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3 • Negócios e Finanęas • tcręu-fcira, 10/12/91
JORNAL DO BRASIL
INTERNACIONAL
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«" r-*f'‘55AO PAULO — Os lidercś cmprc-Ji:v.gariais brasileiros cstao conversando ; V'ń^ntido dc lanęar proposta dc entendimento ao governo, tendo como ‘ ...ponto fundamental o cstabelccimcnto •^'^cjnptas cconómicas atć o finał do ^•‘Atnandato do presidente Fernando .Cpllor de Mcllo. Nao sc pensa num gcnćrico, dc contcńdo macroe-eonomico. A idćia dos empresarios ć ^ śugfcTir urn piano de metas microcco-u;..,nómicas, quase urn compromisso de rŃ.tfabalho voltado para o dia-a-dia das .empresas, com o objctjyo dc criur um •esforęo nacional cm torno do aumen-*J' lb"de produtividadc. eficiencia admi-:*u*:rtistrativa, rcduęao dc custos de pro-r d u ę a o c invcstimenio cm modcrnizaęao tecnológica, com esses , .jbepeficios sendo repassudos para os ^ •prcęos. Isto ć, montar urna estratćgia nacional para preparar o pais a urna nova ordcm cconómica. onde nao ha-verajugar para protecionismo, car-tćis e~oligopólios.
A articulaęao dessa frentc empre-:>i:sanal cm busca da compelitividadc f-i:R]JĆvelada ontem por Josć Mindlin, •^deujo do Grupo Metal Leve c urna
Nilton 1 lorka
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das vb2.es dc maior influencia entre os empresarios brasileiros. “A idćia ć forrnar um acordo que perdure ale o finał desse govcrnoł, conta Mindlin, um dos participantes do Semindrio A Reforma c a Modcrnizaęao do Esta-do na America Lalina, oręanizado pelo Conselho de Empresarios da America Latina (Ceal). "As empresas se compromcteriam a realizar um cnorme esforęo para rcduęao dc custos, o que seria repassado imediata-mente para os prcęos, com menos infiaęao.’’ Ele admitiu quc nao existc urna unidade total entre os empresarios, quc tambem se dividem entre aqueles que desejam se integrar as novas regras cconómicas e outros que resistem ii idćia.
“Mas, de um modo gcral, a indus-tria tern quc se convenccr de urna vcz por todas quc o jogo ć para valcr e qucm resistir a modernizaęao nao vai sobrevivcr*\ aconselha Mindlin. Ele lembrou do caso dc setores indus-triais que aumentarum seus prcęos abusivamcnte c que mais cedo ou mais tnrdc scrao castigados pclos consumidores. "O mercado ć qucm deve resolver os abusos de prcęos e isso ja esta aconteccndo no setor de montadoras dc veiculos, que, segun-
do informaęócs quc tenho recebido. ja reduziram bastantc as suas vcndas depois dos aumentos de prcęos con-secutivos”, disse cle. “Quanto mais cconomia de mercado, mais o inefi-cientc tera dificuldades em sobrevi-vcr.” O próprio Grupo Metal Lcve decidiu nao mais renovar a sua frota de veiculos, tal a velocidade do au-mento de preęo dos automóvcis. "Ern tudo ha limites”, rcclama.
Os empresarios quercm, com o acordo, dar scu apoio incondicional a politica liberał adotada pelo govcrno. “Piór ainda seria recuar nesse proccsso de reformns estruturais iniciado ha dois anos”, afirma Mindlin. “Porlan-to, tern quc continuar. Mas entre mercado protegido e abertura total dcve havcr um meio termo c ć isso que qucremos propor. Atć ha alguns me-ses, reagimos abusivamcntc rcmarcan-do prcęos porquc pcnsavamos que vi-nha um novo choquc. Agora, ja quebramos a expcctativa e voltamos a urna economia normal c por isso os prcęos cstao caindo.” Segundo Mindlin, os pollticos dcvcm dar tambćm a sua contribuięao, accitando moderni-zar a Constituięao, substituindo varios arligos que impedem o programa de ajustc fiscal pretendido pelo governo.
Sao Paulo — Luiz Carlos dos Santos
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Enrique Aguirre, Roberto Teixeirci da Costa e Eduardo Amadeo no seminario do Ceal
^:;:-SAO PAULO — Como a vizinha 'Argcntina, com problcmas iguais e, em ?1 alguns casos. atć piores do quc os brasi-j^leiros, conscguiu accrtar o caminho pa-cnnjśfcrcajusiar sua economia c ja coniemo-y(, 'ra algumas vilórias como diminuięao de •vdćsemprego, definęao, aumento dc po-dcraquisitivo c de produęao?
•jtife-A principal conclusao do seminario A Reforma e a Modernizaęao do Esta-' :'.r48:ńa.America Latina, o capitulo brasi-" leiro do Conselho dc Empresarios da '•'.''America Latina (Ceal), patrocinado pe-^ lo JORNAL DO BRASIL c O Estado <le'>S\»Paulo, e que o ingrediente funda-‘^rncntal e a vontadc politica. “Varias mćdidas adotadas na Argcntina podcm ser questionadas juridicamcnte, mas cjuando se tem vontude politica, ć oiitra „.ć$jś<L Alćm disso. ć prcciso garantir a ^tbnsparencia do proccsso para dar le-\,gitjroidadc'\ cxplicou o deputado fede--ral argeniino Eduardo Pablo Amadeo,
•< da^rente Renovadora Juslicialista.
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::■■■ - ipara urna platćia dc 80 pessoas. for-i;bi‘ffipor empresarios, deputados fede-’*■ ftajs esenadores, a cxperiencia argcntina
^•foiticlatada pelo sccretario dc progra-
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maęao económicu do govcrno Menem, Juan Jose Llach, pelo vice-presidcnte do Ceal da Argcntina, Enriąuc Ruete Aguirre, c pelo deputado Amadeo. ‘‘Agora, com a eslabilizaęao da ccono-mia, estamos discutindo qual dcvc ser o papel do Eslado”, afirmou Llach, rcco-nhcccndo quc ainda falta muito para fazer, como ajustes estruturais, mas prometendo quc eles scrao rcalizados em 1992.
Deflaęao — Segundo seus dados, a inflaęao de novembro foi de 0,8%, a produęao aumentou 27% dc maręo a novembro, o desemprego recuou dc 8.7% cm 1989 para 6,3% (setembro desie ano) e o poder aquisitivo da po-pulaęao crcsccu 25% em rclaęao a 1990 c 64% cm relaęao a 1989. “Vamos fc-char 1991 com um superavit opcracio-nal de 0,3% do PIB, contra um dćficit dc 2,2% do PIB em 1990. E a nccessi-dade dc financiamcnto do governo caiu de 9,5% do PIB em 1989 para 4,1% do PIB em 1990 c 2,4% cm 1991.”
Aguirre dcstacou a importancia da criaęao da Fundaęilo para a Modcrnizaęao do Estado, uma iniciatiya dos 80
maiores empresarios argentinos para ajudar o governo argentino nas tarefas dc racionalizar a administraęao, redu-zir os nivcis hierarquicos. desregula-mentar a economia, privatizar empresas c scrvięos. colaborar na recolocaęao dos funcionarios publicos dcmitidos (70 mil dcsdc abril dc 1990) e aluar junto aos organismos internacio-nais para facilitar a conquisla de finan-ciamentos. *‘Nós, os empresarios, per-ccbcmos quc o govcrno nao conseguiria fazer isso sozinho c que-brado”, explicou Aguirre.
A maior reaęao da platćia vcio diantc da confirmaęao dos argentinos do fracasso da experiencia do imposto cobrado sobre a circulaęao dos che-ques. “Nós temos outros tres impostos, sobre lucros, salarios e valor agregado. A reforma tributaria quc esta no Con-gresso preve a criaęao dc mais um imposto, mas ja reconhecemos a nccessi-dade de rever o imposto sobre os chequcs \ disse Llach, informando que o govcrno arrccada USS 35,6 bilhoes (25% do PIB) por ano.
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SAO PAULO — Uma politica cconómica a moda antiga, inspirada nos idos de 1965, quando o governo Castelo Branco adotou o Piano de Aęao Econó-mica (Paeg). E essa a linha dc trabalho do atual govcrno. E o Pacg ć utilizado como argumcnlo para provar quc e pos-sivc! estabilizar a cconomia sem choqucs, apesar de uma inflaęao dc 25% ao mes. “Nao e verdade quc uma inflaęao nesse nivel nao pode ser reduzida gradualmcn-le. sem choque económico”, disse omem o seeretario dc Politica Económica do Ministćrio da Economia, Roberto Mace-do. “Esta ai o excmplo do Pacg, com a difcrcnęa para melhor de quc vivcmos hoje numa dcmocracia. Com ajustc fis-cal, ć possivcl sim.”
A cquipe cconómica trabalha. por-tanto. na linha dc quc. cstabclccidas as regras para sc conseguir o ajustc fiscal, com a aprovaęao do Congrcsso Nacio-nul, sera possivcl construir o caminho da rcduęao da inflaęao sem ncccssidade dc novas tcntatiVas heicrodoxas. “Só quc, nestc proccsso, a inflaęao pode cair um pouco e subir um pouco", advcrte o deputado Roberto Campos (PTB-RJ),
SAO PAULO — Frcqucntemcntc citado como cxcmplo por invcstidores internacionais, o Mćwico tern boas ra-zócs para estar a frentc clo Brasil na prefcrencia do Capital internacjonał. Es-tc ano, a inflaęao mcxicana, por exem-plo. dcve ficar cm 18%. patamar cm quc se mantcYc nos ultimos dois anos. o a prcvisao para 1992 e a de quc a alta dos preęos fique cm um digito. O aniigo dćficit publico esta sendo substiluido por um supcravit financciro dc 1%. que deve crcsccr para 3% em 1992.
Os atesludos dc bons antccedcntcs do piano dc eslabilizaęao mesicano, apresentados ontem. duranlc o seminario do Conselho dc Empresarios da America Latina (Ceal), nao param ai. A abertura da economia fez com que as importaęóes dc rnaquinas e cquipanicn-tos crescessem 70% nos ultimos irćs anos. modernizando o parque indus-trial. E. nesse periodo. o financiamcnto ao setor privado aumentou 30%. “A iniciativa privada ć. atuulmcntc. o principal promotor dc invcstimentos cm nosso pais”, afirmou Sćrgio Kuri. da Subsecretaria dc Assuntos Financciros Internacionais da Fazenda mcxicana.
Divida — As 1.155 empresas con-troladas pelo Estado cm 1982 hoje nao passam dc 200. Com os recursos ai obti-dos. o govcrno reduziu sua divida interna em USS 7.7 bilhoes. Em contraparti-da. o Eslado ampiiou cm 40% os gaslos com educaęao e saudc cm scu oręamen-lo. Antcs mesmo da posse do presidente Salinas de Gortari. a desregulamenla-ęao da economia foi !evuda a serio. Em 1985, todos os produtos estrangeiros quc cruzassem as fronteiras miwicanas pagavam impostos. Hoje. upenas 14% das mercadorias quc entrnm no pais pagam uma aliquolu media de 10%.
Outro resullado palpiwcl do Facto dc Solidaricdadc Económica entre go-vcrno. empresarios e trabalhadorcs nic-xicanos foi a repalriaęao dc ćapitais que haviam deixado ilegalmenlc o pais. “Estima-sc que aproximadumcntc USS 14 bilhoes dos USS 35 bilhoes quc cru-zaram nossas fronteiras voltaram dc mcados dc 1989 atć agora”, disse Antonio Dcl Valle, presidente do Ceal. “Essa ć uma respostu dc confianęa na cconomia." Nos ultimos trćs anos. 200 empresarios quc nao sc eontentaram com a reduęao da carga tributaria dc 45% para 32% e oplaram pcla soncgaęao foram parar na cadcia.
“Essa nnidanęa foi importantc para aumentar a arrccadaęao do govcrno e contribuiu para quc pudessemos fechar este ano com Supcravit". contou Lais Gandara, vicc-prcsidcntc cxccutivo do recćm-privatizado llanćo Nacional do Mćwico. Finalmcntc. a favor do Mćxi-co. esta o fato dc que o pais e>ta se alinhando aos Estados Unidos e Cana-da no bloco americano.
condutor do Faeg na qualidade dc ministra do Planejamento de Castelo Branco. “O importantc ć quc a tcndćricia da in-flaęao soja dcclinantc.” Maccdo e o pre-sidentc do Banco Central, Fransciso Gros, assistiram aplieadumente. ontem. a um seminario mostrando us cxpcrićn-cias dc eslabilizaęao quc cstao dando certo no Mexico, Bolivia c Argcntina. orgunizado pelo Conselho dc Empresarios da America Latina (Ceal) c voltado para a ciasne politica.
Hiperinflaęao — Em alguns des-ses paises. como Bolivia c Argcntina. foi neccssaria a cxpcriencia da hiperinflaęao para que a socicdadc sc convencessc da necessidudc; dc um forte ajustc fiscal na cconomia c aderisse ao programa pro-posto pelo governo. O Brasil ainda nao passou pcla hiper, mas a socicdadc continua rclutando cm aderir ao programa dc ajustc proposto pelo governo. “Estamos convencidos dc quc nao serii prcciso quc o Brasil passe pcla hiper”, afirmou Maccdo “Trata-sc dc uma cxperiencia trii-gica quc os outros paises pagarani com um alto euslo social”. acrcsccntou Francisco Gros.
A hiper. lembrou um cxpositor ar-
gentino, causa vitimas prirjcipałmentc nu dasse politica. Segundo ele, todas as.li-dcranęas politicas orgentinas da ćpoca.dc hiperinflaęao foram trocadas por outros. “Acho quc a essa altura a socicdadc ja se convcnceu de quc o pais nao prccisa passar por essa siluaęuo", disse cle. A estrntegia do governo. pomimo, segue mesmo na linha da aplicaęao dc um forte ajustc fiscal para equilibrar as contas do Estado c depois pensar cm detalhes para aperfcięoar os passos da eslabilizaęao. “O fundamental ć quc nada sera factivcl sem sc conseguir primciro o ajustc fis-cal”, afirmou Gros.
O deputado Roberto Campos revclou quc a cstratćgia do govcrno pode dar certo. Rccordou como comandou a aplicaęao do Pacg: “Libcrei prcęos, diminui larifas dc importaęao, praliquei o cam-bio rcal c estimulei a compctitlvidudc. Agora, o ministra Mareilio se recusa a congclur prcęos e sc orientu na linha do choquc liberał sem aplicaęao dc um cho* que. Pode dar certo. Alias, poderia ter dado certo mais rapido sc no dia 16 dc maręo a equipc anterior nao iivesse feiio aquclas barbaridades para depois entrar na linha dc reformas estruturais.'*
INDICADORES
Bolsas | ||||
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Fechamento |
Voriaęóo |
Recordo do alta om 91 |
Rocordo de baixa om 91 |
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•92,18 pts |
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-14,75 pts |
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1.311,82 ; |
Am mmhi in«MiiimMm* Hong Kong (Hang Song) |
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FonUai flouter o AP Oow Jones
M08ddS(cotaęao/dólar)
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Anteriorj | |
lene |
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Marco |
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Franco |
5,362 |
5,370 |
Franco sufęo |
1,386 |
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Libra* 1,8145 1,8090 | ||
Lira |
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Dólarcanadonse |
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Coroa suoca |
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Florim |
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139,70 |
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Cruzoiro |
n.d. |
n.d. |
Austral |
n.d. |
n.d. |
Pesouruguaio |
n.d. |
n.d. |
Fontoa: Peu/er. fFE o AFP (Londtos/, 9 uma kbte eompra USS 1 BI45 | ||
Commodities | ||
(llbras por t) |
Ontem |
Anterior |
Cafó (mar.) |
578,00 |
588,00 |
Acucar (mar.) * |
194,40 |
195,80 |
Cscou (mar.) |
767,00 |
774,00 |
Trigo (mnr.) |
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127,70 |
Suco de larnnja (łan.) ** |
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• |
Fontti (Londres/ 9 em dóiores pot loncJiitJj; *• um co/iuwos do c/ÓJur por kbm pooo. UPt (Novó torpuo)
Ouro (US8/onęa-troy)
Ontem
iorjl
Anterior
Nova lorquc (Comex)
370,70 364,75;
Londres
Paris
ziiriąuo 371,00 367,95
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Hong Kong ••*•••»••*«••IMt |
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Fontoi UP1 | ||
Juros * |
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Emissao (90 dios) |
Focha. mento |
Umano ntrós i- |
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Tcsouro |
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C.D. |
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C. Paper |
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Foniesi Jht Walt Slroot Journaf (OSnWJ) ^ e Pmanchif Times (05/12/01 i
Petróleo (US$/borril)* Ontem |
fi, Anterior^ |
Londres 18,55 |
19,25“ |
Fonfo: LTf,. cokięAo do ólco cru kpo Broni * | |
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Salvador