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Antropologia, reilnido, a propósito dela, no Pdrto, pela publicoędo do novo volume do insigne antropoiogista e etnologista, Dr. Cons* tancio Mascarenhas.
Dos numerosos estudos das raęas coloniais, que povoam e se espalham pelos dominios do chamado lmpćrio Portugućs, ela-borados sob pontos de vista diversos, alguns romantizando a vida entre ncgros. no vaslo Continente que deles loma o nome, hd muito, o documentdrio cicmifico desie consagrado antropoiogista, e as opini6:s eruditas. bem como as consideraęóes de ordem etnoSdgica que encerra o volume que temos presente, dedicado k memória do Proł. Silva Teles, possuem um vdor considerdvel pelas bases de verdadeiro conhecimento cm que assentam e pela exce-lente obra tćcnica de quc se nos dd mostra. Poderia entrev$r-se, neste aprecidvel trabalho, desde certo ponto, a reabilitaędo do negro, cuja intclectualidade e moralidade rudimentares anquilosadas (diz o autor) no primeiro estddio da civilizaędo, ndo representam, de modo absoluto, a estabilizaędo dcfinitiva das raęas camtticas c a sua impos«ibilidade completa dc ascenderem a esiddios de civili-zaęflo mais adiantada. Que esta progressdo. embora lenta e per-lurbada, ndo 6 impos$fvel, provuo a quantidade de fdCtos, que sobretudo para nos mesmos, senhores do vasto Impćrio, foram revelaędo interessante c esperanęosa, no sentido de-se progresso, presentido apćnas por alguns e afirmado aclualmente por acon-tecimentos e pormenores de relfivo cientifico. A obra interes-saniissima e de largo alcance ctnológico c social, do Dr. Cons-tancio Mascarcnhas, vem confirmar este conceito por meio de medidas e opreciaęóes de forma e de cardcler mćtrico, de ordem fisioldgica, psicoldgica e morał, de modo n coiocar o negro, ndo como conjunto de elemcnlos ćtnicos, muito atrezados, c inadaptd-veis ao progresso da humanizaędo, do trabalho racional, da Arie e da Indu-tria, mas, pelo contrdrio, na sćrie dos elementos sus* cepiiveis de ensinamcnto, de perfeiędo e de sociabilidade, que dariam, num futuro, ndo muito distante talvez, nucleos importantes de populaędo ncgra, trazidos com habilidade e humanidude cons-cienciosos ao contacto permnnente da nossa civilizoędo. Isto a partir do lema que este autor estabelece de que, «sob o ponto de vista andtomo-fisiológico ndo se encontram diferenęas entre os povos civilizados e as populaides negro-africanas». Assim a pla-tirrinia negróide ndo seria definitoria do caracter de inferioridade, pois, como acebam de demonstrar Haddon e Montandon, seria funędo duma forma de adaptaędo climdtica, própria das paragens humidas e quenles, ao passo que nas regióes frias e de relativa secura, a abertura nasal se torna estreita, de modo a aquecer o ar aspirado. Seria portanto esta platirrinia, como diz o dr. Mascare-nha«, resultanle da influfincia mesoldgica c nflo sinal de degene-rescencia, o que o leva a afirmar que, «no ponto de vista bioló-gico, nflo hfl raz6es cientificas que justifiquem o preconceito e fundamentem o dogma da inferioridade congfinita das populaęóes negro-africanas». Nesta obra, o autor aprcsenta numerosos qua-dros de medidas realizadas sóbre a Colecęflo cranioldgica legada pelo Prof. Silva Teles A Sociedade de Geografia de Lhbda e com-posta de cranios de angoianos, cujo estudo estava ainda a tentar quem o efectuasse, com a tficnica experimentada e precisa, como aquela de que o autor dispde.
A andlise etnogćnica levada a efeito por file, dd como ele-mentos conslituintes das populaędrs de Angola os tipos muito diversos de Bochimane, Hotentote, Banto, Negrito, Negrilho e atfi de Europeu. Sflo numerosos os contribufntes para este apura-mento, sempre de enormc d ficuldade, que o autor procurou rea-lizar com a probidnde cientifica que fi sua peculiar.
B. P.
F. ROMAN — Sur une faunule de Vertfibres eł sur des pieces neoli-thiques du Sahara Occidental — < Buli. de 1'Assoc. Rfigionale de Palfiont. et de Prfihist.». n.° 5, Lyon, 1935; Les c. llections de Gfiologle et de Paleontologie da la Facultfi des Sciencos de Lyon - Extr. des «Annales de la Soc. Linnfiennc », t. LXXVI1I (1934), Lyon. 1935.
O ilustre gcdlogo e paleontologia de Lyon. Prof. F. Roman dd conta, na primeira nota. de vdrios restos fosseis animais, dos restos dum esqueleto humano e de objertos neoliticos, cncon-trados por missdes do Servięo Geoldgico da Africi Ocideotal Frań-cesa a NNO. de Araouan e a S. de Guir, e enviados para deter-minaęflo ao Leboratório de Geologia de Lyon.
O esqueleto humano, de idade lalvez neolfiica, reduz-se a fragmentos fnsignificantes quc nflo autorisam preci‘6?s fitnicas. Os restos de industria litica e em osso, tambfim do S. de Guir, foram esludados pelo cminente antropologista, Prof. L. Mayet, colaborador do Prof. Roman. Os objectos Itlicos sflo machados-•cunhas dc lipo comum no neoiflico da Africa Ocidental e as peęas em osso reduzem-se a utensilios de pesca, dos quais alguns lem-bram peęas madalenenses.
Quanto A fauna de Vertebrados, o Prof. Roman determinou vdrios pcixes do grupo dos Silurfdeos. restos de Crocodilus e Trio-nyx, de Roedores, Hipopotainideos, Cervfdeos, Bovideos, etc. A fauna