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1

 

Aula 12 – Parte 2 

Função densidade de probabilidade .................................................................................................... 2 

Função distribuição de probabilidade ................................................................................................ 15 

 

 

 

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2

 

 

Função densidade de probabilidade 

 

Para o exemplo do lançamento do dado (com faces 1, 2, 3, 4, 5, 6), vimos que 
os valores que nossa variável poderia assumir eram 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Dizemos 
que a variável aleatória é discreta. Ela não pode assumir qualquer valor real no 
intervalo de 1 a 6. Ela assume apenas alguns valores. 

No caso de uma variável aleatória poder assumir qualquer valor real num dado 
intervalo, dizemos que ela é contínua. 

Suponha  que  temos  um  termômetro  capaz  de  medir  a  temperatura  com 
infinitas casas depois da vírgula. Este termômetro poderia medir temperaturas 
de 

1°C, 

ou 

2°C. 

Mas 

também 

poderia 

medir 

temperaturas 

de 

1,2356897623154 °C, ou ߨ°C, ou  2 °C. 

A variável temperatura é contínua. Pode assumir qualquer valor real num dado 
intervalo. 

Quando  nossa  variável  é  contínua,  o  cálculo  de  esperança  muda  um  pouco. 
Isto porque não podemos falar em probabilidade de sair um dado valor. 

Por  exemplo:  qual  a  probabilidade  de  medirmos  (com  o  nosso  termômetro 
“mágico”,  com  precisão  de  infinitas  casas  após  a  vírgula)  a  temperatura  de 
uma sala e o resultado ser, exatamente, 21,3568798888888.... °C. 

Tem  que  ser  exatamente  este  valor  acima  (uma  dízima  periódica).  Não  pode 
ser 21,35°C. Não pode ser 22°C. Nem 21,3568°C. Tem que ser exatamente o 
valor acima. A probabilidade é zero. 

Isto porque temos infinitos resultados possíveis. E só nos interessamos por um 
resultado em particular.  

A  situação  é  totalmente  diferente  com  o  lançamento  do  dado,  em  que  a 
variável  era  discreta.  A  probabilidade  do  resultado  1  era  de  1/6.  Isto  porque 
tínhamos  seis  possibilidades,  todas  eles  com  a  mesma  chance  de  acontecer. 
Então, a probabilidade de sair 1 (ou qualquer outra face) era igual a 1/6. 

No caso de variáveis contínuas, não podemos falar em probabilidade de ocorrer 
um  dado  valor.  Mas  podemos  falar  em  probabilidades  de  um  intervalo  de 
valores. 

probabilidade 

de 

ocorrer 

exatamente 

temperatura 

21,356879888888...,  medida  com  nosso  termômetro  mágico,  é  igual  a  zero. 
Mas a probabilidade de ocorrerem temperaturas entre 20 e 25ºC é diferente de 
zero.  Por  exemplo,  podemos  falar  que,  em  23%  das  vezes,  uma  determinada 

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3

 

cidade registra temperaturas diárias máximas que estão no intervalo de 20°C a 
25°.  

No caso de variáveis contínuas é muito importante a representação gráfica de 
uma função chamada de “função densidade de probabilidade” (símbolo: fdp).  

A  área  da  função  densidade  de  probabilidade  vai  nos  dar  a  probabilidade 
associada a um dado intervalo. 

Para ficar mais claro, vejamos um exemplo. 

1.  (BACEN  –  2002/ESAF)  Uma  variável  aleatória  do  tipo  absolutamente 

contínuo tem a função densidade de probabilidade seguinte: 

x

x

f

08

,

0

2

,

1

)

(

=

, se 10 ≤ x ≤ 15 

0

)

(

=

x

f

, caso contrário 

Assinale  a  opção  que  dá  a  probabilidade  de  que  a  variável  aleatória  assuma 
valores entre 10 e 12. 

a) 0,160 

b) 0,640 

c) 0,500 

d) 0,200 

e) 0,825 

Resolução 

No caso de variáveis contínuas, não podemos falar em probabilidade de ocorrer 
um dado valor.  

Só podemos falar em probabilidades associadas a um intervalo de valores. 

Para  cálculo  de  probabilidades  associadas  a  variáveis  contínuas,  utilizamos  a 
chamada  função  densidade  de  probabilidade  (fdp).  Ela  é  uma  função  muito 
interessante. A área abaixo da curva, para determinado intervalo, corresponde 
à probabilidade daquele intervalo. 

Nesta questão, o gráfico da função é o seguinte: 

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4

 

 

 

Para  calcular  a  probabilidade  de  X  assumir  valores  entre  10  e  12,  basta 
calcular a área abaixo da curva, entre esses valores. 

A área é a seguinte: 

 

Temos  um  trapézio.  A  área  depende  da  base  maior  (B),  da  base  menor  (b)  e 
da altura (h). 

A base maior vale 0,4. 

A base menor corresponde ao valor da função para x igual a 12. 

24

,

0

12

08

,

0

2

,

1

)

12

(

=

×

=

f

 

A base menor vale 0,24. 

A altura vale 2. 

A área fica: 

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5

 

(

)

2

h

b

B

Area

×

+

=

 

2

2

)

24

,

0

4

,

0

(

×

+

=

Area

 

64

,

0

=

Area

 

Portanto, a probabilidade de X assumir valores entre 10 e 12 é de 0,64. 

Gabarito: B. 

 

Então  guarde  o  seguinte:  a  função  densidade  de  probabilidade  é  uma  função 
especial.  Serve  para  calcularmos  probabilidades  associadas  a  intervalos  de 
valores. Para tanto, basta calcular a área abaixo da curva. 

2. 

(BACEN/2006/FCC)  Uma  variável  aleatória  X  contínua  tem  a  seguinte 

função densidade de probabilidade: 

3

1

)

(

+

= ax

x

f

, se 0 ≤ x ≤ 2 

0

)

(

=

x

f

, caso contrário 

Sendo ‘a’ uma constante, seu valor é igual a: 

a) 1/6 

b) 1/4 

c) 1/3 

d) 2/3 

e) 1 

 

Resolução: 

O gráfico da função densidade de probabilidade seria assim: 

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6

 

Entre  os  valores  0  e  2,  temos  uma  reta,  cujo  coeficiente  angular  nós  não 
sabemos.  Sabemos  que,  em  x  igual  a  zero,  o  valor  da  função  é  1/3.  Fora  do 
intervalo de 0 a 2, a função vale zero. 

Como descobrir o valor de “a”? 

Sabemos que X só assume valores de 0 a 2. 

Vamos calcular a probabilidade de X estar entre 0 e 2, através da área abaixo 
da curva. 

 

A área que procuramos é a do trapézio acima. 

Detalhe: sabemos que X só assume valores entre 0 e 2. Logo, a probabilidade 
de X estar entre 0 e 2 é de 100%. Com certeza X está entre 0 e 2. 

Portanto, a área acima tem que ser igual a 1. 

A área do trapézio é dada por: 

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7

 

(

)

2

h

b

B

Area

×

+

=

 

Onde “B” é a base maior, “b” é a base menor e “h” é a altura. 

A área fica: 

2

2

3

1

×

 +

=

B

Area

 

Sabemos que está área é igual a 1. 

2

2

3

1

1

×

 +

=

B

 

3

2

=

B

 

Portanto, o real gráfico da função é: 

 

Sabemos que, em x = 2, o valor da função é 2/3. 

Agora podemos calcular o valor de “a”. 

3

1

)

(

+

= ax

x

f

 

3

1

2

)

2

(

+

×

= a

f

 

3

1

2

3

2

+

×

= a

 

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8

 

 

2

3

1

3

2

×

=

a

 

6

1

=

a

 

Gabarito: A. 

Antes  de  passarmos  para  o  próximo  exercício,  vale  comentar  algumas 
propriedades da fdp. 

A  área  total  abaixo  da  curva  sempre  é  igual  a  1.  Isso  porque  a  probabilidade 
da  variável  em  estudo  assumir  um  valor  qualquer  na  reta  real  é  sempre  de 
100%. Isso inclusive foi usado nesse exercício acima. 

Outro detalhe é o que segue. A fdp só assume valores maiores que zero. Se a 
curva  cruzasse  o  eixo  horizontal,  para  baixo,  teríamos  probabilidades 
negativas, o que é impossível.  

3. 

(BACEN/2006/FCC)  Uma  variável  aleatória  X  contínua  tem  a  seguinte 

função densidade de probabilidade: 

x

K

x

f

+

=

12

)

(

, se 0 ≤ x ≤ 3 

0

)

(

=

x

f

, caso contrário 

Sendo ‘K’ uma constante, seu valor é igual a: 

a) 1 

b) 3/4 

c) 2/3 

d) 7/30 

e) 5/24 

Resolução: 

Problema bem semelhante ao anterior. O gráfico da fdp fica: 

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9

 

 

 

A área total da figura acima  deve ser igual  a 1. Temos um trapézio. A área é 
igual a: 

b

h

B

A

×

+

=

2

 

Como a variável aleatória só assume valores entre 0 e 3, então a área acima é 
igual a 1. 

No  trapézio  formado,  a  base  maior  vale  “k+1/4”,  a  base  menor  vale  “k”,  e  a 
altura vale 3. 

24

/

5

3

2

4

/

1

1

=

×

+

+

=

K

K

K

 

Gabarito: E. 

4. 

(BACEN  2001/ESAF)  A  variável  aleatória  X  tem  distribuição  de 

probabilidades 

do 

tipo 

absolutamente 

contínuo 

com 

densidade 

de 

probabilidades: 

α

2

1

)

(

=

x

f

, se 

α

α

<

<

x

 

0

)

(

=

x

f

, caso contrário. 

Onde 

α

 é uma constante positiva maior do que um. Assinale a opção que dá o 

valor de 

α

 para que se tenha 

25

,

0

)

1

(

=

>

X

P

a) 4 

b) 0 

c) 3 

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d) 1 

e) 2 

 

Resolução: 

Observem  que  a  questão  apresenta  alternativas  não  muito  inteligentes.  Se  o 
próprio  enunciado  já  afirmou  que 

α

  é  maior  que  1,  então  já  podemos 

descartar  as  alternativas  B  e  D.  Só  com  a  simples  leitura  do  enunciado  já 
eliminamos duas alternativas. 

O gráfico da fdp fica: 

 

O  enunciado  disse  que  a  probabilidade  de  X  ser  maior  que  1  é  de  25%. 
Portanto, a área verde da figura abaixo é de 0,25. 

 

α

α

α

2

1

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Temos um retângulo. A altura é igual a 

α

2

1

. A base é igual a 

1

α

. Ficamos 

com: 

h

b

A

×

=

 

(

)

α

α

2

1

1

25

,

0

×

=

 

2

25

,

0

2

1

2

1

5

,

0

25

,

0

=

=

=

α

α

α

 

Gabarito: E. 

5. 

MPE PE/2006. [FCC] 

A  função  densidade  de  probabilidade  do  tempo,  em  segundos,  requerido  para 
completar uma operação de montagem é: 

40

/

1

)

(

=

x

f

, se 

50

10

<

< x

 

0

)

(

=

x

f

, caso contrário. 

Sabendo  que  “a”  segundos  é  o  tempo  que  é  precedido  por  25%  das 
montagens, o valor de a é: 

a) 20 

b) 18,5 

c) 17,8 

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12

 

d) 17,2 

e) 16 

Resolução 

O gráfico da fdp fica: 

 

O exercício pediu o valor de “a” tal que a área verde abaixo seja de 0,25. 

 

 

Temos um retângulo. A área verde é dada por: 

h

b

A

×

=

 

20

025

,

0

)

10

(

25

,

0

=

×

=

a

a

 

Gabarito: A. 

0

0,025

0,05

0

10

20

30

40

50

60

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13

 

 

6. 

(TCE  RO/CESGRANRIO) 

Considere  a  seguinte  função  de  densidade  de 

probabilidade: 

)

1

(

2

)

(

x

x

f

×

=

, para 

a

x ≤

0

O valor da constante a é: 

(A) 1/2  

(B) 1  

(C) 3/2  

(D) 2  

(E) 5/2 

 

Resolução. 

O gráfico da função densidade é dado por: 

 

 
A área verde corresponde a um trapézio. Sua altura e suas bases maior e 
menor medem: 

a

h =

2

=

B

)

1

(

2

a

b

×

=

Como a variável aleatória só assume valores no intervalo de 0 a “a”, a 
probabilidade deste intervalo é 100%. Logo, a área do trapézio acima é igual a 
1. 

h

b

B

×

+

=

1

2

 

a

a ×

×

+

=

2

)

1

(

2

2

1

 

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a

a ×

+

=

2

2

2

2

1

 

(

)

a

a ×

= 2

1

 

0

1

2

2

=

+

− a

a

 

(

)

0

1

2

=

a

 

1

=

a

 

Gabarito: B 

 

7. 

(ANP 

2008/CESGRANRIO) 

figura 

mostra 

distribuição 

de 

probabilidades de uma variável aleatória X. 

 

 

 

A distribuição apresentada acima NÃO 

(A) é bimodal. 

(B) é simétrica. 

(C) tem mediana igual a 2. 

(D) tem primeiro quartil igual a 1. 

(E) tem média igual à moda. 

 

Resolução. 

Apesar  de  o  enunciado  ter  utilizado  a  expressão  “distribuição”,  na  verdade,  o 
gráfico acima é de uma função densidade. Como veremos ainda nesta aula, a 

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função  distribuição  é  sempre  crescente  (ou  seja,  vai  sempre  aumentando),  o 
que não ocorreu com a função acima. 

Ainda  não  aprendemos  a  calcular  a  esperança  de  variáveis  contínuas.  Na 
verdade, nem vamos aprender. Isso não pode ser cobrado numa prova aberta 
a  candidatos  de  todas  as  áreas  (apesar  de  terem  cobrado,  por  exemplo,  no 
AFRFB/2009).  Para  quem  tiver  formação  em  exatas,  a  título  de  curiosidade, 
trago alguns comentários a respeito, ao final desta aula. 

Mesmo  sem  saber  como  é  feito  o  cálculo,  neste  caso  específico,  temos  como 
encontrar a média. Como o gráfico da fdp é simétrico, então a média é igual à 
mediana  que  é  igual  a  2.  Isto  porque  se  colocássemos  um  espelho  bem  em 
cima do “2”, as duas metades se sobreporiam com perfeição. 

 

Gabarito: E 

Função distribuição de probabilidade 

 

Outra  função  relacionada  com  o  cálculo  de  probabilidade  é  a  função 
distribuição  de  probabilidade  (FDP).  Ela  nos  dá  a  informação  sobre  qual  a 
probabilidade de obtermos um valor menor ou igual ao valor em análise. 

Vejamos um exemplo. 

Considere  as  seguintes  informações  sobre  a  função  distribuição  de 
probabilidade de uma variável aleatória X. 

FDP 

0,0 

0,2 

0,5 

10 

1,0 

Vamos à primeira linha. 

O valor da FDP para x = 1 é 0,0. O que isto significa? 

Significa  que  a  probabilidade  de  X  assumir  valores  iguais  ou  inferiores  a  1  é 
0%. 

O  valor  da  FDP  para  x  =  4  é  0,2.  O  que  isto  significa?  Significa  que  a 
probabilidade de X assumir valores iguais ou inferiores a 4 é 20%. 

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O  valor  da  FDP  para  x  =  5  é  0,5.  O  que  isto  significa?  Significa  que  a 
probabilidade de X assumir valores iguais ou inferiores a 5 é 50%. 

O  valor  da  FDP  para  x  =  10  é  1.  O  que  isto  significa?  Significa  que  a 
probabilidade  de  X  assumir  valores  iguais  ou  menores  que  10  é  100%.  Ou 
seja, não há valores de X maiores que 10. 

E se a pergunta fosse: qual a probabilidade de X ser maior que 4? 

Com a FDP sabemos que a probabilidade de X ser igual ou menor que 4 é de 
0,2. 

Portanto,  para  saber  a  probabilidade  de  X  ser  maior  que  4,  basta  subtrair  o 
valor acima de 1. 

Ficamos com: 

8

,

0

2

,

0

1

)

4

(

=

=

>

X

P

 

Ou seja, a probabilidade de X assumir valores maiores que é de 80%. 

A  título  de  exemplo,  podemos  construir  uma  tabela  com  valores  de  função 
distribuição  de  probabilidade  para  o  resultado  do  lançamento  de  um  dado  de 
seis faces. 

Ficaria assim: 

Intervalos de 

valores 

FDP 

x < 1 

1 ≤ x < 2 

1/6 

2 ≤ x < 3 

2/6 

3 ≤ x < 4 

3/6 

4 ≤ x < 5 

4/6 

5 ≤ x < 6 

5/6 

x ≥ 6 

6/6 

O primeiro intervalo abrange apenas valores abaixo de 1. 

Assim, para qualquer x inferior a 1, a FDP vale zero. Por quê? 

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17

 

Tomemos o valor 0,999. 

Qual a probabilidade de, lançando um dado, sair um resultado igual ou inferior 
a 0,999? 

A probabilidade é zero. Não há qualquer resultado, nas faces de um dado, que 
seja igual ou inferior a 0,999. Por isso sua FDP é zero. E isto vale para todos os 
valores de x menores que 1. 

Mudemos de intervalo. 

Qual a probabilidade de, lançando um dado, sair um resultado igual ou inferior 
a 1?  

A  probabilidade  é  1/6.  Dentre  as  faces  de  um  dado  há  apenas  uma  cujo 
resultado é igual ou inferior a 1. É a face de número 1. 

Portanto, a FDP de 1 é 1/6. 

O  mesmo  vale  para  a  FDP  de  x  =  1,7.  Qual  a  probabilidade  de,  lançando  um 
dado, obtermos um resultado igual ou inferior a 1,7? 

A  probabilidade  é  1/6.  Há  uma  face  que  nos  interessa  (a  face  1)  em  seis 
possíveis. 

Para qualquer outro valor no intervalo 1 ≤ x < 2, a FDP será de 1/6. 

E qual a probabilidade de, lançando um dado, obtermos um resultado igual ou 
inferior a 4,89? 

A probabilidade é 4/6. Há quatro faces que nos interessam (1, 2, 3, 4) em seis 
possíveis. Por isso, a FDP de todos os valores do intervalo 4 ≤ x < 5 é igual a 
4/6. 

Finalmente, para qualquer valor maior que 6, a FDP valerá 1. 

Exemplo: qual a FDP para x = 7? 

É  só  calcular  a  probabilidade  de,  lançando  um  dado,  obtermos  um  resultado 
igual ou  inferior a  7. Como todos os resultados  possíveis  são inferiores a 7,  a 
probabilidade é 100%.  

Se desenharmos o gráfico da FDP para o lançamento do dado, ficamos com: 

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18

 

 

 

Repare  que  o  gráfico  apresenta  “saltos”.  A  função  vinha  com  valor  zero.  De 
repente, quando x = 1, a função salta para 1/6.  

A  função  permanece  constante  em  1/6.  De  repente,  quando  x  =  2,  a  função 
salta para 2/6. Depois, em x = 3, ela salta para 3/6. E assim por diante. 

Este  tipo  de  gráfico,  com  saltos  (ou  ainda,  em  degraus,  ou  “em  forma  de 
escada”) é característico de uma variável aleatória discreta. 

Justamente onde ocorrem os “saltos” temos os valores que a variável aleatória 
assume. 

No  caso,  trata-se  do  lançamento  de  um  dado.  O  resultado  não  pode  assumir 
qualquer valor real no intervalo [1;6]. Não é possível termos o resultado 1,56. 
Nem o resultado “

π

” (pi). Apenas os valores 1, 2, 3, 4, 5 e 6. 

Ou seja, nossa variável é discreta. Os saltos da FDP ocorrem justamente para 
os valores que nossa variável aleatória pode assumir. 

Este  tipo  de  gráfico  (em  forma  de  escada)  é  o  que  geralmente  é  cobrado  em 
concursos. 

Detalhe:  não  confunda  os  gráficos.  O  cálculo  de  probabilidades  por  meio  da 
área  abaixo  da  curva  só  é  aplicável  ao  gráfico  de  fdp  (Função  densidade  de 
probabilidade). 

Vamos treinar um pouco com alguns exercícios. 

8. 

(SEFAZ/MG  –  2005/ESAF)  Uma  variável  aleatória  X  tem  função 

distribuição de probabilidades dada por: 

0

)

(

=

x

F

, se x  < 0. 

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19

243

1

)

(

=

x

F

, se 0 ≤ x < 1 

243

11

)

(

=

x

F

, se 1 ≤ x < 2 

243

51

)

(

=

x

F

, se 2 ≤ x < 3 

243

131

)

(

=

x

F

, se 3 ≤ x < 4 

243

211

)

(

=

x

F

, se 4 ≤ x < 5 

1

)

(

=

x

F

, se x > 5 

Assinale a opção correta. 

a) X é do tipo (absolutamente) contínuo e Pr (2 < x ≤ 4) = 0,461 

b) X é do tipo discreto e Pr (2 < x ≤ 4) = 0,658 

c) X é do tipo discreto e Pr (2 < x ≤ 4) = 0,506 

d) X é do tipo (absolutamente) contínuo e Pr (2 < x ≤ 4) = 0,506 

e) X não é do tipo discreto nem (absolutamente) contínuo Pr (2 < x ≤ 4) = e 
0,506. 

Resolução 

Primeiro, vamos verificar qual o tipo da variável. Se é discreta ou contínua. 

Note  que  a  FDP  apresenta  saltos.  Seu  valor  é  igual  a  zero,  para  todos  os 
valores negativos de x. Quando x assume valor 0, aí a FDP salta para 1/243. O 
próximo salto se dá em 1, quando a FDP assume valor 11/243.  

Concluímos  que  é  uma  FDP  em  forma  de  escada.  Caracteriza  uma  variável 
aleatória que é discreta. 

Agora vamos calcular a probabilidade de x estar entre 2 e 4. 

A  FDP  nos  fornece  a  probabilidade  de  X  ser  igual  ou  inferior  ao  valor  em 
análise. 

Para x = 2, a FDP é 51/243. O que isto significa? 

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20

 

Significa  que  a  probabilidade  de  sair  um  resultado  igual  ou  inferior  a  2  é  de 
51/243. 

Para x = 4, a FDP é 211/243. O que isto significa? 

Significa  que  a  probabilidade  de  sair  um  resultado  igual  ou  inferior  a  4  é 
211/243. 

Para obter a probabilidade de 2 < x ≤ 4, basta subtrair um do outro: 

658

,

0

243

51

243

211

)

2

(

)

4

(

)

4

2

(

=

=

=

<

FDP

FDP

x

P

Gabarito: B. 

9. 

BACEN 2001 [ESAF]. 

Uma  variável  aleatória  X  tem  função  de  distribuição  de  probabilidades  dada 
por: 

0

)

(

=

x

F

, x < 0 

4

1

)

(

=

x

F

, 0 ≤ x < 1 

12

7

)

(

=

x

F

, 1 ≤ x < 2 

12

11

)

(

=

x

F

, 2 ≤ x < 3 

1

)

(

=

x

F

, x ≥ 3 

Assinale a opção que dá o valor da probabilidade de X = 2. 

a) 7/12 

b) 11/12 

c) 1/3 

d) 3/4 

e) 10/12 

Resolução: 

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21

 

A FDP apresenta saltos. Ou seja, a variável aleatória é discreta. A variável X só 
assume os valores 0, 1, 2 e 3, valores esses que correspondem aos valores de 
x para os quais a FDP “salta”. 

A FDP para x = 1 é 7/12. Ou seja, a probabilidade de X ser igual ou inferior a 1 
é 7/12. Ou ainda, a probabilidade de X ser igual a 0 ou igual a 1 é de 7/12. 

A FDP para x = 2 é 11/12. Portanto, a probabilidade de X ser igual ou inferior a 
2 é 11/12. Ou ainda, a probabilidade de X ser igual a 0 ou 1 ou 2 é 11/12. 

Ora, se a probabilidade de ser 0, 1 ou 2 é 11/12 e a probabilidade de ser 0 ou 
1 é 7/12, concluímos que a probabilidade de ser exatamente igual a 2 é: 

3

1

12

4

12

7

12

11

)

2

(

=

=

=

=

X

P

 

Gabarito: C. 

 

10. 

(IPEA/2004/ESAF)  A  variável  aleatória  X  tem  função  de  distribuição  de 

probabilidades: 

0

)

(

=

x

F

, se 

1

<

x

 

8

/

1

)

(

=

x

F

, se 

2

1

<

≤ x

 

4

/

1

)

(

=

x

F

, se 

3

2

<

≤ x

 

1

)

(

=

x

F

 se 

3

x

 

Assinale a opção correta: 

a) A probabilidade de que X=3 é 0,75 

b) A probabilidade de que X=2 é 1/4. 

c) A aleatória X é uniforme discreta 

d) a variável aleatória X tem valor esperado unitário 

e) A variável aleatória X é uniforme contínua 

 

Resolução: 

Observe  que  a  função  apresenta  saltos.  Portanto,  a  variável  aleatória  X  é 
discreta. Já descartamos a letra E. 

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22

 

Ainda  não  estudamos  o  que  é  uma  variável  uniforme  (letra  C).  Veremos  isso 
mais  adiante.  De  todo  modo,  a  letra  C  está  errada  (apesar  de  a  variável  ser 
discreta, ela não é uniforme). 

Vamos à letra A. Precisamos calcular a probabilidade de X=3. 

A função apresenta saltos em 1, 2 e 3. São esses os valores que a variável X 
pode assumir. 

Sabemos  que  a  probabilidade  de  X  ser  menor  ou  igual  a  2  é  de  1/4.  E  a 
probabilidade de X ser menor ou igual a 3 é de 100%. 

Para saber a probabilidade de X ser exatamente igual a 3, basta fazer: 

75

,

0

4

/

3

4

/

1

1

)

2

(

)

3

(

)

3

(

=

=

=

=

=

FDP

FDP

X

P

 

A letra A está correta. 

Vamos para a letra B. 

8

/

1

8

/

1

4

/

1

)

1

(

)

2

(

)

2

(

=

=

=

=

FDP

FDP

X

P

 

Alternativa errada. 

Letra D.  

Para  calcular  a  esperança,  precisamos  das  probabilidades  de  X  assumir  cada 
valor. 

Já calculamos a probabilidade de X ser igual a 2 e a 3. Falta a probabilidade de 
X=1 

8

/

1

0

8

/

1

)

0

(

)

1

(

)

1

(

=

=

=

=

FDP

FDP

X

P

 

Usando a fórmula vista nesta aula, a esperança fica: 

[ ]

=

×

=

n

i

i

i

x

x

P

X

E

1

)

(

 

[ ]

8

21

3

4

3

2

8

1

1

8

1

=

×

+

×

+

×

=

X

E

 

A esperança não é igual a 1. Alternativa errada. 

Gabarito: A. 

 

 

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23

 

11. 

Prefeitura Municipal de Recife 2003 [ESAF] 

Para  uma  amostra  de  tamanho  100  de  um  atributo  discreto  X  obteve-se  a 
função de distribuição empírica seguinte: 

0

)

(

=

x

F

, se 

1

<

x

15

,

0

)

(

=

x

F

, se 

2

1

<

≤ x

 

35

,

0

)

(

=

x

F

, se 

3

2

<

≤ x

 

55

,

0

)

(

=

x

F

, se 

4

3

<

≤ x

 

85

,

0

)

(

=

x

F

, se 

5

4

<

≤ x

 

1

)

(

=

x

F

, se 4 

5

x

 

Assinale  a  opção  que  corresponde  à  freqüência  de  observações  de X  iguais  a 
três. 

a) 55 

b) 35 

c) 20 

d) 30 

e) 85 

Resolução. 

Na verdade a questão não é de variáveis aleatórias. O experimento já foi feito 
e temos as freqüências de cada observação (não as suas probabilidades).  

Mas,  para  treinarmos  matéria  que  estamos  vendo,  dá  para  pensar  que  o  que 
temos  é  uma  função  distribuição  de  probabilidades.  E  a  pergunta  é:  qual  a 
probabilidade  de  X  ser  igual  a  3?  Nesse  caso,  as  alternativas  estariam  em 
percentual.  

A FDP apresenta saltos (para x igual a 1, 2, 3, 4 e 5). Esses são justamente os 
valores que X pode assumir.  

20

,

0

35

,

0

55

,

0

)

2

(

)

3

(

)

3

(

=

=

=

=

FDP

FDP

X

P

 

A probabilidade de X ser igual a 3 é de 20%. 

Gabarito: C. 

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24

Encerramos aqui a aula de hoje. 

Na sequência, trago comentários adicionais, de leitura opcional. 

Há alguns assuntos que, para vermos com mais detalhes, seria necessário um 
contato prévio com noções de cálculo (limite, derivada, integral). 

Estas ferramentas são estudadas em cursos de graduação da área de exatas 
(matemática, física, engenharia, etc). 

Só que é inviável abordar detalhadamente este tipo de assunto em um curso 
para concursos. Na minha opinião, um concurso aberto a candidatos de todas 
as áreas jamais poderia exigir algo desse tipo. 

Pois é, mas, infelizmente, nem sempre é o que acontece. Um grande exemplo 
foi  a  prova  do  último  AFRFB,  que  cobrou  o  conhecimento  do  cálculo  de  uma 
integral. Tudo bem que a integral era simples. Mas, para quem não é da área 
de  exatas,  qualquer  integral  é  impossível,  simplesmente  porque  a  pessoa 
nunca estudou esta matéria. 

Por  conta  destas  cobranças  totalmente  desarrazoadas,  vou  incluir  esta  leitura 
“extra”, com resolução de alguns exercícios de concurso a respeito. 

Mas  já  fica  o  alerta:  se  você  nunca  estudou  cálculo,  na  boa,  esquece  o  que 
vem a seguir. Melhor dizendo: nem gaste seu tempo lendo. Não vale a pena 
o custo/benefício. 

Por  outro  lado,  se  você  já  estudou  cálculo,  aí  talvez  a  continuação  da  aula 
possa lhe ser útil. 

Como  já  dissemos,  o  cálculo  de  esperança  para  variáveis  contínuas  não  é  um 
assunto  cuja  exigência  é  razoável  para  uma  prova  aberta  a  candidatos  de 
todas  as  áreas.  Isto  porque  exige  que  o  aluno  já  tenha  estudado  cálculo, 
matéria  pertencente  às  cadeiras  introdutórias  de  cursos  de  engenharia, 
matemática, física etc. 

Pois  bem,  apesar  de  isto  ser  o  razoável,  não  é  o  que  tem  ocorrido.  Basta  dar 
uma olhada na última prova do AFRFB. Imaginem que vem a ESAF e me coloca 
uma questão que exigia justamente isso: o cálculo de esperança para variáveis 
contínuas. 

No  caso  da  prova  da  Receita  Federal,  até  que  não  foi  tão  ruim  assim.  Mesmo 
que  o  candidato  não  soubesse  nada  de  cálculo,  apenas  analisando  as 
alternativas era possível chegar à resposta. 

Vamos ver a questão cobrada no AFRFB: 

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25

 

12. 

(AFRFB 2009/ESAF) A função densidade de probabilidade de uma 

variável aleatória contínua X é dada por: 

2

3

)

(

x

x

f

=

, se 

0

1

x

 

)

(

x

f

= 0, caso contrário. 

Para  esta  função,  a  média  de  X  também  denominada  expectância  de  X  e 
denotada por E(X), é igual a: 

a) 4/3 

b) 3/4 

c) -3/4 

d) 

x

4

3

 

e) 

x

3

4

 

 Resolução. 

Olha só como não era preciso saber nada de cálculo para marcar a alternativa 
correta. 

A esperança de X é um número. É algo fixo, que não varia. 

 X  é  uma  variável  aleatória.  Mas  sua  média  é  um  número  real.  Logo,  já 
descartamos as alternativas D e E. 

Sabemos que a variável só assume valores no intervalo de -1 a 0. Logo, ela só 
assume  valores  negativos.  Portanto,  sua  média  só  pode  ser  negativa.  Com 
isso, marcamos a letra C. 

Gabarito: C 

E  para  realmente  resolver  a  questão?  E  para  realmente  calcular  a  esperança, 
como faz? 

Bom,  aí  é  que  precisaríamos  ver  a  definição  de  esperança  para  variáveis 
contínuas,  algo  que,  como  já  disse,  não  deveria  ser  cobrado  numa  prova 
aberta a candidatos de todas as áreas.  

Pelo sim pelo não,  vou colocar alguns  exercícios sobre o cálculo de esperança 
para variáveis contínuas. Mas só será útil para quem já tiver estudado cálculo. 
Creio  que  foge  ao  escopo  deste  curso  ficar  dando  teoria  de  cálculo,  como 

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26

 

explicações sobre o que é uma derivada, o que é uma integral, e como calcular 
cada uma delas. 

Se  você  nunca  estudou  estas  matérias,  não  tem  a  menor  idéia  do  que 
seja uma integral, nem perca tempo lendo o restante da aula. Na boa: 
seria matéria nova demais, com chances reduzidas de serem cobradas. 
Não vale a pena!!! 

Se você já estudou cálculo, aí sim, continue lendo a aula. Pelo menos você fica 
precavido para o caso de a ESAF repetir a dose.  

Variáveis contínuas: 

×

=

dx

x

f

x

X

E

)

(

)

(

 

Onde F representa a FDP e f representa a fdp. 

No caso da questão do AFRFB, a esperança ficaria: 

4

/

3

4

3

3

)

(

)

(

0

1

4

0

1

3

=

=

=

=

x

dx

x

dx

x

xf

X

E

 

Na  seqüência,  veremos  mais  alguns  exercícios  a  respeito.  Detalhe:  todas  as 
questões  a  seguir  foram  retiradas  de  provas  destinadas  a  candidatos  com 
formação  específica  (a  maioria  para  a  área  de  estatística).  E  eu  continuo 
achando  que  esse  tipo  de  questão  não  pode  ser  cobrada  em  prova  aberta  a 
candidatos  de  todas  as  áreas.  Mas,  caso  a  ESAF  resolva  repetir  a  dose,  aí  já 
viu... 

13. 

(MPU/2007/FCC) O tempo em minutos, X, para a digitação de um texto, 

é  considerado  uma  variável  aleatória  contínua  com  função  densidade  de 
probabilidade dada por: 

4

/

1

)

(

=

x

f

, se 

2

0

<

≤ x

 

8

/

1

)

(

=

x

f

, se 

6

2

<

≤ x

 

0

)

(

=

x

f

, caso contrário 

O valor esperado de X é: 

a) 5,0 

b) 4,0 

c) 3,5 

d) 2,5 

e) 1,0 

Resolução: 

Temos: 

background image

RACIOCÍNIO LÓGICO QUANTITATIVO PARA AFRFB 

PROFESSOR: GUILHERME NEVES 

Prof. Guilherme Neves    www.pontodosconcursos.com.br                 

27

 

+

=

=

6

2

2

0

8

4

)

(

]

[

dx

x

dx

x

dx

x

xf

X

E

 

5

,

2

16

4

16

36

2

1

16

8

]

[

6

2

2

2

0

2

=

+

=

+

=

x

x

X

E

 

Gabarito: D. 

14. 

Petrobras 2005 [CESGRANRIO] 

A  variável  aleatória  X  tem  função  de  densidade  de  probabilidade 

)

1

(

6

)

(

x

x

x

f

×

=

, se 

1

0

<

< x

 e 

0

)

(

=

x

f

,  se x

 

0 ou x 

 

1. Qual é a média de X? 

(A) 0,4  

(B) 0,5 

(C) 0,6  

(D) 0,75 

(E) 0,8 

 

Resolução. 

2

6

6

)

(

x

x

x

f

=

, para x entre 0 e 1. 

Logo: 

×

=

1

0

)

(

)

(

dx

x

f

x

X

E

 

(

)

=

1

0

3

2

6

6

)

(

dx

x

x

X

E

 

1

0

4

3

4

6

3

6

)

(

x

x

X

E

=

 

5

,

0

5

,

1

2

4

6

3

6

)

(

=

=

=

X

E

 

Gabarito: B 

Um abraço e até a próxima aula. 

Guilherme Neves