JORNAL DO BRASIL Opiniao teręn-fcira, 10/12,91 u 1"cadcrno \j 11..;
APOTEGMAS DO VIL METAL
O Financial Times concorda plenamente comigo. Quando vocćs reclamam ai nesses jornalecos quc o vercador tal GAN MA um dcspropósito c o deputado lal GAN HA urna enormidadc, voces estao complela-mente errados, fazendo acusaęao injusta — pra me-nos. Eles nao GANHAM nada. RECEBEM.
W6 frtcoEREM-•‘jT'!’ <-iAf A0ESC6 ALCEKI!fOMft?;
A educacao no mundo
Na pre-história da editoraęao
Uma elite participativa
Iris Mezon de 1
Josue Mon te Ho
Hupoucosdias,na Acadcmia Bra-silcira, numa pcqucna interven-ęao sobre Augusto Meyer, no correr de urna dc nossas scssóes habiluais, eu tive • oporlunidade de aludir ao discurso dc posse dc Francisco dc Assis Burbosa, sou sucessor.
Ja sc disse que a gloria das Acadc-mias suo dois discursos: um. do Acade-mićo, quando tomu posse; outro, do scu sucessor. quundo o louva, analisando1 Ihea vida c a obra.
Entrc esses dois alos sc ajusta perfei-tumentc a notoriedade dc cada um dc nós, ainda que sc trale, no caso, dc uni Machado dc Assis, dc um Rui Barbosa ou dc um Albcrto de 01iveira.
'Ao tomar posse, para suceder a um dc .nossos maiores escritores, precisa-mcptc aqucle quc, no dominio da prosa c da cultura literaria. havia sido o nosso nraior ensaisla, Francisco de Assis Barbosa proferiu um discurso modelar. cm
3uc ficou evidenciado quc, a hora dc ar sucessor ao mestre de Prosa dos Pagós, tinhamos escolhido o compa-nltćiro exalo.
, Chico Barbosa. como chamavamos, linlia rcalizado, atć o momentó dc sua cleięao academica. urna bela vida hur-mqniosa, como homem dc letras, como homem dc jornal.
‘TJnfde mcus primciros livros. Histó-rias-da vidu literaria, publicado em 1944. lhc ć dedicado. na companhia de ouirds tres amigos e companhciros.
• Q'ucr isso dizcr quc nossa amizadc, como afinidadc de gostos c sentimen-loś, estaria a complctar mcio sćculo, ja
3uf, ao dedicar-sc um livro a algućm, a cdicatória ja contou com a colabora-ęaó do tempo. quc soube pór a prova a cońcordancia quc explica as afeięóes.
',0 qucrido Chico, diga-se dc passa-gem, nao era um amigo facil. Afirma-tivo. dizia em voz alta o quc pensava. Sabia discordar. Ou melhor: nao sa-biaj. Porquc obcdecia. na hora da dis1 coidancia. aos seus impulsos dc since-ridgde vecmente.
|pai resultava quc. para ser mesmo scu amigo, era necessario quc houvcssc urna afinidude ostcnsiva, notadamente no:planocultural. E como, ao longo dc mcio sćculo, caminhando lado a lado, nunca qualquer driergćncia nos sepu-roii, posso agora rcconhccer quc a co-munhao da Acadcmia. com aaśsiduida-dć [dc scu convivio. nada mais foi do quc o prolongamcnto nalural da afci-ęa(j quc nos uniu no comcęo da vida.
Chico Barbosa firmou scu nome e sua reputaęao ainda muito moęo. Scu pri-mciro livro, um romance, Brasilciro lipo 7. dala dc 1934. Tinha entao vime unos.
Por esse tempo o romance brasilciro buscava novos caminhos, abrindo cśpaęo para a notoriedade matinal dc um Jorgc Amado. um Jose Lins do Rego. um Gra-ciliano Ramos, unia Rachel de Quciroz.
'Chico Barbosa. com scu romance do.ś vintc unos, nao teve oporlunidade dcTazcr sentir o vigor de scu talento dc escritor. Essc vigor pnssaria por urna cxpęrićncia analoga a dc um Paulo Bar-reto — com o tirocinio do jornal conlir-mando o homcm dc letras.
Quem leu as reportagens quc Chico Barbosa entao puolicou, notadamente em! Dirctrizes. ha dc Icmbrar-sc quc clas constituiram. no genero. c na hora pró-pria. acontecimentos marcantcs.
Essas reportagens, reunidas as de outro escritor, Jocl SiWeira, deram oporlunidade a publicaęao dc Os ho-mens nao J‘olani deniais, cm 1942. livro cm quc sc irmanaram dois homens dc letras. ambos notaveis c representati-vos, dai resultando. quer na pena dc um. quer na pena de outro. o retorno ao tcxto dc jornal que ć. cm cssćncia. um claro subsidio dc alto valor literario.
Chico Barbosa. para reali/ar as suas reportagens. contava, ja. com um per-fcito instrumento de ćxprcssao — o es-tilo direto. objclivo. csscncialmcnte fac-tuiil, quc dcspojava dc e\ccssos vulgarcs o tcxto dc jornal, caminho ao tirocinio da obra dc arie.
Ao coordcnar cm livro os scus arti1 gos dc critica. publicados scmanalmcntc em Le icmps, dc Paris. Anatolc France dcdicou a sua nova obra, sob o tilulo geral dc La vic lllterairc, ao diretor do jornal. Adricn Hcbrard, asśinalando quć estc o obrigara ;i reguluridade de uipa ćolaboraęao continua, com a qual ampliara a sua funęao dc diretor intc-Icctual, opinando sobre os novos livros.
Jose Goldemberp 1
Reconhecia ainda Anatole France nessa dcdicatória: "O senhor fez de mim um escritor pcriódico c rcgular. E mais: lcvou-mc a superar minha indolćncia.”
Todos nós. quc nos inclinumos para o tirocinio das letras, precisamos en-contrar qucm nos possa impelir a regu1 laridnde do trabalho constantc. Sei dis-so por expcriencia pessoal. E posso aqui rcconhccer que nada como urna mesa dc rcdaęao. Ou a obrigaęao do artigo rcgular. cm diu certo.
Chico Barbosa nasccu para o gosto do livro e o encanto da leitura. Scu horizontc nalural seria assim a linlia impressa. Por sua vonladc, cnipregaria na leitura o mais dc suas horas. Dai a angustia de scus ultimos anos, quando a elaridade dos olhos conicęou a faltar-Ihc. Todos nós. scus companhciros, tes1 temunhamos a longa łuta do velho amigo para recuperar a luz quc a idadc lhc alenuara.
Ainda bem quc o jornal impós a Chico Barbosa, dcsde ccdo, a forma objetiva cm que rcalizou sua obra. Reli rcccntemente algumas de suas reporta-gens de juventude. no livro de parceria com Jocl Silveira, e pudc ver quc as caractcristicas fundanicnlais dc scu modo dc ser como escritor estao ali. nili-das. claras. Com o rigor do teslemunho e da informaęao, numa forma corren-tia, quc nada tern de rebuscado.
Alguns dos depoimentos quc entao rccolhcu — notadamente o dc Villa-Lo-bos, o de Augusto Frederico Schmidt, o dc J. J. Seabra — conslilucm paginas esscnciais, nao apenas para a fixaęao dc algumas figuras rcprcscntativas da vida brasilcira, tambćm para a recomposięao do ambiente cm que atuaram.
Aos poucos, aprimorando-sc a cada novo tcxto. Chico Barbosa acabou por encontrar. na biografia dc Limu Barrc-lo. que publicarin cm 1951, o tema dc scu livro mais rcprcscnlativo. aquclc que constituiria o cneonlro dc duas vertcntcs — a do homcm dc letras e a do lioniem dc jornal. Foi essa a obra que lhc mar-cou nitidamente a maturidade. Deixan-do sentir em plcnitude o poder dc conci-liar o romancista, o jornalista c o cronista da Historia, na restauraęao magistral do destino frustado do niestre dc Vida e ntortc dc M. J. Gonzaga dc Su.
Lcnibro-mc bem do velho amigo na fasc cm que cscrcvia o scu grandę livro, revolvendo jornais c livros. documcnios c pcriódicos. na sala contigua a minha. na Biblioteca Nacional. Dai a rcfcrencia quc mc faz, no prcfacio a primcira cdi-ęao de scu livro.
Todos nós, escritores. temos duas ordens dc livros: uquclcs com quc so-nhamos e aqueles quc conscguimos cs-crcvcr. Por vezcs. no torvclinho natural da vida. chcga o momenio cm que rcco-nhcccmos. como os dois personagens dc Eęa de Quciroz. no lim de Os Mas, quc sempre falliamos naqutlo que pla-nejamos eom a iinaginaęaó. E por esta ra/ao simplcs: ć quc a vida nos da mais horas para nossos sonlios do que para o trabalho de cfctivamentc rcaliza-los.
Nosso Chico Barbosa sonhou cscrc-ver unia biografia dc Jose Bonifacio. Outra dc Manuel Bandcira. Outra — sc hem mc rccordo — dc Antonio dc Al1 cantara Machado. Assim como preten-deu eoncluir a biografia dc Juscclino Kubitschek. dc quc publicou apenas a primcira parte.
Mas. para tranquilidade dc scus vc-lhos companhciros e admiradores. os livros que pcrfilou cm nossas estantes. indicamos dc sua cultura. de scu gosto, dc sua sensibilidade, asscguram-lhc a presenęa ncccssaria para quc. a hora cm quc trier de ser louvado na tribuna da Acadcmia. acontcęa com o scu sucessor o quc acontcceu com cle quando i» cha-mainos para louvar Augusto Meyer. Ou seja: a oporlunidade de um belo diseur-so. louvundo o mestre que nada mais quis ser do quc um puro homcm dc letras. com muito dc homcm dc jornal.
Nos ultimos anos. nosso qucrido Chico Barbosa sempre nos aparecia debaixo de um bonczinho quc punha um adorno a mais nos scus cabelos grisalhos.
lici dc lembrar-mc dcle assim pclo resto da vida.
‘ Esauor, mombro óa Acitdumta Rrjsile>rd da LottJS, &X-amtk}>xaaor do Br.isd/unio J Unar.co pao e Alemanha. aplicam scus rccur-sos mais em salarios. tornandc a profissao de professores competitiva cm termos econóniicos e com um status social e.le\ado Na Alemanha cm particular professores tem pelo me1 nos uni gran academico equivalente UO most rado.
Na Asia. de Singanura ate Hong Kong. róquio e Seul. o sistema e baseado na competięao e disciplina. que colocam umil imensa pressao nos joyens deixando pouco lugar para a criatriidudc.
Ja a Sućcia. onde todos sao alfa-bcliziidos e reccbem unia boa educa-ęao. o problenia e reeducar os adultos que estao desemprecados. o que acabou se transfomiando num il»is maiores programas do pais.
Flnalmente, os E>tados Unidos. quc tćm serios problcmas com o en>i-no secundario. tćm a> melhores cn'a-las de pós-gniduuęao do mundo cujas vagiu& estao sendo ocupadas prngrcv si\amcnte por estudantes estrangei-ro>(maisde4t)%em
\ conclusao do \i‘»iwwek e igae todos os paises tem "picos" de e\cc-Ićncia ao lado de “\ales" dc medio-endade e muitos estao fazendo e^Jor-
Para dcscobrir scu QI editórial.
responda a csla pergunta: Quando e ondc sc originou o desktop ptłblislmg (processo dc editoraęao clc-trónica)?
a) cm 1978, no departamento dc criaęao cle unia agenda de publicida-de da Madison Avcnue;
b) em 1980, numa sala de diretoria no Valc do Silicio. Califórnia;
c) em 1971. no salao de bailc dc um hotel de Chicago.
Parabens, sc voce marcou a letra c\
Como parte de unia cxperićncia quc provavclmente pode ser caracte-rizada como assombrosa. a primcira publicaęao do niundo processada ele-tronicamente foi produzida na 2T Asscmbleia Geral da Sociedade Inte-ramericana da lmprensa (S1P). em outubro de 1971, no Ambassador Hotel de Chicago,
Noel Leon (1), entao diretor do Centro Tecnico da SIP. sediado em Nova lorque. concebcu a ideia ha 20
anos.
“Naquela ćpoca. tinhamos teclu-dos e terminais de editoraęao de primcira geraęao que produziam filas de papci para fotocomposięaoM. lembra Leon. Maquinas de coniposięao Pho-ton Pacesettcrs, Harris Fototronics e Conipugrapliic 2900 c 4900 eram os burros de carga das odcinas de coniposięao. O quc fizemos foi simples — inyentamos um meio pelo qual as maquinas pudessem fular umas com as oulras, numa linguagem comurii e em suas ve!ocidadcs particulares.
"Ouando digo nós". explica Leon. “falo dc um grupo dc tecnicos e ad-ministradores visionarios de oreani-zaęóes como a Associated Press^Uni-ted Press International, Harris. Hcndrix e Conipugrapliic.”
E continua: "Propus a ideia ao hoje falecido Stan Swinton, da AP. e a James Darr. da U PI. Depois convida-mos os representantes dos fabricantes cujos cquipamcntos iriamos usar para exccutar o projeto dc dcmonstraęao. A prindpio, havia duvidas de quo a coisa podia ser feita, mas cm brevc consegui-mos mon tar um buffer inovativo e software e hardware apropriados. Fo-ram feitos testes de laboratório, mas ningućm sabia se o sistema luncionaria — ou resistiria — cm operaęócs roais." ęos para aumentar o niimero de “picos".
O csloręo mais notavcl parece ser o do Japao: em 1977 o curriculum csco-lar deu enfasc a aplicaęóes cm detri-mento da cićncia o que, ccrtanicnte, deu resultados positrios para o au-niento da produtividadc. Tendo alcan-ęado esta meta. a nova reforma em andamento da cnfase a cićncia e o ohjetiyo ć produzir estudantes que fa-/em perguntas. formulam hipóteses in-dependentes e rompem o tradicional culto da pbedienchii “A idćia e criar seres hunianos reais. capazes de criar”. No novo curriculum 25% do tempo vao para ciencias e matematica.
No Japao. como na Holanda. on-de o ensino da matematica e excelente. a metodologia e levar os estudantes a dcscobrir por eles mesmos os principiom e leis da naturc/a. manipulando aparelhos e fazendo experienctas
A luz ilestes prógressos. ondc se encontra o Brasil2 3 A resposta padrao a esta pergunta e descrever e lamentar iłs dillculdades do sistema, como pre-dios depatłpiTados. professores mai pagos e a incpai das auloridades.
\ revista Wimwek nao incluiu o Brasil na >ua analise mas >c o lizesse poderia aponiar a!gun> "picos” de
Sc a conclusao do cquipamcnto Ibi espantosa, exccutar o projeto dc edi-ęao quc empreendemós lbi quase um milagrc. Leon cxplica: “A Sociedade Interamericana de lmprensa e o cao de guarda da midia no hemisferio, velan-do pela situaęao da liberdade de ini-prensa nas Americas c chamando atenęao para os problcmas quc sur-gem. Dela participam as grandes pu-blicaęócs, do Alasca a Patagonia.
“Como as deliberaęócs da SIP sao. por si mesmas, noticias de destaque — e agora que tinhamos dcsenvolvido a capacidadc tćcnica para tornar isso possivel — decidimos cditar um jornal totalniente elctrónico durante a conlc-rencia. Pegarianios eslagiarios de jor-nalismo para fazer as materias e impri-mir cerca dc 1.200 exemplarcs a serem despaehados para os aposentos dos delegados. Tudo muito simples.
"Mas a SIP conduz suas atriidades em duas linguas — espanhol c ingles
— e a conferćncia duraria cinco dias. Isso significava que leriamos dc pro-duzir c cditar dois jornais diarios — um cm cada lingua (nao queriamos traduęóes monótonas) — para os cinco dias da rcuniao.
"O cquipamento chegou ao hotel numa tarde de sabado. sendo logo tes-tado a niedida que eram ligadas as tomadas. Mai as caixas dc cmbalagem foram colocadas numa sala vizinha, conicęou a prcduęao do Daily SIP (em ingles) e do El SlPcno(cm espanhol).
“Mcnosde 12 horas depois. tinhamos editado lablóides dc 16 paginas em cada lingua! Depois disso. publica-nios 12 paginas diariamentc, num total de 10 cdięócs — cinco cm cada lingua. Tudo tinha dc funcionarcom prccisao
— c funcionou. O quc ć notuiel. quan-do sc leva cm considcraęao que nao cstavamos apenas publicando um jornal histórico — est;ivainos lambem exibindo um cquipamento. Todos os dias, durante o dia intciro. editores compureciam a sala. observando e Ta-zendo pcrgunlas sobre o funcionamen-to disso e daquilo.”
“Tinhamos atć Picturcphone — vi-dcotclcfoncs dc transmissao e reccpęao
— cm todo o hotel, que possibilitavani a repórteres e editores (ou qualquer outra pessoa, se fosse o caso) conver-sitrem uns com os outros c se vereni." cxcelenciu ao lado cle muitos “vales” cle insueesso.
A Yerdade e que o sistema educa-cional brasilciro esta melhorando len-tumentc sobretudo no ensino funda-mental:
■ O indice cle analfabetismo caiu 5% de 1980 a 1990 (de 23 para 18%). Como resultado. o numero de analfa-betos (sobretudo no Nordeste). que era de 27 milhóes de brasileiros, continua a ser o mesmo. apesar do cresci-mento da populaęao (de 120 para 150 milhóes no periodo). Em oulras pala-vrus. o pais esta produzitido menos analfabetos adultos norque mais e mais crianęas completam a escola primariu;
■ O atendimento cscolare uni\crsal — cerca de 95° ń das crianęas brasilei-ras \ao ii escola e os 5% que nao o la/em. ou estao na zona rural ou tem deficiencias fisicas. Hu salas de aula e professores para todos, nao com o conforto desojavel (sobretudo nas grandes cidades);
B O ensino tecnico esta em cwpan-sao e o oręamento da Umao para 1992 \ai permitir ao Ministerio da Educaęao eoncluir cerca de lot) escolas tecnicas e agrotecnicas que se acrescentarao as 56 cxistcnie>.
'-'' •UMMIUHAo t>6 fiUARPA-^HŁJtZAS B PlCA . t M Dl 0HAOO Q\IAH PO lOę.MTotó
Unia observaęao interessante: o cquipamcnto Harris, quc processava
cópia da U PI. linlia scu software de proccssamento no edificio do Daily News, cm Nova Iorque. Assim, para para cnviar a materia do terminal no salao dc bailc do hotel para a compo-sięao, os sinais eram enviados por modem para Nova Iorque, de onde volta-vam para a composięao, que ficava a apenas seis metros do terminal.
Urna colcęao agora amarelccida do diario. cnviada recentemcnte a Leon por um delegado da SIP que la cstcve, alesta que a cxperiencia funcionou — e quc foi aberto o caminho para a desktop publishing.
Citando um pronunciamento publicado na edięao finał da sexia-feira. Leon descreyeu como era mais ou mc-nos a primeira publicaęao totalmente eletrónica: “Homens habituados a ex-plicar o funcionamcnto de scus equi-pamentos aos visitantcs da convcnęao podiam ser ouvidos pedindo mais unia cópia, como vctcranos de redaęóes. ou ser vistos digitando correęóes edito-riais enquanto reviam provas... (Ao mesmo tempo) membros da cquipe editórial enlravam de repente cm con-tato com o lado tecnico do jomalismo,
num batismo dc fogo — c adoravam • •.
ISSO.
Estc foi o comcęo do que evoluiu para o quc chamamos — embora im1 predsamente — tle desktop puhlishiiig. Um ano mais tarde, os jornais da ca-deia Gannett anunciarum quc tinham convcrtido algumas de suas operaęócs de acordo eom as mesmas Imlias da experićncia da SIP. Pouco depois, a "coniposięao de a rej” — montagem dc blocos dc varias colunas dc texto e mnnehetes — foi incorpontda ii pro-duęao jomaliśtica c. mais tarde. com o uso dc niicroproccssadorcs. comcęa-ram a sc descnvołver as primciras for-mas dc paginaęao.
Embora a ideia quc lcvou ao desktop publishing fosse de Noel Leon, pre-cisou dc pcssoas cxcepcionais — vor-dadciros pionciros dos lempos modernos para execuła-la. Alguns dos participantes ja morreram — apenas uns poucos continuum nas orguni-zuęóes em quo entao trabalhavam. Mas todos compurtilliam desse mo-mento da historia da editoraęao.
B Finalmcntc, o sistema de unriersi-dades federais com seus cxames vesti-bulares i mi ta um pouco o sistema japonesestimulando a competięao.
Ppder-sc-ia almejar mais, mas e preciso se dar conta qtie educaęao de bom nriel e cara, como se pode vcr pelo nivel de mensalidades cobradas por escolas particulares. Consideran-clo-se os rccursos disponrieis, o ensino publico brasilciro nao e tao ruim como se pensa.
0 falo de unia professorinha no interior da Paraibn ganhar menos do que um salario minimo significa que muitos municipios sao pobres e as yezes mai adniinistrados e nao que isto seja urna reera geral. Como o ensino fundaniental e responsabilida-de dos estados e municipios e nao do goYerno federul (que nao paga salarios de professores primarios). nao e facil corrigir eslus distoręóes.
1 la, contudo, um csforęo enomie nestc sentido e o que se espera ć que a decada dos 90 melhore ainda mais o desempenho da escola piiblica cm nosso pais. o quc ja oeorreu na decada dos 8() apesar dj estagnaęao económica.
Ocxercicio de uma atividade politica expóe o homcm as criticas, na maior parte das ve/.es injustas. Exerccndo a chclla do Poder Execulivo. seja federal. estadual ou municiptil. o politico ve as suas aęóes nuiitas ve/es contestadas pelq sociedade. esqueccndo-se essa socie1 dade dc quc cle e o resultado dola ... própria. L. por mais quc se esforce; em defender os interesses da comu^ nidade. o homeni publico recebe^J menos compreensao e mais censura E correto quc nao se dcve ser ", condescendente com aqucles que ócupam cargos publicos e agem de-mancira irrcsnohsavel. contaminan-do a sociedade com o virus da hipo-crisia e do desrespeito a moralida-' de. Mas nao se pode tambćm fazer1" da acusaęao indevida e aleatóriil' uma sentenęa quc expóe o politico ou o administrador a execraęao sem que cle a mereęa.
O que esta faltando ao pais? Ha quanto tempo perdemos o senti-mento de patriotismo? Onde esta aquela identidadc que assumiu a minha geraęao. em nossos lares e nos primciros bancos escolares? Onde esta aqucla sensibilidade pelo . drama vivido por nossos semelhan-tes? Em quc ćpoca o egoismo to- e mon o lugar da fraternidade entre os homens? Quahdo foi que a na-,.,, cionalidade deixou de ser parte do... cotidiano do brasilciro c a esperan-ęa cedeu espaęo a desesperanęa?
Posso afirniar que nao foi hojc7,M nem omem. Ja ha muitos anos que:"" todos esses bens foram deixados de !! lado pela sociedade, que perccbett,,, danimcntc a ascensao de uns po u- : cos privilegiados, cm dctrimenló da-imensa maioria da populaęao brasi-leira. Nao sao os gmernantes de,J“ agora os responsaieis por esse momenio inaceitavel em que nos cn-contramos. A culpa ć daqueles que.% construiram o sou sucesso a custa -. da sociedade, por eles deixada a margem da evoluęao social e cconó-mica. A responsabilidade recai sobre esses privilegiados quc usufrui-ram das benesses e dcixaram todo o ónus para quase 90% dos brasileiros. ainda nao convenientementc assistidos. seja atravćs de salarios1 compativeis ou de senięos publicos dos quais sao merecedores.
Essa aęao maligna feriu o cidadao . c mudou os seus conceitos. Para muitos, tudo aquilo que esta no Ex-teriór e melhor. Nao c dificil consta-lar que milhares de brasileiros quó buscam nos Estados Unidos ou outros paises o sen caminho. la se dis1. -póem a exercer qualquer trabalho.
Aqucle que exerce no Exterior a"" atividade digna de garęom ou de’-1-pedreiro nao accitaria cumpri-la3” aqui. Sc um governador ou um pro- ” feito lhc propusesse cargos seme-Ihantcs, teria ccrtanicnte uma resposta negatria. Eu pergunto: por que la fora e melhor do oue aqui para esse ou aquele trabalho? Pclo1-'1' valor maior do dolar, da libra ou do" marco? Por que nao aj udar a cons-truir uqui um lugar melhor para si próprio e para seus filhos? E por,, que as clites nao reconhecem que estao contribuindo para o afasia--.. mento de seus patricios e. muito mais gravc. tirando deles o sentir. . mento de brasilidade?
Ha, infelizmente. alguns empre-sarios quese preocupam muito po u-' ’ co em tornar compctitria e eficienle’ ’ a sua produęao e, num momentd”' econóniico um pouco mais dificil... acha mais facil desenipregar centen,«, nas. milhares de chefcs de familia da..: quc busęar soiuęoes materiais denim dc sua linha de produęao. Qucró ‘ ter o cuidado dc nao generaliztir, pois reconheęo a existencia de cm-"" presarios que participam efetiva-mente do processo de adequaęao tćcnica dc suas atividades, valori-..;, /undo os rccursos hunianos disponi-veis. porem nao poderia deixar de citar latoś quc a própria imprensa coloca dianie de nossos olhos.
O comoclismo e a passividade l dianie dosgraves problcmas nacio-nais colocam em risco a própria atividade deseńvolvida pelas eiites desligadas das conseuiiencias advin-das desse seu gęsto. A elite. no meu entendimento, cabc ofcrccer. exem- • plos dignos de ser seguidos. E ela, a elite, que povou as paginas dos jor-,,.., nais e rcvistas e o tempo das emis-.^ soras de radio e televisao, ditandó regras de um comportamento as ve- 1 1 /es duvidoso e dando demonstra4'" ęóes de ser aquilo que na realidatlc •• nao e. Aos demais segmentos da.... sociedade. cujo unico privilćgio e trabalho, resta a simples ODserva.-. „ ęao daquilo que parece ocorrer apenas tium outro mundo.
Minha concepęao de elite. verdav1" deiramente elite. e aquela que se-1 compóc dc pcssoas dispostas a ofc-''' ' recer sugcstóes palpaveis, calcadas -na realidadc brasilcira. e direciona-das ao imęresse maior dc toda a sociedade. E essa a elite quo eu gos-taria que se manifestasse, pois o seu comportamento digno se refletiria nas geraęóes mais jovens, que passa-' ' riam a compreender mais intensa-mente o valor da nacionalidade. do patriotismo e da própria responsabi-lidade peranie seus semelhantes.
Participar e algo muito diferente de responsabili/ar. Nestc momenio. a ninguem e dudo o direito de se extmir da reconslruęao do Brasil.
■ Qavarnador dc Go/M
Mm mir u da Eaucaaio
Arevista americana Newsweek publicou recentementc unia analise dos sistenias educacionais de carios paises e identificbu o que cla chama as 10 melliores escolas do mundo e o que as faz melhores: edu-caęao dc adultos na Sućcia. ginasio e irclnamcnto de prpfessorcs na Ale-manha. artes c estudos tle pos-era-duaęao nos Estados Unidos. linguas e matcmatica na Holanda, ciencias no
Japao, pre-escola na Italia c leitura na Nova Zelandia.
Cada pais tem suas pceuliarula-dcs. tanio sociais como polilicas e ale llnanceiras dc modo que ć dificil co-piar o sistema de um pais e aplica-lo cm outro. Mas mesmo assim. ć inte-ressante entender o que faz a grandc-zu (ou insueesso) de um sistema edu-cacional para tentar sc beneficiar desses ensinamemos.
Só para dar um cumiplo. os Fsta1 dos Unidos aplicant mao reairsos cm eilificios escolares ć admmistiaęao e pagam sahirios considerados bai\o> aos professores do ensino fundamen1 tal, cnquanto outros paises como Ja1