FICHAMENTO

MAQUIAVEL, Nicolau. O PRÍNCIPE: Tradução Maria Júlia Gonçalves – 2ª.edição(1996). 5ª tiragem – São Paulo: Martins Fontes, 2001.

O livro “O Príncipe” foi escrito por Nicolau Maquiavel em 1513, e publicado só em 1532 após a morte do autor ocorrida em 1527, dessa forma a primeira edição desse livro, já foi considerada como obra póstuma. É uma obra intencionalmente dedicada.

Ao Magnífico Lorenzo de Médici

Nicolau Maquiavel dedica a obra a Lorenzo de Médici, o Magnífico, dizendo oferecer-lhe o que possuía de mais precioso: seu conhecimento. Conhecimento esse adquirido nas inúmeras viagens pela Europa e pelos seus estudos subsequentes. Sua intenção é proteger seus escritos sob um nome de poder para, assim, disseminá-los.

A repercussão de “O Príncipe” através dos séculos ocorreu devido ao seu papel fundamental nas bases e na construção do conceito de Estado. Na obra o autor nos leva a um passeio pelos domínios dos reinos e principados, às repúblicas e retrata passagens históricas vividas; mostra críticas aos príncipes da época, com suas guerras, suas fortunas e prazeres, seus amores, humores e temores, fala dos mercenários, dos bajuladores, expõe suas crueldades, mostra suas piedades, enfim nos mostra a Itália em que se encontrava o autor e onde vivia quando traçou e redigiu esta clássica obra da literatura mundial.

A obra transformou-se num tratado político que serviu de base para modelar e criar a estrutura governamental dos tempos modernos. É composta de 26 capítulos, apresentando uma dedicatória a Lourenço de Médici; nascida a partir de reflexões acerca do passado político do seu tempo, agrupando e reunindo os conselhos e as sugestões apresentadas, pretendendo conquistar a confiança dos “de Médici”.

A sua Itália, desse tempo, era dividida em pequenos estados, repúblicas e reinos. Era grande e muito comum a disputa do poder entre os senhores desses territórios. Nesse cenário então, de maneira inteligente, Maquiavel orienta aos governantes sobre os perigos possíveis no caso de se dividir politicamente a península, uma vez que ficariam expostos às grandes potências europeias de então.

Estes são então os 26 capítulos do livro, a seguir intitulados:

I - De quantas espécies são os principados e de que maneiras são adquiridos;

II - Os principados hereditários;

III - Os principados mistos;

IV - A razão pela qual o reino de Dario III não se rebelou contra seus sucessores após a morte de Alexandre;

V - De que modo devem se governar as cidades ou os principados que, antes da conquista, possuíam suas próprias leis;

VI - Os principados conquistados com as próprias armas e qualidades pessoais;

VII - Os principados novos conquistados com as armas e virtudes de outros;

VII - Os que conquistaram o principado por meio de crimes;

IX - O principado civil;

X - Como medir as forças de todos os principados;

XI - Os principados eclesiásticos;

XII - Os tipos de milícias e os soldados mercenários;

XIII - Os exércitos auxiliares, mistos e próprios;

XIV - Os deveres do príncipe com suas tropas;

XV - As qualidades pelas quais os homens, especialmente os príncipes, são louvados ou vituperados;

XVI - A liberalidade e a parcimônia;

XVII - A crueldade e a clemência: se é melhor ser amado do que temido, ou antes, temido do que amado;

XVIII - De que modo os príncipes devem manter a fé da palavra dada;

XIX - Como evitar o desprezo e o ódio;

XX - Se as fortalezas e muitas outras coisas cotidianas usadas pelos príncipes são úteis ou não;

XXI - Como um príncipe deve agir para ser estimado;

XXII - Os secretários que acompanham o príncipe;

XXIII - Como evitar os aduladores;

XXIV - Por que os príncipes da Itália perderam seus Estados;

XXV - Quanto pode a fortuna influenciar as coisas humanas e como se pode resistir a ela;

XXVI - Exortação para procurar tomar a Itália e libertá-la das mãos dos bárbaros.

Nos capítulos iniciais são descritos os tipos de poder (monarquia e república) estão apresentados nos capítulos 1 a 14.

A seguir, o autor nos mostra como um príncipe deve proceder diante de seus súditos; cuidar de suas finanças e os orienta que é melhor ser temido do que amado, além de destacar a importância de que é preciso evitar ser odiado, bem como, é preciso manter o povo feliz. Capítulos 15 a 23.

Já no capítulo 24 e seguintes, o autor se utiliza do conceito de perda que os príncipes italianos tiveram em seus estados, pretendendo lhes incutir razões para evitar tal perda em um governo.

E finalmente a obra termina com uma explicação de Nicolau Maquiavel sobre como tomar a Itália. Esta obra tentava resgatar o sentimento patriota do povo italiano, e foi escrita no contexto que tinha como ideal a unificação italiana, libertando o seu povo das mãos dos bárbaros. A Itália aguarda que possa curar suas feridas e impedir a pilhagem na Lombarda, e a extorsão no reino de Nápoles e na Toscana e busca curar suas feridas abertas há tanto tempo: não há nada mais que espere do que alguém que se ponha à sua frente e a liberta do que a ilustre família Médici, exaltada pelo poder, pela sorte e favorecida por Deus e pela Igreja, a quem atualmente governa. Conhecendo os vários tipos de infantarias e seus defeitos cria um terceiro tipo, capaz de resistir à cavalaria e ao ataque dos infantes: a escolha das armas e uma nova formação, inovações que trazem fama e grandezas aos novos príncipes; depois de tanto tempo o país busca seu libertador e não há palavras para expressar o afeto com o qual ele será recebido em todas as províncias que sofreram invasões estrangeiras. “O valor tomará armas contra o furor, que a luta se espraie bem depressa! Pois a coragem antiga ainda não morreu no coração dos italianos”.

Nas palavras de Maquiavel: “[...] Assuma, portanto, vossa ilustre casa com que se empreendem os projetos justos, para que, sob sua insígnia, seja esta pátria enobrecida e, sob vossos auspícios, se verifique o dito de Petrarca”. Fica evidente, nesse ponto, a originalidade do pensamento político de Maquiavel.

Referencias consultadas:

http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/maquiavel-a-politica-e-o-principe.htm, 21/10/2016;

https://www.youtube.com/watch?v=BnYy4Ldl3Dc, 21/10/2016;

http://estrategistas.com/principe-estrategia/, em 22/10/2016.

http://www.nicolaumaquiavel.com.br/, em 23/10/2016;

http://www.investidura.com.br/biblioteca-juridica/obras, em 23/10/2016;

https://pt.wikipedia.org/wiki/O_principe, em 22/10/2016;

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Maquiavel, em 22/10/2016;

https://www.youtube.com/watch?v=DZC0sdreA3c, em 23/10/2016.

https://www.youtube.com/watch?v=ZN8oowV5Lac, em 23/10/2016;

https://www.youtube.com/watch?v=tLaixW_cDZg, 24/10/2016;