimento já não é produto unilateral de pessoas

isoladas, mas de uma vasta colaboração cognitiva distribuída, da qual

participam aprendizes humanos, sistemas cognitivos naturais e "artificiais", o

individuo está no centro pois o conhecimento é a moeda desta nova era que

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por sua vez, é incorporado ao individuo ou seja não é impessoal. Como

preparar o indivíduo para atuar neste novo contexto?

O destino do cérebro depende de estímulos, da escola, da família e do meio

ambiente, além de elementos essenciais que influenciam na aprendizagem,

ambiente,

idade,

genética,

nutrição, psicológico,

áreas corticais

e

principalmente motivação.

É fundamental que educadores professores, escolas, universidades,

entendam que são os sentimentos que impulsionam a aprendizagem positiva

ou negativamente, compreendendo que o aluno é um ser emocional que

pensa, coerente com esta nova visão é importante que os mestres aprendam a

"ler e entender" as emoções de seus alunos procurando lidar de forma

adequada, com elas o aluno constrói através de diálogo, conhecimentos com

colegas, professores e pessoas desenvolvendo competências e valores

essenciais a fim de que possa viver junto á família, a sociedade e no futuro ao

exigente mundo do trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Sabe-se que está longe de se apresentar ideias conclusivas sobre a

Neurociência, pois é uma ciência em constante evolução que muda a cada

instante, por isso faz parte de um processo trabalhoso e que deve ser realizado

a médio e longo prazo.

Acreditar que a dificuldade de aprendizagem é responsabilidade exclusiva do

aluno ou da família, ou somente da escola é, no mínimo, uma atitude ingênua

perante a grandiosidade que é a complexidade do aprender.

A neurociência pedagógica busca apoiar junto a outras disciplinas, o

educando na direção do conhecimento pleno, a importância das atividades

neuroeducacionais onde ao apontar transformação no sistema, ressalta os

vínculos dos fenômenos plásticos cerebrais com o desenvolvimento do sistema

nervoso.

Ela traz em sua bagagem, mecanismos que despertam nos profissionais da

educação uma motivação no desafio de ensinar, é preciso que se conheça a

anatomia e a fisiologia da aprendizagem tendo no educador a função onde o

background image

encorajamento e os estímulos positivos possam proporcionar sensação de

segurança, otimismo e confiança ao aprendente.

Pensar em uma Neuroeducação é pensar no futuro, é um trabalho exaustivo

e extenso onde os resultados naturalmente tem como principio, as pesquisas,

as buscas das soluções baseadas num trabalho multidisciplinar tendo como

estimulo as conquistas já obtidas ao longo do tempo.

As respostas encontradas na elaboração deste trabalho, são insignificantes

em face de sua complexidade, a união de todos, as pesquisas, novas

respostas aos problemas apresentados os quais afetam diretamente

estudantes, professores, família e sociedade.

É necessário encurtar a distância entre as pessoas e a escola, hoje já bem

menor assim como são incompletas algumas informações sobre motivos que

levam as estatísticas apontarem o crescente número de crianças com

distúrbios e transtornos.

O cérebro foi evolutivamente concebido para perceber e gerar padrões

quando testa hipóteses e a aprendizagem sendo uma atividade social, os

alunos precisam de oportunidades para discutir tópicos, o professor deve

propor situações em que aceite aproximações e tentativas ao gerar hipóteses e

junto com a família o ambiente de estudo deve ser tranquilo, o que encoraja o

estudante a expor seus sentimentos e idéias.

É necessário que haja uma ampliação dos horizontes da e na escola frente a

esta questão. Portanto, devemos priorizar o trabalho Neuropedagógico na

escola principalmente sobre aspectos preventivos, já que se observa questões

extremamente sérias, surgidas no ambiente escolar, seja na relação professor-

aluno, escola ? família que se houvesse uma intervenção prévia ao problema

talvez não se prolongasse e nem tampouco se agravaria a ponto de impedir o

desenvolvimento biopsico? social da criança.

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Fonte:

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