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Tem a imprensa cientiiica da especialidadc, como as revistas <L’Anthropologic», < Anthropologischer Anzeiger>, etc. feito agra-ddveis reicrćncias ao I Congresso Nacional de Antropologia Colonial, realisado pela nossa Sociedade no Pórto em Setembro de 193-1, por ocasiAo da ExposięAo Colonial Portuguesa. Estd tambćm muito adeantada a publicaęAo dos respectivos trabalhos, que constiluirAo dois volumes ilustrados, de mais de 400 pdginas cada urn.
Um dos votos do Congresso — no semido da creaęAo no Pórto dum Instituto Colonial com um Museu — nAo mercceu, porćm, o aplauso do nosso distinto colega sr. prof. Victor Pontcs, que, numa conferćncia na Sociedade de Geografia de Lisboa em 14 de Janeiro de 1935, exprimiu urna opiniflo favordvel A prioridade de Lisboa sóbre Coimbra e Pórto em tal matćrio. Esta ccnferencia suscitou urna carta do autor destas linhas ao <Didrio de Noticias> de 19 seguinte, carta em que sóbre factos se manifestava o pire-cer de que o Pórto nAo tem menos direilo a lais organismos do que Lisboa, e de que A fdrmula «antes urna coisa boa do que muitas mds» 6 preferivel substituir a fdrmula «antes vdrias coisas bons do quc muitas mds>.
Ć do nosso conhecimento que o sdbio ilustre que 6 o sr. prof. Joaquim A. Pires de Lima, perante o texlo da conferencia, inserto no n.° de Maręo e Abril do Boletim da Sociedade de Geografio, enviou a esta colectividade urna nota em defeza dos direitos por-tuenses, combatcndo o preconceito de que a Capital tem primazia em tudo c citando mcsmo o caso da Holanda, o grandę pais colonial, que possue o seu magniiico Instituto Colonial em Amsterdam e nAo em Hdia
A centralisaęAo em Lisboa afecta inexplicAve!mente outros domfnios. Assim, ainda reccntemente se constituiu urna ComissAo de Etnografia no Secretariado de Propaganda Nacional sd com elementos residentes em Lisboa, sem qualqucr representeęAo escolhida pelos organismos e enlidades provinciais daquela dis-ciplina.
NAo tcmos senAo simpatia por Lisboa e muito desejamos ver engrondecida a nossa Capital, onde hd nos vdrios ramos de octi-vidade elementos de alto valor. Mas porque nAo reconhece Lisboa A provincia os direitos que, por exemplo, Berlim reconhece a Munich, onde existem o Instituto Imperador-Guilherme de Psi-quiatria, o grandioso Deutsche Museum, do indtśstria, e outros institutos sem cquivalentes em Berlim?
M. C.
R. R. SCHMIDT—Der Geist der Vorzelt — 1 vol. de 245 pdgs.,
Keil Verlag — Berlim, 1934.
Baseado nas ullimas aquisięóes da paleontologia, da pre-histd-rio e da psicologia, o A. faz a reconstituięSo da bistdria da huma-nidade, considerando o ambienle, o universo, o corpo e a aima como unidade criadora do desenvolvimcnto da bumanidade. Intro-duz-nos na cultura e na vida da pre-histdria e mostra nos como apareceu a primeira crenęa e qual a origem da orte. Fundado na paleontologia e nos nossos conhecimcntos do desenvolvimento psiquico humano, apresenta como um novo ramo da antropologia o conhccimento da alma do bomem pre-histdrico, Ugando assim o presente no passado. Embora o A. tenha necessAria-mente sido obrigado a construlr e admitir hipdteses, nem tódas indisculiveis, a obra, pcla fluencia do seu estilo e pela maneira como tem encadeiadas as conclusóes de cada ciencia a que o A. recorre, 16-se com muito agrado e 6 urna excelente fintcse das aquisięóes cientificas no dominio da Antropologia lisica e pM*quica.
A. ATHAYDE.
Dr. GEOROE MONTANDON — Traite d’Ethnologic Culturelle - Um vol. de cerca de 800 pdgs., 438 figs., numerosas cartas e 32 estampas — Paris, 1934.
O magnmco tratado de etnologia cultural que o Prof. Mon-tandon, da Escola de Antropologia de Paris, acaba de publicar em edięAo da casa Payol, ć um relevante servięo prestado aos investigadorcs e aos curiosos dos assuntos etnogrdficos. Fazia-se sentir deveras a falta dum livro dfiste gćnero em lingua francesa. O excelente livro de Deniker era sumdrio e necessitava de ser actualisado com a explanaęAo das modernas sistematizaęóes. O Questionnaire de Louis Marin 6 de averiguada utilidade, mas